Confundir “a gente” com “agente” é um erro comum que muitas pessoas cometem na Língua Portuguesa. Afinal, em quais situações devemos usar cada uma das opções, já que as duas são possíveis?
Como diferenciar a gente de agente?
Quando escrito de maneira separada, “a gente” tem o significado de “nós”. Já quando está escrito de forma junta, “agente” tem o significado de pessoa que age, que pratica alguma ação.
Exemplos de frases com a gente e agente:
A gente fala com o agente de execução amanhã.
O agente imobiliário chamou a gente para uma reunião.
A gente descobriu que ele era um agente secreto.
O agente da firma disse que não iria colaborar com a gente.
A gente perguntou ao agente da polícia uma informação.
Quando devemos usamos “a gente”?
Quando a locução pronominal “a gente” é utilizada, ela tem o significado de “nós”, pois se trata de uma locução semanticamente equivalente a esse pronome pessoal.
A expressão “a gente” deve ser conjugada na terceira pessoa do singular: a gente fala, a gente quer, a gente sabe, a gente vai…
A gente
Nós
A gente quer saber o fato. A gente não vai à praia hoje. A gente já conversou sobre aquilo.
Nósqueremos saber o fato. Nós não vamos à praia hoje. Nós já conversamos sobre aquilo.
“A gente” também pode indicar todas as pessoas em geral.
Toda a gente testemunhou como ele ficou feliz.
Todos observaram como ele ficou feliz.
Quando devemos usar “agente”?
Ao substantivo comum “agente” ser utilizado, pretendemos indicar uma pessoa que realiza determinada ação, ou seja, o agente da ação. Também pode indicar uma pessoa que administra uma agência, um guarda policial, um intermediário em negociações comerciais ou um agente secreto.
Agente
O agente da polícia deteve o suspeito. Ninguém tem certeza sobre quem é o agente secreto. Resolva esses problemas com o seu agente. A exigente cantora demitiu o seu agente publicitário.
Originado de outra palavra, comumente pelo radical, o substantivo derivado pode ser prefixal, sufixal, parassintético, regressivo ou impróprio, de acordo com a forma que ele altera o substantivo primitivo para originar o derivado.
Pode-se afirmar que o substantivo derivado trata-se de uma classificação de substantivo. Ele é chamado assim devido ao fato do seu nome se originara partir de outro substantivo, ou seja, é derivado de outro nome. Ele também pode ser oriundo de um substantivo primitivo ou de outro substantivo derivado. Assim, é possível que um substantivo derivado seja criado com base em outro substantivo derivado.
Exemplos de substantivos derivados
Confira exemplos de substantivos derivados e as palavras que deram origem.
palavra primitiva
substantivo derivado
neta
bisneta
teatro
anfiteatro
forno
fornalha
terra
território
carne
carnaval
Tipos de derivação
A derivação pode acontecer de formas diferentes, dependendo de como altera a palavra da qual o substantivo derivado é originário.
Derivação prefixal: acontece pelo acréscimo de um prefixo.
Ex.: som → ultrassom
Derivação parassintética: ocorre pelo acréscimo de um prefixo e de um sufixo.
Ex.: laço → enlaçamento (em + laço + mento)
Derivação regressiva: acontece pela redução de uma palavra primitiva.
Ex.: cantar → canto (“O canto dele é muito afinado.”)
Derivação sufixal: ocorre acrescentando-se um sufixo.
Ex.: roupa → roupagem
Derivação imprópria: não ocorre mudança na forma da palavra, porém ocorre mudança semântica, ou seja, da palavra primitiva cria-se a palavra derivada, que, apesar de ter a mesma forma, tem um novo sentido.
Ex.: saber (verbo) → saber (substantivo) (“A força nunca supera o saber.”)
Como os substantivos derivados são usados?
Das palavras que utilizamos no nosso dia a dia, algumas são substantivos derivados sem que a gente perceba. Confira:
“Os pedreiros conhecem muito bem esse terreno.”
“O anticlímax da história foi surpreendente.”
“Tentou armar uma ratoeira para pegar os ratos.”
“Ainda não sei usar esse aplicativo.”
“Aquela floricultura tem grande variedade de flores.”
Quais são as diferenças entre substantivo derivado e substantivo comum?
O substantivo comum trata-se de todo substantivo de nome genérico a um grupo de seres ou coisas, não identificando os indivíduos de tal grupo. Por sua vez, o substantivo derivado configura-se necessariamenteum nome que surge de outro nome, comumente com base num radical em comum.
Na Língua Portuguesa, o tritongo trata-se de um fenômeno fonético que configura-se no encontro de uma vogal e duas semivogais em uma mesma sílaba. Além disso, os tritongos são classificados em nasais e orais.
Vogais e semivogais
Vogais: são conhecidos como vogais os fonemas sonoros que não possuem obstáculos na cavidade bucal durante a pronúncia, pois esta encontra-se totalmente aberta para a passagem do ar. São elas que dão base para a sonoridade da sílaba, sendo assim silábicas. Confira:
me-ni-na
Perceba que, somente com a presença das vogais, é possível pronunciarmos as sílabas que compõem a palavra “menina”.
Semivogais: as semivogais caracterizam-se por uma tonicidade mais fraca em relação à vogal que serve de base para as sílabas. Assim, chamam-se semivogais o i e u (orais ou nasais) quando acompanham uma vogal em uma mesma sílaba e são assilábicas. Confira:
Pa-ra-guai
Perceba que a vogal “a” possui uma sonoridade maior do que as semivogais “u” e “i”.
Confira as seguintes palavras:
Iguais
Enxaguou
Nota-se que são trissílabos:
I-guais
En-xa-guou
Note nos exemplos acima que a última sílaba de cada palavra possui o encontro de uma vogal com duas semivogais:
I-guais (semivogal + vogal + semivogal)
En-xa-guou(semivogal + vogal + semivogal)
O tritongo, portanto, é o fenômeno fonético expresso pelo encontro vocálico formado por uma semivogal + uma vogal + uma semivogal.
Além dos tritongos, também tratam-se de encontros vocálicos:
Ditongo – encontro de vogal e semivogal V + SV ou SV + V na mesma sílaba: cau-da, lin-gui-ça, bei-jo.
Hiato – encontro de duas vogais (V + V) em sílabas distintas: pa-ís, cu-ri-o-so, ra-iz.
Tritongos nasais
Os tritongos nasais são aqueles emitidos pela boca e pelas fossas nasais. Exemplos:
uem: en-xá-guem
uão: sa-guão
uõe: sa-guões
Tritongos orais
Os tritongos orais são aqueles emitidos pela boca. Exemplos:
Quando uma frase não apresenta um verbo em sua composição, ela é classificada como frase nominal. As frases nominais são maioritariamente formadas por adjetivos, substantivos e advérbios. São exemplos de frases nominais:
Coisa esquisita…
Que bonita!
Atenção, moça!
Tenebroso…
Grande projeto!
Que bagunça!
Boa noite a todos!
Rápido, por gentileza!
As frases nominais, conforme visto nos exemplos acima, são amplamente utilizadas em ordens e exclamações, assim como em provérbios e descrições literárias.
Exemplos de frases nominais em provérbios:
Casa de ferreiro, espeto de pau.
Amigos, amigos, negócios à parte.
Antes tarde do que nunca.
Cada cabeça, uma sentença.
Devagar e sempre.
Exemplos de frases nominais em descrições:
Uma vista encantadora, com altas palmeiras, flores exuberantes e um verde vibrante.
Uma sala muito fria: o chão sujo e cinza, a janela aberta e as paredes brancas.
Em cima da mesa um livro gasto e muitas canetas velhas.
Frase nominal ou verbo subentendido?
A existência de frases nominais é contestada por alguns autores que afirmam que o verbo se encontra meramente subentendido, mentalizado nos interlocutores da comunicação.
Exemplos de verbos subentendidos:
Atenção! (verbo ter subentendido: Tenha atenção!)
Quieto! (verbo fazer subentendido: Fique quieto!)
Tudo bem? (verbo estar subentendido: Está tudo bem?)
Bom dia! (verbo ter subentendido: Tenha um bom dia!)
Em determinadas orações é possível verificar que a vírgula marca o lugar do verbo:
Cada cabeça, uma sentença. (Cada cabeça tem uma sentença.)
Casa de ferreiro, espeto de pau. (Casa de ferreiro tem espeto de pau.)
Em outras orações, é possível compreender que não há verbo porque ele já foi anteriormente mencionado, como em respostas:
Quem quer aquilo? Eu. (Eu quero.)
Já finalizou? Ainda não. (Ainda não finalizei.)
Quem foi o primeiro? O Allan. (Foi o Allan.)
Frase nominal e frase verbal
Uma frase verbal é uma frase que apresenta verbos na sua composição, contrariamente à frase nominal.
Figura de linguagem pertencente à categoria defiguras de som, a paronomásia relaciona-se com a sonoridade das palavras. Desta forma, ela faz uso dos parônimos a fim de enfatizar uma ideia, recebendo assim tal nome.
A paronomásia é um recurso amplamente empregado na linguagem publicitária, nas artes, poesias, letras de músicas, prosas, etc.
Apesar das palavras parônimas apresentarem sonoridade e serem escritas de maneira semelhante, elas apresentam um significado bastante diferente. A paronomásia costuma ser usada em textos literários, porém pode ser utilizada na linguagem oral e popular também.
