Dentro das normas gramaticais da Língua Portuguesa, os substantivossão as palavras responsáveis pela nomeação de lugares, seres, sentimentos, noções, qualidades, dentre outros. Assim, os substantivos podem ser flexionados em gênero, número e grau.
Em relação à flexão em grau, são três os graus dos substantivos:
Flexão em grau
Exemplo
Tamanho indicado
grau normal
menino
tamanho normal
grau aumentativo
meninão
tamanho aumentado
grau diminutivo
menininho
tamanho diminuído
Como se dá a Formação do Grau Aumentativo dos Substantivos?
A formação do grau aumentativo se dá por meio de dois processos:
No processo sintético, a formação do grau é feita a junção de sufixos aumentativos;
No processo analítico, a formação do grau é feita a junção de adjetivos que indicam aumento.
Os mesmos processos também acontecem na formação do grau diminutivo dos substantivos.
A formação do grau aumentativo dos