Palavras parônimas
Por se assemelharem tanto no som como na escrita, as palavras parônimas podem acabar confundindo as pessoas, induzindo-as ao erro. Confira alguns exemplos de palavras parônimas:
Apóstrofe (figura de linguagem) e apóstrofo (sinal gráfico)
Absolver (perdoar) e absorver (aspirar)
Aprender (tomar conhecimento) e apreender (capturar)
Cavaleiro (que cavalga) e cavalheiro (homem gentil)
Docente (relativo a professores) e discente (relativo a alunos)
Delatar (denunciar) e dilatar (alargar)
Eminente (elevado) e iminente (prestes a ocorrer)
Emigrar (deixar um país) e imigrar (entrar num país)
Esbaforido (apressado, ofegante) e espavorido (apavorado)
Fluir (transcorrer, decorrer) e fruir (desfrutar)
Fusível (aquilo que funde) e fuzil (arma de fogo)
Flagrante (evidente) e fragrante (perfumado)
Inflação (alta dos preços) e infração (violação)
Imergir (afundar) e emergir (vir à tona)
Infligir (aplicar pena) e infringir (violar)
Mandado (ordem judicial) e mandato (procuração)
Precedente (que vem antes) e procedente (proveniente de; que possui fundamento)
Peão (aquele que anda a pé, domador de cavalos) e pião (brinquedo)
Recrear (divertir) e recriar (criar novamente)
Ratificar (confirmar) e retificar (corrigir)
Sortir (abastecer, misturar) e surtir (produzir efeito)
Soar (produzir som) e suar (transpirar)
Sustar (suspender) e suster (sustentar)
Tráfego (trânsito) e tráfico (comércio ilegal)
Vadear (atravessar a vau) e vadiar (andar ociosamente)
Na Língua Portuguesa, os tempos verbais são responsáveis por indicar o momento em que uma ação transmitida pelo verbo ocorre, e são estruturados nos modos verbais. Eles podem ser simples, quando formados por apenas uma forma verbal, ou podem ser compostos, quando são formados por um verbo auxiliar e um verbo principal.
Eles são responsáveis por indicar o exato momento de uma determinada ação verbal, e tal momento pode acontecer em diversos tempos, como algo que está em conclusão, concluído ou caminhando para a conclusão. De forma resumida, o tempo verbal é determinado pela relação que se mantém entre o momento em que o indivíduo fala e a ocorrência do fato expresso pelo verbo.
Os tempos verbais indicam o presente ao se referirem a algo que acontece no momento em que se fala; indicam o futuro ao se referirem a algo que acontecerá após o momento em que se fala e indicam o passado, conhecido também como pretérito, ao se referirem a algo que acontecer antes do momento em que se fala.
Tempos verbais do modo indicativo
Os tempos verbais do modo indicativo são responsáveis por transmitir ações certas e reais.
Presente do indicativo
É responsável por indicar uma ação que ocorre no mesmo momento em que é contada. Também pode indicar um estado permanente ou ação habitual. Exemplo: Como está na escola, ele estuda diariamente.
Pretérito perfeito do indicativo
Indica uma ação ocorrida num momento do passado, que já foi concluída. Exemplo: Ele estudou muito no fim de semana passado.
Pretérito imperfeito do indicativo
Indica tanto uma ação passada frequente, quanto uma ação que tem continuidade e duração no tempo. Exemplo: Quando estava na faculdade, ele estudava todos os fins de semana.
Pretérito mais-que-perfeito do indicativo
Responsável por indicar uma ação ocorrida antes de outra ação passada. Exemplo: Apenas de manhã eu notei que ele estudou a noite toda.
Futuro do pretérito do indicativo
Indica uma ação futura que encontra-se condicionada por outra, sendo consequente dela. Exemplo: Ela estudaria mais se tivesse companhia.
Futuro do presente do indicativo
Indica uma ação que irá ocorrer no futuro. Exemplo: Ele estudará mais a partir de hoje.
Pretérito perfeito composto do indicativo
Indica uma ação passada que prolonga-se até ao momento presente. Exemplo: Ele tem estudado muito para a prova.
Futuro do presente composto do indicativo
Indica uma ação no futuro que estará terminada antes de outra ação no futuro. Exemplo: Ela terá estudado tudo ao fim do dia.
Pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo
Indica uma ação no passado que ocorreu antes de outra ação no passado. Exemplo: Ele já tinha estudado o suficiente.
Futuro do pretérito composto do indicativo
Indica uma ação que poderia ter ocorrido no passado, estando condicionada por outra ação no passado. Exemplo: Ela teria estudado mais se soubesse que repetiria de ano.
Tempos verbais do modo subjuntivo
Os tempos verbais do modo subjuntivo são responsáveis por transmitir ações possíveis, mas que são dependentes de outras.
Pretérito imperfeito do subjuntivo
Indica uma ação responsável por estabelecer uma relação de condição com outra. Exemplo: Ela saberia a matéria toda se ela estudasse mais.
Presente do subjuntivo
Responsável por indicar uma ação hipotética, baseada em suposições e desejos. Exemplo: Seu pai quer que ele estude mais.
Futuro do subjuntivo
Indica uma possível ação, mas que ainda não aconteceu no futuro. Exemplo: As atividades serão mais fáceis quando ela estudar mais.
Futuro composto do subjuntivo
Responsável por indicar uma ação que estará terminada antes de outra ação no futuro. Exemplo: Só poderá sair quando ela tiver estudado tudo.
Pretérito perfeito composto do subjuntivo
Indica uma ação anterior, já concluída no passado. Exemplo: Meu pai não acredita que ela tenha estudado a manhã toda.
Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo
Responsável por indicar uma ação hipotética, anterior a outra ação no passado. Exemplo: Sua nota seria melhor se ele tivesse estudado mais.
Tempos verbais do modo imperativo
A ação expressa pelo imperativo trata-se de um pedido, uma ordem, um convite, um conselho ou uma súplica.
Imperativo negativo
Indica uma ação que pede, suplica, ordena, aconselha,… de maneira negativa. Exemplo: Não estudes mais por hoje!
Imperativo afirmativo
Responsável por indicar uma ação que pede, ordena, suplica, aconselha,… de forma afirmativa. Exemplo: Estuda mais pela parte da tarde!
Tempos primitivos e tempos derivados
Dos tempos verbais vistos acima, alguns são classificados de tempos primitivos, tendo já ocorrência no Latim, enquanto outros são classificados de tempos derivados, formando-se a partir dos tempos primitivos.
Tempos primitivos:
presente do indicativo;
pretérito perfeito do indicativo;
infinitivo impessoal.
Tempos derivados do pretérito perfeito do indicativo:
pretérito mais-que-perfeito do indicativo;
pretérito imperfeito do subjuntivo;
futuro do subjuntivo.
Tempos derivados do presente do indicativo:
presente do subjuntivo;
imperativo afirmativo;
imperativo negativo.
Tempos derivados do infinitivo impessoal:
futuro do presente do indicativo;
futuro do pretérito do indicativo;
pretérito imperfeito do indicativo;
infinitivo pessoal;
gerúndio;
particípio.
Conjugação nos diferentes tempos verbais
Verbo estudar: exemplo de conjugação verbal de um verbo regular da 1.ª conjugação.
Presente do indicativo: (eu) estudo; (tu) estudas; (ele) estuda; (nós) estudamos; (vós) estudais; (eles) estudam.
Futuro do subjuntivo: (quando eu) estudar; (quando tu) estudares; (quando ele) estudar; (quando nós) estudarmos; (quando vós) estudardes; (quando eles) estudarem.
Futuro composto do subjuntivo: (quando eu) tiver estudado; (quando tu) tiveres estudado; (quando ele) tiver estudado; (quando nós) tivermos estudado; (quando vós) tiverdes estudado; (quando eles) tiverem estudado.
Imperativo negativo: não estudes (tu); não estude (ele); não estudemos (nós); não estudeis (vós); não estudem (eles).
Na Língua Portuguesa, as palavras que apresentam pronúncia idêntica mas são escritas de formas diferentes são denominadas palavras homófonas. Tais palavras distinguem-se tanto na forma que são escritas como em significado, porém apresentam fonéticas idênticas.
Exemplos de palavras homófonas
Arrochar e arroxar Não me vou arrochar nesse vestido justo. (apertar com força) Esse soco vai arroxar sua face. (tornar roxo)
Aço e asso Mandei pôr uma porta de aço no armazém. (liga de ferro) Amanhã de manhã asso um bolo para o lanche. (verbo assar)
Apressar e apreçar Vamos apressar o passo, por favor! (tornar mais rápido) O gerente da loja vai apreçar a nova mercadoria. (definir o preço)
Acento e assento A palavra rubrica tem acento? (sinal gráfico) Esse assento está vazio? (cadeira, lugar)
Alto e auto Ele sempre foi muito alto. (comprido, elevado) O artista fez o seu autorretrato. (de si próprio)
Brocha e broxa Use uma brocha para prender o fundo da gaveta. (prego, tacha) Você precisa de uma broxa para caiar esse muro? (pincel grande)
Cem e sem Você pode me emprestar cem reais? (100) Estou sem paciência para essas confusões. (indica falta)
Cerrar e serrar Teve de cerrar os olhos por causa da claridade intensa. (fechar) Você vai serrar essa madeira toda sozinho? (cortar com serra)
Cinto e sinto Parti a fivela do meu sinto. (acessório para as calças) Sinto saudades de você! (verbo sentir)
Cozer e coser Vou cozer uns ovos para o café da manhã. (cozinhar) Minha avó poderá coser sua blusa. (costurar)
Concerto e conserto Nunca vi um concerto da minha banda preferida. (espetáculo musical) Quanto custará o conserto da televisão? (reparação)
Cauda e calda Você pisou a cauda do gato! (rabo) A calda de chocolate ainda está quente! (líquido doce)
Concelho e conselho Minha tia mora em Portugal, no concelho do Porto. (município) Ouve bem o conselho que eu vou te dar! (sugestão)
Concelho e conselho Minha tia mora em Portugal, no concelho do Porto. (município) Ouve bem o conselho que eu vou te dar! (sugestão)
Coxa e cocha Ele tem uma cicatriz enorme na coxa. (parte da perna) Uma cocha é um recipiente feito de um tronco de árvore. (vasilha)
Cento e sento Produzimos cento e cinquenta quilos de morango. (cem) Onde eu me sento? (verbo sentar)
Cerração e serração É perigoso conduzir com esta cerração. (neblina densa) Meu pai trabalha numa serração. (oficina de serrar madeiras)
Caçar e cassar É proibido caçar animais nesta área. (perseguir, capturar) É possível cassar um mandato presidencial? (anular, invalidar)
Cela e sela Não consigo andar de cavalo sem sela. (assento acolchoado) Aquele prisioneiro terá direito a uma cela individual. (pequeno compartimento)
Cheque e xeque Posso pagar com cheque? (documento para pagamento) O rei está em xeque. (risco ou ameaça)
Cesto e sexto Recebi um cesto de frutas dos meus alunos no meu aniversário. (balaio) É o sexto aniversário do meu sobrinho. (6º)
Extrato e estrato Verifique o pagamento no seu extrato bancário. (registro bancário) Existe muita desigualdade nos diferentes estratos sociais da população brasileira. (camada)
Houve e ouve Houve tiroteio no morro ontem à noite. (verbo haver) Minha avó já não ouve bem. (verbo ouvir)
Hera e era O muro está coberto de hera. (planta trepadeira) Era um problema de difícil resolução. (verbo ser)
Laço e lasso Ela adora usar laços no cabelo! (nó com alças) É possível ficar com o estômago lasso? (frouxo, distendido)
Mal e mau Meu sobrinho está passando mal. (antônimo de bem) É muito mau o que está acontecendo? (antônimo de bom)
Passo e paço O meu objetivo são dez mil passos diários. (passada) O Paço Imperial fica no Rio de Janeiro. (palácio)
Senso e censo Que falta de bom senso! (sentido) Onde posso consultar os resultados do último censo? (levantamento estatístico)
Saudar e saldar Todos os dias acordo e vou saudar meus pais. (cumprimentar) Venho saldar minha dívida. (completar um pagamento)
Sessão, seção e cessão Recebi de presente uma sessão fotográfica. (reunião, apresentação), Como posso saber qual é a minha seção eleitoral? (divisão, repartição) A cessão dos bens aos herdeiros legais não foi autorizada. (cedência)
Sena e cena Você costuma jogar na Mega-Sena? (lotaria) A cena do crime está protegida pela polícia. (cenário)
Traz e trás Traz o martelo, por favor! (verbo trazer) Está na parte de trás do armário. (local posterior)
Tachado e taxado O texto foi tachado pela crítica. (apontar defeitos) O imposto foi taxado pelo governo. (tributado, tabelado)
Voz e vós Que linda voz você tem! (som humano) Vós sabeis que isso é mentira. (pronome pessoal)
Vaso e vazo O garoto partiu o vaso com a bola de futebol. (recipiente) Vazo agora mesmo se for preciso. (verbo vazar)
Diferenças entre palavras homônimas, homófonas e homógrafas
Além das palavras homófonas, ainda existem as palavras homógrafas e homônimas perfeitas. Enquanto as palavras homófonas apresentam mesma fonética mas grafias e significados diferentes, as palavras homônimas perfeitas apresentam mesma grafia e mesmo som, porém significados diferentes. Já as palavras homógrafas apresentam a mesma grafia, porém significados e pronúncias diferentes.
Quando o verbo se flexiona em número (singular ou plural) e em pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoa), concordando com o sujeito gramatical, ocorre a concordância verbal. Apesar de parecer uma simples regra, há inúmeros casos específicos que podem confundir o falante, levando-o ao erro.
São exemplos de concordância verbal:
Eu sou alto.
Nós somos altos.
Pedro já tomou banho.
Pedro e Mariana já tomaram banho.
Concordância verbal e concordância nominal
Além de concordância verbal, numa fase acontece também concordância nominal, ou seja, concordância em gênero e número entre o substantivo e os diversos termos da oração que se relacionam com ele.
Casos específicos de concordância verbal
Há inúmeros casos específicos de concordância verbal, apesar de existir a regra básica de concordância verbal com o sujeito gramatical.
Concordância verbal com sujeito simples
Quando apresenta apenas um núcleo, o sujeito é considerado simples. O verbo deverá concordar em número e pessoa com esse núcleo.
O menino gosta de jogar videogame.
Os meninos gostam de jogar videogame.
Eu vi o carro.
Nós vimos o carro.
Concordância verbal com verbos impessoais
A concordância verbal deve ser feita sempre com a 3 ª pessoa do singular quando os verbos não apresentam sujeito, sendo chamados de impessoais.
Havia cadeiras e lugares suficientes para todos (verbos haver)
Faz seis meses que eu o conheci. (verbo fazer)
Chovia todas as noites. (verbos de fenômenos atmosféricos)
Concordância verbal com sujeito composto
Quando apresenta dois ou mais núcleos, o sujeito é considerado composto. O verbo deve concordar em número e pessoa com todos os núcleos, aparecendo sempre no plural.
A Luana e o Ricardo estão namorando.
Ela e ele estão namorando.
Concordância verbal com o verbo ser
Conforme a regra base de concordância verbal, o verbo “ser” estabelece concordância com o sujeito gramatical. Entretanto, sendo um verbo de ligação, em alguns casos estabelece concordância com o predicativo do sujeito.
Sãosete da manhã
Até parece que tudo são flores.
Quem são os pais dessa criança?
Concordância verbal com a partícula se
A concordância verbal é estabelecida com o sujeito paciente quando a palavra “se” é uma partícula apassivadora, variando em número.
Aluga-se casa.
Alugam-se casas.
A concordância verbal é estabelecida sempre com a 3 ª pessoa do singular quando a palavra “se” é uma partícula indeterminadora do sujeito.
Precisa-se de motorista.
Precisa-se de motoristas.
Concordância verbal com os verbos dar, bater e soar
Com os verbos dar, bater e soar, a concordância verbal é feita com o sujeito da oração se for dada ênfase ao substantivo. Sendo dada ênfase ao verbo, a concordância verbal é feita com o numeral.
O relógio da igreja deu oito horas (concordância com o sujeito)
Deram oito horas no relógio da igreja. (concordância com o numeral)
Concordância verbal com o verbo parecer
Nas construções em que o verbo parecer aparece conjugado com um verbo no infinitivo pode acontecer apenas a flexão do verbo parecer ou apenas a flexão do verbo no infinitivo. O erro acontece quando é feita a flexão dos dois verbos em simultâneo.
Os gatos pareciam compreender a dona. (flexão do verbo parecer)
Os gatos parecia compreenderem a dona. (flexão do verbo no infinitivo)
Concordância verbal com haja vista
São aceitos dois tipos de concordância verbal com a expressão “haja vista”. Ou a expressão se mantém inalterada, sempre no singular, ou ocorre flexão do verbo haver em número, ficando haja ou hajam vista. Ambas as formas são corretas.
É necessária uma nova postura, haja vista a injustiça social que ainda ocorre.
É necessária uma nova postura, haja vista as injustiças sociais que ainda ocorrem.
É necessária uma nova postura, hajam vista as injustiças sociais que ainda ocorrem.
Concordância verbal com verbos no infinitivo
Os verbos no infinitivo podem ser utilizados de forma flexionada (infinitivo pessoal) ou de forma não flexionada (infinitivo impessoal).
Sempre que houver um sujeito definido ou quando se quiser definir o sujeito, a concordância verbal deve ser feita com o infinitivo pessoal. Também quando o sujeito da segunda oração for diferente do da primeira e para indicar uma ação recíproca.
Esta pizza é para nós comermos.
O tio não viu os sobrinhos entrarem na escola.
Acho fundamental finalizares o artigo.
A concordância verbal deverá ser feita com o infinitivo impessoal quando não houver um sujeito definido, quando o sujeito da segunda oração for igual ao da primeira oração em locuções verbais e com alguns verbos que não formam locução verbal (ver, sentir, mandar,…)., quando o verbo tiver regência de uma preposição e quando o verbo apresentar um sentido imperativo.
Apenas os médicos conseguiram escrever os relatórios.
Na Língua Portuguesa, o vocativo desempenha a função de invocar, apelar ou chamar. Portanto, o uso do vocativo acontece em situações de comunicação, onde o falante se dirige ao ouvinte, ou seja, quando aquele quem fala nomeia, invoca ou chama a pessoa com quem está falando. Ele pode aparecer no início, no fim ou no meio das orações, porém não possui qualquer relação sintática com os demais termos da frases, pois é independente, não pertencendo nem ao sujeito, nem ao predicado.
O vocativo é usado no discurso direto, geralmente apresentando uma entonação exclamativa ou apelativa. É necessário destacar o vocativo através do uso de vírgulas ou de outro sinal que pontuação que transmita tal destaque, como reticências ou ponto de exclamação. Além disso, o vocativo pode estar acompanhado de interjeições de apelo, onde a interjeição “ó” é a mais utilizada pelos falantes.
Qual é a diferença entre vocativo e aposto?
Frequentemente confundidos, o vocativo e o aposto têm suas diferenças. O vocativo trata-se de um termo independente que não estabelece qualquer tipo de relação sintática com outros termos da frase, enquanto o aposto estabelece uma função sintática com outro termo da frase, relacionando-se com ele.
Exemplos de vocativo
No geral, os vocativos aparecem isolados da frase por uma vírgula, e é comum que estejam no início do enunciado. Por exemplo:
Amigo, você sabe que dia é?
Gente, venha ver isso!
Ricardo e Rafael, já mandei pararem de conversar durante a aula!
Os vocativos também podem aparecer ao final do enunciado. Confira:
Você sabe que dia é, amigo?
Venha ver isso, gente!
Já mandei pararem de conversar durante a aula, Ricardo e Rafael!
Em casos mais específicos, o aposto pode aparecer no meio da frase, entrecortando-a.
Você sabe, amigo, que dia é?
Perceba que, nesse caso, o vocativo aparece entre duas vírgulas. Lembre-se: é um termo isolado da frase.
Exercícios resolvidos
Questão 1 – Em qual alternativa a vírgula não é utilizada para separar o vocativo?
A) Aproveitem a oferta! Estou vendendo, gente!
B) Tivemos algum retorno, gente?
C) Não vi ninguém da escola ultimamente. Você tem visto, Abner?
D) Escute, George.
E) Mas ainda há muitos peixes no aquário, correto?
Resolução
Alternativa E. O termo “correto” não pode ser interpretado como vocativo.
Questão 2 – Assinale a alternativa que apresenta vocativo.
A) Pedro, Rogério e Amanda são melhores amigos.
B) Encontramos o seu namorado ontem, Luana.
C) Eu argumentei, Flávio, mas ele não quis me ouvir.
D) Caetano Veloso, meu cantor preferido, também é compositor.
E) Temos mesmo que ir, papai não espera.
Resolução
Alternativa C. “Flávio” aparece entre vírgulas. Pelo contexto, trata-se do vocativo.
Antes de abordamos o que são os encontros consonantais, precisamos revisar o que é uma consoante. As consoantes configuram-se como fonemas (sons) que atravessam obstáculos do aparelho fonador para que sejam pronunciadas. Há 19 consoantes na nossa gramática: / B /, / C /, / D /, / F /, / G /, / J /, / K /, / L /, / M /, / N /, / P /, / Q /, / R /, / S /, / T /, / V /, / W /, / X /, / Z /.
Na Língua Portuguesa, um encontro consonantal se dá quando ocorre um encontro de duas ou mais consonantes na mesma sílaba, sem a presença de uma vogal intermediária entre elas. Um encontro consonantal, ao contrário dos dígrafos, não está junto para que se forme um fonema único. Os fonemas são próprios e representam, em um encontro consonantal, o mesmo número de letras.
Exemplos de encontros consonantais
Atleta
Bruxa
Preto
Trave
Problema
Pneu
Quais são os grupos de encontros consonantais?
1 – Na mesma sílaba: são denominados de grupos consonantais e têm quase sempre como segunda consoante o L ou o R. Exemplo:
TL: a-tl-ta
BL: blu-sa, bí-bli-a
BR: ru-bro, bra-sil, bri-sa, ca-bra
DR: pa-dre, dri-blar, vi-dro
PL: ple-no
CL: cla-rão, cli-ma, te-cla,
CR: cri-vo, A-cre, la-crar
FL: flo-res-ta, a-fli-ção, ru-flar
FR: fran-go, so-frer, fra-ga-ta, re-frão
GL: gla-di-a-dor, in-glês, a-glu-ti-nar
GR: gru-ta, ne-gro, re-gra
PR: pro-ble-ma, so-pro
PN: pneumonia
TR: tri-pa, a-trás
VR: pa-la-vra
Ainda há aqueles encontros consonantais que não aparecem em muitos vocábulos, como:
GN: gno-mo
PN: pneu-má-ti-co
MN: mne-mô-ni-co
PT: ptialina
PS: psi-co-se
2 – Em sílabas consecutivas: nas sílabas diferentes, cada consoante pertence a uma sílaba. Exemplo:
R/T: Tor-to
P/T: Ap-to
C/C: Con-vic-ção
S/T: Lis-ta
B/S: Ab-so-lu-to
T/M: Rit-mo
C/T: As-pec-to
D/V: Ad-ver-tir
F/T: Af-ta
Algumas exceções à regra:
CH, LH, NH, RR, SS, QU, GU não são grupos consonantais, e sim Dígrafos. Um dígrafo é a reunião de duas letras para a transcrição de um fonema, como, por exemplo, as palavras carro, machado, banheiro, calha e passo.
M e o N pós vocálico também não formam encontro consonantal, pois não são consoantes mas sim sinais diacríticos de nasalização. É o caso de cam-po e son-so.
BL pode determinar a formação de grupos consonantais ou de encontros disjuntos, como no caso de a-bla-ti-vo e do encontro disjunto em sub-li-nhar.
O encontro consonantal também pode ser fonético. A consoante X possui sonoridade de CS, ocorrendo dois fonemas consonantais:
Tipo de texto que visa descrever algo, desde uma pessoa a um objeto ou lugar, animal ou acontecimento, o texto descritivo transmite as qualidades e aspectos de algo ao leitor. Desta forma, o texto descritivo captura as impressões e a partir delas elabora um retrato, tal como uma fotografia cuja revelação se dá através de palavras.
Desde características físicas e/ou psicológicas do que se pretende analisar, as qualidades são fundamentais para a confecção do texto descritivo. São exemplos de tais qualidades altura, textura, localização, função, cor, peso, sensação, comprimento, tempo, dimensões, clima e vegetação, dentre outros.
Quais são as principais características do texto descritivo?
São as principais características do texto descritivo a ausência de ação e relação de anterioridade ou posterioridade entre frases; retrato verbal; predomínio de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas; presença de verbos de ligação; emprego de orações coordenadas justapostas; utilização da enumeração e comparação; verbos flexionados no presente ou no pretérito (passado).
Para que o texto possa transmitir ao leitor o conteúdo que se deseja de maneira compreensível e objetiva, é essencial que ele apresente coerência e coesão, independentemente do tipo textual utilizado.
Acoesãoestá relacionada ao uso adequado das palavras de forma que ocorra uma ligação e complementação entre as partes do texto (períodos e parágrafos). Portanto, determinados elementos devem ser utilizados. A substituição é um deles e consiste na troca de palavras que tenham o mesmo significado para que se evite as repetições. Outras possibilidades são o uso de elipse, com a omissão de determinados componentes; as conjunções, que fazem a ligação entre as orações; e os pronomes pessoais e demonstrativos para se referir às situações ou pessoas já citadas no texto.
A coerênciaconfigura-se como a lógica dos conceitos ou ideias apresentadas. É essencial, por exemplo, que se conheça a fundo o que será descrito no texto a fim de se evitar contradições e redundâncias. Também é importante ter clareza na exposição do conteúdo, para que o leitor possa compreender que o texto quer dizer.
Quais são as diferenças entre o texto descritivo e o texto narrativo?
É comum que se confunda os textos descritivos com os textos narrativos. Desta forma, devemos nos ater às suas diferenças. O texto narrativo apresenta uma sucessão de acontecimentos, uma sequência de ações reais ou imaginárias contadas por um narrador. Já o texto descritivo se resume à descrição física, sensorial ou psicológica em detalhes de algo ou alguém.
Como é a estrutura descritiva?
A descrição apresenta três passos para a construção:
Introdução, onde é apresentado o que se pretende escrever.
Desenvolvimento, onde ocorre a caracterização subjetiva ou objetiva da descrição.
Conclusão: onde ocorre a finalização da apresentação e caracterização de algo.
Quais são os tipos de texto descritivo?
As descrições são classificadas em duas formas, de acordo com a intenção do texto:
Descrição Subjetiva: na descrição subjetiva são apresentas as descrições de algo, evidenciando as impressões pessoais do emissor (locutor) do texto. São exemplos os textos literários repletos de impressões dos autores.
Descrição Objetiva: na descrição objetiva, o texto busca a descrição de forma exata e realista das características concretas e físicas de algo, sem que seja atribuído juízo de valor, ou impressões subjetivas do emissor. São exemplos descrições objetivas os manuais de instrução, os retratos falados e os verbetes de enciclopédias e dicionários.
O uso da pontuação é de suma importância para que a gente transmita emoções e o continuísmo das ideias em um texto. A transmissão das mensagens deve estar de acordo com o contexto.
Com origem no latim e cujo significado é algo implícito, as reticências são um desses sinais gráficos. Utilizadas para dar sentido de continuísmo ao texto, podem aparecer no início, no meio ou no fim de uma oração.
As reticências, em geral, podem indicar tanto a omissão de algo que não foi escrito como um pensamento que ainda não foi concluído. Assim, as reticências configuram-se como um sinal de pontuação que visa demonstrar umainterrupção da oração.
O uso das reticências ainda pode indicar uma citação incompleta, especialmente de outros autores citados, a fim de que se enfatize algum argumento ou ideia. Tal uso das reticências é bastante presente tanto em textos científicos como em textos sobre personalidades que deixaram citações famosas.
Quando devemos usar reticências?
Bastante amplo, o uso das reticências demanda determinada sensibilidade por parte do redator, a fim de que o sinal se inclua da maneira certa nas produções textuais. Assim, deve-se atentar para não cometer exageros.
O sinal de reticências tem presença garantida nas peças publicitárias e nos textos literários, possibilitando que oleitor pense e reflita a respeito do tema proposto. A oração também deve seguir com letra maiúscula se a ideia transmitida antes das reticências estiver concluída.
Exemplos do uso das reticências
Reticências nas indecisões
As reticências podem demonstrar a dúvida em tomadas de decisões, hesitação dos falantes de um discurso ou até mesmo a timidez.
Exemplo: “Não sabia se devia aceitar o convite… Queria ir, mas tinha os seus receios.”
Reticências para realçar discursos
O uso das reticências também pode destacar algo – uma palavra ou expressão – sendo o sinal utilizado antes delas.
Exemplo: “Aquele olhar é… encantador.”
Reticências na interrupção de discursos
As reticências podem ser usadas entre parênteses ou entre colchetes em trechos de citações, ou seja, quando não se apresenta a frase completa do autor.
Exemplo: ““(…) a expansão do terrorismo que mata homens, mulheres e crianças, destrói patrimônio da humanidade, expulsa de suas comunidades seculares milhões de pessoas, mostram que a ONU está diante de um grande desafio.”
No exemplo acima, o discurso não está transcrito na íntegra, pois algumas partes foram omitidas, ficando somente a parte escolhida pelo autor que produziu o texto. Confira o trecho completo:
“A multiplicação de conflitos regionais —alguns com alto potencial destrutivo—, assim como a expansão do terrorismo que mata homens, mulheres e crianças, destrói patrimônio da humanidade, expulsa de suas comunidades seculares milhões de pessoas, mostram que a ONU está diante de um grande desafio.”
Reticências na interrupção das ideias
Em uma narração, as reticências podem ser utilizadas quando um personagem começa a falar sobre uma ideia e a interrompe.
Exemplo: “Quanto às decisões… Fica angustiada só de pensar em tudo o que precisa fazer… Talvez… Amanhã se organize melhor.”
Reticências na transmissão de sentimentos
As reticências podem sinalizar sentimentos facilmente perceptíveis na língua falada (alegria, emoção, tristeza etc).
Exemplo: “Tanto fez por ela… sem ajuda… sozinho… conseguiu!”
Letras maiúsculas ou minúsculas após as reticências
As letras maiúsculas podem ser utilizadas após as reticências quando a ideia que vem em seguida trata-se de uma ideia nova. Entretanto, se o discurso só apresenta uma pausa e a ideia prossegue, deveremos escrever com letra minúscula.
Exemplo:
Gustavo sorriu… Resolveu perguntar sobre seu primo.
A concordância nominal é responsável pela concordância entre o gênero e o número que deve ocorrer entre um nome (o substantivo) e outros termos da sentença que o modificam (artigos, adjetivos, pronomes e numerais). Também há casos específicos que podem gerar dúvidas, como por exemplo nas expressões “menos”, “é proibido”, “anexo”, “meio” etc.
Como a concordância nominal ocorre?
Quando o substantivo é acompanhado por outros termos em uma oração, há a necessidade de concordância entre eles. Os termos que acompanham o substantivo precisam estar de acordo com ele em gênero (masculino ou feminino) e em número (singular ou plural). A regra mais comum na gramática a respeito do gênero e do número dos substantivos é a de terminação das palavras de acordo com tais características:
Masculino
Singular – o Plural – os
Feminino
Singular – a Plural – as
Observe a oração a seguir:
Meu sobrinho é esperto.
(pronome + substantivo + verbo + adjetivo)
Caso o substantivo da frase passe para o feminino, os termos que o acompanham terão que fazer a mesma transição para que haja concordância nominal. Veja:
Minha sobrinha é esperta.
(pronome + substantivo + verbo + adjetivo)
O mesmo acontece se alterarmos o número do substantivo (do singular para o plural):
Minhas sobrinhas são espertas.
(pronome + substantivo + verbo + adjetivo)
O substantivo pode acompanhar artigos, adjetivos, pronomes e numerais. Tais termos devem estar de acordo com o gênero e o número do substantivo que acompanham. Apesar de certas palavras não seguirem a terminação mais comum (-o, -a, -os, -as), a regra da concordância nominal tende a ser a mesma sempre: o número e o gênero do substantivo definem o gênero e o número dos termos que o modificam.
Casos específicos de concordância nominal
Existem certos casos específicos de concordância nominal que costumam gerar dúvidas em muitas pessoas. São exemplos:
Os termos “é necessário”, “é proibido” e suas variações
Quando se trata especificamente desses termos, os adjetivos deles podem permanecer invariáveis se não houver artigo explicitando o gênero e o número do substantivo a que eles se referem:
É proibido permanência de crianças.
É necessário resiliência.
É permitido comercialização de mercadorias neste local.
No entanto, caso outros elementos acompanhem o substantivo, os adjetivos devem concordar em gênero e número:
É proibida a permanência de crianças.
É necessária muita resiliência.
É permitida a comercialização de mercadorias neste local.
A palavra “meio”
Quando a palavra “meio” assume função de adjetivo, ela precisa estar de acordo com o substantivo que qualifica:
Você é cheio de meias verdades.
Já passa de meio-dia e meia [hora].
Eles têm um milhão e meio [milhão] de razões.
Tome cuidado para não confundir com o advérbio “meio”, que não flexiona:
A esposa está meio nervosa. (“meio” altera o adjetivo “nervosa”, e não o substantivo “esposa”, por isso exerce função de advérbio e é invariável)
A palavra “anexo”
A palavra “anexo” (sem preposição), ao funcionar como adjetivo, varia conforme o substantivo acompanhante:
A planilha anexa contém o relatório elaborado.
O arquivo anexo contém o relatório elaborado.
As planilhas anexas contêm vários relatórios.
Os arquivos anexos contêm vários relatórios.
A construção “em anexo” já é aceita por alguns gramáticos, permanecendo invariável. Contudo, algumas adaptações ocorrem:
Na planilha em anexo está o relatório elaborado.
No arquivo em anexo está o relatório elaborado.
Os relatórios estão nas planilhas em anexo.
Há diversos relatórios nos arquivos em anexo.
A palavra “menos”
Por se tratar de palavra invariável, “menos” sempre será escrito dessa forma, ainda que acompanhe um substantivo no feminino. A palavra “menas”, portanto, nãoexiste.
Ele tinha menos blusas do que ela.
Cores
A concordância que envolve cores costumar deixar muita gente em dúvida. As cores, na regra geral, devem concordar com o substantivo a que se referem, quando são variáveis:
A pasta é roxa.
Os tecidos são azuis.
Caso o nome da cor faça referência a um substantivo (verde, laranja etc.), a cor é invariável.
As pastas são verdes.
Os tecidos são laranjas.
Quando o nome da cor é constituído de dois adjetivos (o segundo envolvendo tonalidades), costuma-se deixar o primeiro invariável na forma do masculino e o segundo fazendo a concordância:
A pasta é amarelo-clara.
Os tecidos são azul-escuros.
Porém, se o segundo adjetivo fizer referência a um substantivo, voltamos à regra da cor ser invariável.
As pastas são verde-água.
Os tecidos são azul-oceano.
Exercícios de concordância nominal
Questão 1
Assinale a alternativa em que, pluralizando-se a frase, as palavras destacadas permanecem invariáveis:
a) Este é o meio mais exato para você resolver o problema: estude só.
b) Meia palavra, meio tom – índice de sua sensatez.
c) Estava só naquela ocasião; acreditei, pois em sua meia promessa.
d) Passei muito inverno só.
e) Só estudei o elementar, o que me deixa meio apreensivo.
Resposta: Alternativa “e”. Quando meio, bastante, caro, barato e só exercerem função de advérbio na oração, não sofrerão variação quanto ao número e ao gênero.
Questão 2
Há concordância nominal inadequada em:
a) clima e terras desconhecidas;
b) clima e terra desconhecidos;
c) terras e clima desconhecidas;
d) terras e clima desconhecido;
e) terras e clima desconhecidos.
Resposta: Alternativa “c”. Quando os substantivos estiverem no plural e forem de gêneros diferentes, o adjetivo, na função de adjunto adnominal, concordará com o mais próximo ou irá para o masculino plural: terras e clima desconhecidos.
Termo constituinte de uma oração, a locução adverbial pode assumir a função de advérbio e, por este motivo, é importante entender qual é a sua importância. A locução adverbial altera os sentidos de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio.
A locução adverbial é amplamente utilizada tanto na modalidade escrita, como na modalidade oral. É chamado de locução adverbial um conjunto de duas ou mais palavras que, ao se agruparem, acabam desempenhando a função de advérbio, podendo assim alterar o sentido de um adjetivo, de um verbo ou de um advérbio.
As locuções adverbiais são formadas por uma preposição e um substantivo, na maioria das locuções. Porém, determinadas locuções adverbiais também são formadas por adjetivos ou advérbios, como por exemplo:
Preposição + advérbio: por ali
Preposição + substantivo:de novo
Preposição + adjetivo:em breve
Observe como tais locuções adverbiais podem aparecer nas orações:
Tia, você pode me mostrar o desenho de novo? (de novo = novamente)
Em breve o cachorrinho dele estará em casa. (em breve = brevemente)
Observe a classificação das locuções adverbiais:
♦ Locução adverbial de tempo: logo mais, em breve, à noite, à tarde, pela manhã, por vezes, de tempos em tempos etc.
À tarde iremos ao shopping com eles.
♦ Locução adverbial de lugar: por perto, em cima, ao lado, à direita, à esquerda, para dentro, para fora etc.
Os professores querem os alunos sempre por perto.
Locução adverbial de afirmação: por certo, com certeza, sem dúvida, de fato, na verdade etc.
Com certeza ela levará várias malas à viagem!
♦ Locução adverbial de negação: de modo algum, de forma alguma, de maneira nenhuma etc.
De forma alguma tivemos o intuito de enganar a ele.
♦ Locução adverbial de modo: ao contrário, às pressas, em silêncio, de cor, às claras, à toa, em geral etc.
O médico permaneceu em silêncio durante toda a operação.
♦ Locução adverbial de quantidade: de pouco, de muito, de todo, em excesso etc.
O corredor passou mal pois fez atividade física em excesso.
Exemplos de locução adverbial
O caderno está à esquerda da luminária.
O caminho é por ali.
Minha mãe foi caminhar no calçadão pela tarde.
Quem sabe se tudo não acabará bem.
Choverá em breve.
Em silêncio, os professores prosseguiram suas aulas.
Tudo, sem dúvida, se resolverá!
De modo algum ela poderá contar com sua participação.
Na Língua Portuguesa, o hiato acontece quando duas vogais se encontram em uma palavra mas são separadas na separação silábica.
São exemplos de hiato:
Pa-ra-í-ba
Sa-ú-de
La-go-a
Ma-es-tro
So-ar
Bu-ro-cra-ci-a
E-pi-de-mi-a
Hi-e-na
Ma-re-si-a
Te-a-tro
Fi-el
Se-ri-a-do
Mo-e-da
E-lo-gi-o
U-ni-cór-ni-o
Xin-to-ís-mo
Ti-a
Zo-dí-a-co
Te-o-ri-a
Zo-o-ló-gi-co
Vo-o
Ur-gên-ci-a
Vi-a-gem
Se-rei-a
Pi-o-lho
Ju-iz
Fa-ís-ca
Vo-o
Do-er
Ál-co-ol
Ju-í-zo
Su-a-do
Ba-ú
Ra-i-nha
Tra-í-do
Vi-ú-vo
A-or-ta
Ru-í-do
Co-or-te
Ti-o
Le-al
Anu-i-da-de
Pre-en-cher
Mo-i-nho
Hi-a-to
La-go-a
Lu-a
Po-e-sia
Se-re-i-a
Fi-el
Con-te-ú-do
Pi-a-no
A-men-do-im
Ru-im
Vi-a-gem
Pi-o-lho
A-é-re-o
Ca-o-lho
Sa-ú-de
A-in-da
Se-ri-a-do
Tra-i-dor
Ru-í-na
Pa-ís
Di-ur-no
Bu-ro-cra-ci-a
Co-e-lho
Jo-e-lho
Re-e-le-ger
Co-o-pe-rar
Cru-el
Di-a
Hiato, ditongo e tritongo
Existem três tipos de encontros vocálicos. São eles o hiato, o ditongo e o tritongo. Vale recordar que encontro vocálico trata-se do encontro de vogais ou semivogais (sons vocálicos pronunciadas com menos força) em uma palavra, sem a presença de consoantes entre elas.
Os hiatos configuram-se como o encontro de duas vogais em sílabas diferentes. São exemplos de hiato: piada (pi-a-da), piolho (pi-o-lho) e moeda (mo-e-da).
Os ditongos configuram-se como o encontro de uma vogal com uma semivogal na mesma sílaba. São exemplos de ditongo: caixa (cai-xa), beijo (bei-jo) e sabão (sa-bão).
Os tritongos configuram-se como o encontro de uma semivogal, uma vogal e uma semivogal na mesma sílaba. São exemplos de tritongo: Paraguai (Pa-ra-guai), saguão (sa-guão) e iguais (i-guais).
Diferença entre hiatos e ditongos
Apesar dos hiatos e ditongos se tratarem de encontros vocálicos, os hiatos são separados no momento da separação de sílabas. As vogais permanecem na mesma sílaba e não se separam no ditongo. Por exemplo: peixe (pei-xe), mãe (mãe), herói (he-rói). Já no hiato, cada vogal permanece em uma sílaba diferente. Por exemplo: rainha (ra-i-nha), iate (i-a-te), país (pa-ís).
Pronome pode ser definido como palavras que pertencem a uma classe de palavras que pode ser utilizada na substituição do substantivo. A finalidade do pronome é indicar a pessoa do discurso, bem como situar no tempo e no espaço sem que o seu nome seja utilizado.
O pronome pode ser dividido em dois tipos: pronomes adjetivos, aqueles que acompanham ou modificam os substantivos, como no exemplo: “Meu boné é verde, aqueles bonés são pretos”; pronomes substantivos, que desempenham a função de substantivo, como no exemplo “Ele é meu namorado”. Assim, os pronomes podem ser pronomes interrogativos, pronomes oblíquos, pronomes relativos, pronomes demonstrativos, pronomes indefinidos, pronomes possessivos, pronomes pessoais e pronomes de tratamento. Tais pronomes sofrem variações com relação ao número, gênero e pessoa. A seguir, aprenda o que é pronome adjetivo.
O pronome adjetivo é utilizado a fim de se modificar o substantivo que acompanha, como um adjetivo. Sempre que o pronome adjetivo consta em uma oração ele acompanha um determinado substantivo, concordando sempre em número, pessoa e gênero. Por exemplo, “Estão as coisas em minha mala azul”. Nessa oração, o pronome “minha” determina “mala”. Outro exemplo: “Por outras regiões te procurei”. “Outras” é o pronome adjetivo que determina o substantivo “regiões”.
Pronome Adjetivo X Pronome Substantivo
O pronome adjetivo acompanha o substantivo em uma oração, e o pronome substantivo substitui o substantivo. Por exemplo: “Vitor entende linguagem de sinais” passaria para: “Ele entende linguagem de sinais”, onde o pronome substantivo “ele” substitui o substantivo próprio “Vitor”.
Exemplos de pronome adjetivo
Meu cunhado chega hoje ao Brasil. (O pronome adjetivo meu determina o substantivo comum cunhado.)
Suas perguntas serão respondidas pelo advogado. (O pronome adjetivo suas determina o substantivo comum perguntas.)
Aqueles alunos passaram na prova com distinção. (O pronome adjetivo aqueles determina o substantivo comum alunos.)
Este manual é muitíssimo indicado. (O pronome adjetivo este determina o substantivo comum manual.)
O predicativo do objeto configura-se como o elemento que atribui um estado, uma característica ou uma qualidade ao objeto. Ele é usado quando o predicado é verbo-nominal e funciona como núcleo nominal do predicado.
Exemplos:
O diretor deixou Maria desconsolada.
Acho a sua didática incrível!
Predicado verbo-nominal, por sua vez, trata-se do predicado que apresenta dois núcleos. Em um deles consta um verbo transitivo e no outro consta um nome (predicativo) e o verbo é de ligação.
Exemplo: A população considera o parque exuberante.
A população = sujeito considera o parque excelente = predicado considera = verbo transitivo o parque = objeto direto exuberante = predicativo
O predicativo do objeto quase sempre ocorre com o objeto direto. Isso quer dizer que é possível que o predicativo do objeto atribua uma característica a um objeto indireto, ainda que com muito menos frequência. Isso acontece apenas com o verbo chamar.
Exemplo: Chamou-lhe de infeliz e saiu porta afora.
Predicativo do Objeto x Adjunto Adnominal
O objeto por vezes é confundido com o adjunto adnominal. Basta substituir o objeto direto por um pronome substantivo para afastar a dúvida. Se nessa alteração a característica que não se sabe se é predicativo do sujeito ou adjunto adnominal manter-se, trata-se de predicativo.
O predicativo do objeto ocorre somente em predicados verbo-nominais, ou seja, em predicados que apresentam dois núcleos: um verbal e um nominal. O núcleo verbal do predicado é um verbo transitivo ou intransitivo (direto, indireto ou direto e indireto). O núcleo nominal do predicado é um substantivo, adjetivo ou locução adjetiva.
Exemplos:
1) A noiva deixou Cristiano triste. (triste = predicativo do objeto ou adjunto adnominal?)
A noiva deixou-o triste. (predicativo do objeto)
2) A noiva disse palavras tristes. (triste = predicativo do objeto ou adjunto adnominal?)
A noiva disse-as. (adjunto adnominal)
Exercícios
1) Indique o predicativo do objeto nas orações abaixo:
a) Consideraram o trabalho árduo. b) Agora era a vez de Mateus deixar a esposa enciumada. c) O juiz considerou o réu culpado. d) A diretora deixou os alunos nervosos. e) Chamam a polícia de corrupta.
Resposta: a) árduo; b) enciumada; c)culpado; d)nervosos e) corrupta
2) Indique a oração em que ocorre predicativo do objeto.
a) Estas são as roupas sujas. b) Levou a pasta vermelha. c) O motorista chega atrasado todos os dias.
Configura-se como norma culta o conjunto dos padrões linguísticos comumente utilizados pela parcela mais escolarizada da população. Trata-se da variação linguística usada por aqueles que vivem em meios urbanos e que possuem elevado nível de escolaridade, em situações formais e monitoradas de comunicação escrita ou falada.
Características da norma culta
A norma culta é utilizada em situações monitoradas e formais de comunicação. Ela impõe a correção gramatical, utilizando um rigoroso uso das normas gramaticais. Essa linguagem é elaborada e cuidada, privilegiando a utilização de estruturas sintáticas complexas e de um vocabulário rico e diversificado, com pronúncia das palavras feita de forma clara e correta. A norma culta é o registro ensinado nas escolas, e configura-se mais prestigiado e erudito.
O domínio da norma culta reflete-se na modalidade escrita da língua, fazendo o uso devido da acentuação, da pontuação, da concordância, da colocação pronominal e da regência, entre outros.
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Exemplos de uso da norma culta
Regência verbal com a preposição adequada:
Ela nunca ouve ao pai.
Eles assistiram ao jogo de vôlei separados.
Colocação pronominal em ênclise no início da oração:
Levante-se e vamos seguir em frente.
Dá-me o pente, por gentileza.
Uso correto das várias pessoas gramaticais:
Ele quer ir contigo. Tu vais a que horas?
Observe isso com atenção e depois diga se você compreendeu tudo.
Utilização de palavras sem estarem abreviadas ou contraídas:
está (e não tá);
para (e não pra);
você (e não cê).
Fazer uso norma culta de uma língua é uma competência bastante valorizada no mercado de trabalho, pois o domínio da norma culta possibilita ao indivíduo comunicar com eficiência, desenvoltura e precisão.
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Qual é a diferença entre a norma culta e a norma-padrão?
Apesar da norma culta e da norma-padrão serem próximos, sendo inclusivamente usados muitas vezes como sinônimos, elas referem-se a normas distintas.
A norma-padrão configura-se como a norma gramatical, com base na gramática tradicional e normativa, atuando como um modelo idealizado que visa padronizar aa língua escrita. Já a norma culta trata-se da variação que mais aproxima-se de tal padrão.
Norma culta e variação linguística
Existem diversas variações linguísticas no Português, fruto da existência de distintos grupos sociais, com diferentes graus de escolarização, que apresentam diferentes hábitos linguísticos. O resultado é a pluralidade de normas.
De todas essas normas, a norma culta é considerada a mais conceituada, sendo percebida como uma linguagem culta e erudita, usada por um grupo de pessoas da elite, pertencentes à camada mais favorecida e escolarizada da população.
Uma vez que todas as variações linguísticas usufruem desse mesmo prestígio, muitas sofrem preconceito linguístico, sendo consideradas menos cultas e até mesmo incorretas. É fundamental o entendimento e a aceitação de que todas as variedades linguísticas são fatores de enriquecimento e cultura, não devendo ser tratadas como erros ou desvios.
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Qual é a importância de escrever da forma correta na literatura?
Ao escrevermos usando norma culta, estamos nos comunicando com o público na linguagem padrão do país. Tal padrão tem a finalidade de facilitar a compreensão, minimizando as diferenças na maneira que cada um tem de se expressar.
Um exemplo clássico de como a gramática pode nos ajudar a interpretar um texto de maneira adequada é através do uso das vírgulas. Apesar de existir a concepção errada de que a função da vírgula é determinar as pausas em nossa fala, o real objetivo da vírgula é organizar as orações dentro de uma frase. Ao você mudar uma vírgula de lugar, todo o significado pode ser alterado. Observe a diferença entre os seguintes pares de frases:
Igor, o diretor da escola, ligou.
Igor, a diretora da escola ligou.
Ambas as frases estão corretas, entretanto transmitem informações diferentes. Na frase 1, “Igor” é o sujeito da oração. Ele é o diretor da escola e fez uma ligação. Na frase 2, por sua vez, “Igor” é um vocativo. O interlocutor está avisando ao Igor que o diretor da escola ligou.
Vou ali comer gente.
Vou ali comer, gente.
Podemos observar uma alteração de significado da mesma natureza nesse par de frases. Na frase 1, observamos um caso de canibalismo. Na frase 2, o interlocutor está avisando às pessoas que vai fazer uma refeição.
Apesar da existência de situações onde desviar da norma culta seja adequado, é essencial que você aprenda como escrever certo se deseja se comunicar de maneira precisa e eficiente com seus leitores.
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Como aprender a escrever e falar conforme a norma culta?
Para aprender a escrever e falar seguindo a norma culta, é imprescindível ler muitos textos que fazem uso das regras da norma culta. Também é necessário ter senso crítico e sede de conhecimento para sempre analisar seus erros e tentar melhorar.
A maioria das pessoas, por exemplo, não sabe como fazer o uso correto das crases nas orações. Aqui vão algumas dicas para não errar mais:
A crase é a junção da preposição “a” com o artigo feminino “a”. Ao invés de falar “a” duas vezes seguidas, juntamos os dois em uma palavra só. Por isso, uma das ocasiões em que usamos a crase é quando o verbo da oração exige a preposição “a” e, em seguida, há um artigo com substantivo “a”. Por exemplo:
Pedro levou sua prima à faculdade.
Uma maneira simples de conferir se a frase leva crase é substituindo o substantivo feminino por um masculino, que é antecedido pelo artigo “o”. Observe:
João levou sua prima ao mercado.
Como você pode observar, a junção da preposição “a” com o artigo “o” é “ao”. Quando você realizar essa substituição e encontrar um “ao”, é sinal de que a frase original, com substantivo feminino, leva crase.
Esse é apenas um exemplo de erro gramatical comum. A melhor forma é realizar uma correção ortográfica em seus textos, observar quais erros você cometeu e, em seguida, pesquisar as regras gramaticais referentes. Só assim você aprenderá como escrever seguindo a norma culta da Língua Portuguesa.
Orações Subordinadas: Substantivas, Adjetivas e Adverbiais
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São orações subordinadas aquelas que exercem uma função sintática em relação à oração principal. São estabelecidos dois tipos de períodos na gramática da língua portuguesa. São eles o período composto por coordenação e o período composto por subordinação. O período composto por coordenação é formado exclusivamente por orações independentes e sem dependência sintática. Já o período composto por subordinação é formado por duas ou mais orações, sendo uma a principal e a outra subordinada pois depende sintaticamente dela.
No geral, a oração independente sintaticamente tem sentido e constitui-se em um texto. Confira o exemplo:
“A chuva caiu”
A oração “a chuva caiu” é independente, pois ela tem sentido próprio. Entretanto, se essa oração for inserida em uma camada gramatical inferior em relação à outra oração, ela não será mais independente. Confira:
“Todos se molharam quando a chuva caiu.”
Note que escrita de tal forma, a oração apresenta a seguinte estrutura sintática:
Oração principal = Todos se molharam Oração subordinada = quando a chuva caiu
A oração “quando a chuva caiu” tem uma relação de dependência e exerce uma função sintática em relação à oração principal.
Neste caso, a oração independente “a chuva caiu” transportou-se do nível sintático de independência para exercer a função sintática de oração subordinada adverbial temporal, uma vez que tem valor de advérbio e exprime o aspecto circunstancial de “tempo” em relação ao núcleo verbal “molharam” da oração principal.
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Podemos reconhecer a subordinação da oração “quando a chuva caiu”, que passou a funcionar como membro dependente da oração principal, através da palavra “quando” que a introduziu. O “quando” configura-se como uma conjunção subordinativa temporal.
Desta forma, as orações subordinadas são gramaticalmente classificadas de acordo com a função sintática, ou seja, se são termos essenciais, integrantes ou acessórios, que exercerem em relação à oração principal.
As unções sintáticas que as orações subordinadas podem exercer são: objeto direto, objeto indireto, sujeito, predicativo do sujeito, complemento nominal, aposto, adjunto adverbial e adjunto adnominal. Assim, as orações subordinadas têm valor de adjetivos, substantivos e advérbios e, por isso, são classificadas como orações subordinadas substantivas, orações subordinadas adjetivas e orações subordinadas adverbiais. As orações subordinadas têm especificidades gramaticais dentro das unidades sintáticas.
Período composto por orações subordinadas substantivas
Asorações subordinadas substantivas apresentam valor de substantivo e exercem a função sintática de objeto direto, objeto indireto, sujeito, predicativo do sujeito, aposto ou complemento nominal em relação à oração principal.
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Geralmente as orações subordinadas substantivas são iniciadas com conjunções subordinativas “se” e “que”. O “se” é empregado quando o verbo exprime duvida e, em alguns casos, quando as orações são iniciadas por pronome ou advérbio exclamativo ou interrogativo. Já o “que” é empregado quando o verbo exprime certeza.
Confira abaixo exemplos dos tipos de orações subordinadas, de acordo com a sua função sintática:
apositivas: são as orações que exercem função sintática de aposto em relação à oração principal. Exemplo: Dei a ele um conselho: (que) seguisse seu rumo na vida.
completivas nominais: são as orações cuja função é exercer o complemento nominal em relação à oração principal. Exemplo: Tinha convicção de que ela era a culpada.
objetivas diretas: são as orações que exercem a função de objeto direto do núcleo verbal da oração principal. Exemplo: Acreditamos que a senhora deve trabalhar pela tarde.
objetivas indiretas: são as orações que exercem a função de objeto indireto do núcleo verbal da oração principal. Exemplo: Convenceu-o de que o problema era passageiro.
predicativas: são as orações que exercem a função de predicativo do sujeito da oração principal. Exemplo: A verdade é que todos foram negados.
subjetivas: são as orações que exercem a função de sujeito em relação à oração principal. Exemplo: Consta que as dívidas já foram pagas.
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Período composto por orações subordinadas adjetivas
As orações subordinadas adjetivas, como o nome sugere, são aquelas que têm valor de adjetivo em relação à oração principal e, consequentemente, determinam o substantivo antecedente.
As orações subordinadas adjetivas apresentam valores semânticos diferentes. Para que você entenda melhor tais valores, vamos simular uma reunião de professores em situação comunicativa. A coordenadora pedagógica afirma:
Fala 1: – Nesse currículo escolar, se todos concordarem, vamos adotar um novo projeto pedagógico. Os alunos que têm dificuldade com química terão aulas extras.
A segunda frase dita pela coordenadora pedagógica tem a seguinte estrutura sintática: oração principal = Os alunos oração subordinada adjetiva = que têm dificuldade com química oração principal = terão aulas extras
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Na fala 1, quem “terá aulas extras”? A coordenadora pedagógica tem como objetivo planejar aulas extras somente para alguns alunos. No caso apresentado aqui, aqueles que têm dificuldade com química.
A mesma frase dita pela coordenadora pedagógica foi reescrita de outra forma e, agora, entre vírgulas. Veja:
Fala 2: Os alunos, que têm dificuldade com química, terão aulas extras.
Observe que, com a fala 2 escrita de tal forma, mudou-se o objetivo da coordenadora pedagógica, já que quem “terá aulas extras” agora serão todos os alunos.
Ambos os casos apresentam orações subordinadas adjetivas com valor de adjetivo e que modificam o substantivo “alunos”. A fala 1, porém, é uma oração subordinada adjetiva restritiva pois particulariza o sentido do substantivo. Já a fala 2 configura-se como uma oração subordinada adjetiva explicativa pois universaliza o sentido do substantivo.
Desta forma, as orações subordinadas adjetivas são classificadas em:
•adjetiva restritiva: são as orações que particularizam o sentido do substantivo ou do pronome e ligam-se sem vírgulas ao antecedente;
•adjetiva explicativa: são as orações que universalizam o sentido do substantivo ou do pronome antecedente e estão entre vírgulas.
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Período composto por orações subordinadas adverbiais
Asorações subordinadas adverbiais têm valor de advérbio ou de locução adverbial e apresentam função sintática de adjunto adverbial em relação ao núcleo verbal da oração verbal. As orações adverbiais expressam diversas circunstâncias diante da oração principal e são classificadas como:
proporcionais: são orações proporcionais aquelas que expressam a circunstância de proporção de algo apresentado na oração principal e são iniciadas com conjunções subordinativas proporcionais. Exemplo: Conforme aproximava-se o dia da prova final, a tensão de Renan aumentava.
condicionais: são orações condicionais aquelas expressam a circunstância de condição de algo apresentado na oração principal e iniciam-se com conjunções subordinativas condicionais. Exemplo: Iremos ao rodízio japonês hoje, se não chover.
conformativas: são orações conformativas aquelas que expressam a circunstância de conformidade entre algo apresentado nelas e na oração principal, e são iniciadas com conjunções subordinativas conformativas. Exemplo: Conforme prometeu, pagará a dívida ainda hoje.
temporais: são orações temporais aquelas que expressam a circunstância de tempo de algo apresentado na oração principal e são iniciadas com conjunções subordinativas temporais. Exemplo: Fico empolgado sempre que viajo para o Recife.
finais: são orações finais aquelas que expressam a circunstância de finalidade de algo apresentado na oração principal e são iniciadas com conjunções subordinativas finais. Exemplo: João fez de tudo para que sua filha estudasse na Itália.
consecutivas: são orações consecutivas aquelas que expressam a circunstância de consequência de algo apresentado na oração principal e são iniciadas por conjunções subordinativas consecutivas. Exemplo: Andou tanto que cansou-se.
comparativas: são orações comparativas aquelas que expressam a circunstância de comparação de algo apresentado na oração principal e são iniciadas com conjunções subordinativas comparativas. Exemplo: Guilherme estuda como um louco.
causais: são orações causais aquelas que expressam a circunstância de causa de algo apresentado na oração principal e são iniciadas com conjunções subordinativas causais. Exemplo: Não compareceu à reunião de família pois viajou.
concessivas: são orações concessivas aquelas que expressam a circunstância de concessão de algo apresentado na oração e são iniciadas com conjunções subordinativas concessivas. Exemplo: Fernando não notou nada, embora estivesse atento.
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Exercício
Assinale a única alternativa que possui uma oração subordinada adjetiva restritiva:
a) ( ) As crianças que não ganharam presentes choraram muito.
b) ( ) Meu pai, que sempre me apoiou, merece todo meu amor.
c) ( ) O livro, que conquistou o país todo, tornou-se um best-seller.
d) ( ) As pessoas, que visitavam a cidade, hospedaram-se no famoso hotel Copacabana Palace.
e) ( ) As flores, que são colhidas ao amanhecer, compõem o famoso perfume francês.
Substantivo é o termo responsável por nomear objetos, seres, lugares, ações, etc. Existem 9 tipos de substantivos: próprio, comum, abstrato, coletivo, concreto, composto, simples, derivado e primitivo. Os substantivos são flexionados em gênero, número e grau. As palavras da Língua Portuguesa são classificadas entre dez classes gramaticais: preposição, pronome, interjeição, artigo, substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, conjunção e numeral. Dentre todas , a mais numerosa é a dos substantivos.
O substantivo é uma classe de palavras responsável por nomear seres, objetos, ações, sentimentos, lugares, ideias, etc. São flexionados em gênero, número e grau e classificados por tipos, por exemplo: substantivo comum, substantivo coletivo e substantivo próprio. Desta forma, podemos classificar o significado de “substantivo” como uma variável que existe para dar nome:
às pessoas (José, Carlos, João, Maria…); às qualidades (a beleza da natureza, a teimosia da garota, a magnitude da vida…);
aos sentimentos (raiva, amor, rancor…);
aos objetos (lâmpada, sapato, caixa, cigarro…);
aos lugares (escritório, apartamento, corredor, rodoviária, Paraguai, Recife…);
aos seres reais e imaginários (duende, fada, gato, cachorro…);
às ações (tapa, corrida, movimento…).
Os substantivos podem ser precedidos por numerais (um menino), pronomes (o menino), ou adjetivos (lindo menino).
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Quais são os tipos de substantivos?
Segundo a norma culta, os substantivos são classificados em nove tipos diferentes: comum, próprio, coletivo, abstrato, concreto, composto, simples, derivado e primitivo.
Substantivo comum
O substantivo comum refere-se a qualquer objeto ou ser de uma determinada espécie sem particularizá-lo. Exemplos:
homem;
cachorro;
vaca;
caneca;
revista;
cidade.
Substantivo próprio
O substantivo próprio particulariza e destaca algum ser em particular dentro de determinada espécie. Geralmente, é escrito com letra maiúscula. Exemplos:
José;
Tailândia;
Sergipe;
Atlético.
Substantivo coletivo
O substantivo coletivo designa um conjunto ou pluralidade de seres da mesma espécie.Exemplos:
fauna;
multidão;
alcateia;
bosque;
manada.
Substantivo abstrato
O substantivo abstrato é responsável por nomear ações, qualidades, sentimentos e estados que dependem de outro ser concreto para que existam. Exemplos:
beleza;
coragem;
ensino;
pobreza;
alegria.
Substantivo concreto
O substantivo concreto nomeia seres que possuem existência própria e independente.Exemplos:
caneta;
mulher;
leão;
zebra.
Substantivo composto
O substantivo composto é formado por mais de um elemento, por meio da “composição de palavras”.Exemplos:
asa-delta;
couve-flor;
guarda-roupa.
Substantivo simples
O substantivo simples representa nomes formados por apenas uma palavra. Exemplos:
areia;
sapato;
ar;
amizade;
cheiro.
Substantivo derivado
O substantivo derivado é formado a partir de outras palavras.
Exemplos:
biblioteca;
noitada;
aguaceiro;
pedregulho.
Substantivo primitivo
Ao contrário do derivado, o substantivo primitivo é único e não deriva de outras palavras, mas pode originar diferentes termos. Exemplos:
revista;
dia;
água;
moita.
Como você pode perceber, é possível que um mesmo substantivo possua diversas classificações diferentes.
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Flexão do substantivo
O substantivo pode flexionar-se em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (diminutivo e aumentativo). Muitas dessas variações já são conhecidas por serem usadas com frequência na nossa rotina. A palavra “macaco”, por exemplo (que é singular e masculina), tem várias versões para indicar:
Plural: macacos.
Feminino: macaca.
Aumentativo: macacão.
Diminutivo: macaquinho.
Como os substantivos são flexionados?
Flexão de gênero
Uma confusão comum entre quem está aprendendo sobre substantivos ocorre geralmente com os conceitos de “gênero” e “sexo”. Os gêneros se referem a todos os substantivos da língua portuguesa, sejam eles dotados de sexo ou não. Por exemplo: o cão, a cadela, a mesa, a mulher, o caderno e o telefone. São considerados masculinos os substantivos que geralmente seguem os artigos:
“o”;
“os”;
“um”;
“uns”.
Os femininos, por sua vez, costumam ser precedidos dos artigos:
“a”;
“as”;
“uma”;
“umas”.
Determinados substantivos que se referem a pessoas ou animais apresentam uma discrepância entre gênero e sexo: “cônjuge”, por exemplo, sempre será uma palavra masculina, mesmo que o termo esteja se referindo a uma pessoa do sexo feminino. O principal instrumento para classificar um substantivo quanto ao gênero é o artigo, responsável por diferenciar quando um substantivo como “estudante” é feminino ou masculino, visto que a palavra em si não deixa isso explícito.
Na língua portuguesa existem dois gêneros e substantivos uniformes e biformes. São chamados de uniformes aqueles que têm uma forma única para ambos os gêneros, como é o caso dos comuns-de-dois, como “estudante”. Neles, o gênero precisa ser diferenciado pelo artigo, caso contrário, será desconhecido. Outros exemplos de substantivos que se comportam assim são:
a maquinista, o maquinista;
o dentista, a dentista;
o agente, a agente;
o colega, a colega;
o cliente, a cliente;
a doente, o doente;
o fã, a fã;
o gerente, a gerente;
a imigrante, o imigrante; e
a jornalista, o jornalista.
São substantivos biformes a maioria daqueles que terminam em “o” e “a”, “ão” ou “ã”, “or”, “ês”, “l” e “z”. Existem também aqueles cuja última sílaba é “esa”, “essa” e “isa” e formações que não se encaixam em nenhum desses grupos.
Dentro dos substantivos biformes existem palavras de formação irregular, como “ator”, “ateu”, “europeu”, “embaixador”, “avô”, “guri”, “rei”, “mandarim”, “judeu”, “galo”, “sultão” e “pigmeu”, por exemplo. Cada um desses tem uma forma particular de se transformar em substantivo feminino, respectivamente “atriz”, “ateia”, “europeia”, “embaixatriz”, “avó”, “guria”, “rainha”, “mandarina”, “judia”, “galinha”, “sultana” e “pigmeia”.
Em tais casos, conhecendo ambas as palavras você conseguirá flexionar seu gênero. As principais substantivos biformes que são exclusivos para cada gênero abaixo:
homem, mulher
genro, nora;
boi, vaca;
cavalheiro, dama;
pai, mãe;
carneiro, ovelha;
zangão, abelha;
bode, cabra;
cavalo, égua; e
cavaleiro, amazona;
Dentre os substantivos biformes existem aqueles que significam coisas distintas quando aplicados em um gênero diferente. Isso é algo importante de se saber porque pode mudar drasticamente o sentido das suas frases. Por exemplo:
Entrou com o capital para se tornar sócio da empresa (dinheiro);
São Paulo não é a capital do Brasil, mas sim sua maior cidade (localização);
José é o cabeça do negócio (chefe);
A minha cabeça está doendo (parte do corpo);
Há muito tempo não ouço o rádio (aparelho); e
Adoro sintonizar essa rádio (estação).
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Flexão de número
A flexão substantiva de número trata-se de colocá-los no singular ou no plural. Na língua portuguesa, o plural de maneira geral é demonstrado com a inclusão da letra “s” no fim das palavras, entretanto há exceções para essa regra. Se o plural de “menino” é “meninos” e o plural de “pessoa” é “pessoas”, a mesma regra não pode ser dita para aquelas palavras que terminam com as letras “al”, “el”, “ol” e “ul”. Nessas devemos trocar a letra “l” por “is”. Desta forma:
jornal – jornais;
papel – papéis;
barril – barris;
anzol – anzóis;
anel – anéis; e
azul – azuis;
Entretanto, como os substantivos são muitos e podem terminar, basicamente, com qualquer letra do idioma existem exceções também naqueles cujas últimas letras são “r” e “z”. Para flexioná-los deve-se adicionar o sufixo “es”:
dor – dores;
amor – amores;
luz – luzes; e
cruz – cruzes;
Se existem paroxítonas terminadas em “s”, o plural é sempre invariável. Por tal motivo palavras como “ônibus” são idênticas quando flexionadas. Substantivos em “x” também não variam, portanto “o xérox” e “os xérox” são a maneira correta de se escrever. Mas caso essas palavras terminadas em “s” sejam oxítonas, elas ganham o sufixo “es” para se tornarem plurais. Pense, por exemplo, em “país” que flexiona-se como “países”.
Todos os substantivos que terminam em “n” formam plural em “es” ou “s”, como “pólen” e “pólens”, por exemplo. Os terminados em “m”, flexionam-se com adição do “ens”, como “armazém” que vira “armazéns”. Tudo terminado em “ão” pode virar “ões”, “ães” ou “ãos”. Depende da palavra que estamos flexionando. “Eleição” vira “eleições”, mas “pão” vira “pães” e “cidadão” vira “cidadãos”.
Flexão de grau
A flexão de grau identifica a grandeza de um determinado substantivo. Ou seja, o seu aumentativo. Ela existe para que não haja a necessidade de se fazer construções como “ele era um boi grande” o tempo todo. E para que possamos, em seu lugar, optar pelo simples “ele era um boizão”. Apesar de comumente criadas com os sufixos “ão” e “ona”, também podem ser feitas com “inho” e “inha”, quando queremos indicar pequeneza.
Portanto, os dois graus do substantivo são aumentativo e diminutivo. Mas ainda que, na flexão, a nossa tendência seja estudá-los enquanto componentes das palavras eles também podem aparecer associados a elas. Uma “menininha” é a forma sintética de dizer “menina pequena”, que, por sua vez, é a forma analítica de expressar a mesma grandeza. Alguns dos exemplos de flexão de grau mais comuns são:
boca – bocarra – boquinha;
amigo – amigão – amiguinho;
moça – mocetona – moçoila; e
povo – povaréu – poviléu.
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A qual área da gramática o substantivo pertence?
Os substantivos pertencem à morfologia, área responsável por estudar a formação, estruturação, flexão e classificação de todas as palavras da língua portuguesa.
Um diferencial dessa área é que ela realiza um estudo detalhado de palavras e termos isolados, e não agrupados em frases, orações ou períodos. A análise morfológica é responsável por catalogar todas as palavras que conhecemos naquelas dez classes gramaticais que você viu na introdução.
Quais são as funções sintáticas dos substantivos?
Você já sabe que a língua portuguesa possui uma quantidade muito grande de substantivos que podem assumir funções diferentes, dependendo do contexto em que se encontram. A função sintática de cada substantivo representa o papel que aquela palavra desempenha dentro de uma oração, levando em consideração todas as outras palavras que o acompanham naquele contexto (diferente da morfologia, que estuda o substantivo sozinho). Sendo assim, o substantivo pode atuar como núcleo dentro das seguintes funções sintáticas:
Sujeito (Antônio foi embora; cigarros causam doenças);
Predicativo (ela é um amor; o primeiro colocado foi Pedro);
Objeto (preciso de um lápis novo; procurei algumas flores lá fora);
Complemento nominal (a leitura do artigo é necessária para a prova);
Vocativo (Mãe, vamos embora!);
Adjunto (o rosto de Luís é muito bonito; comprei arroz no supermercado);
Aposto (Laura, a vítima, desmaiou na hora);
Agente da passiva (Foi assaltado por aquele rapaz).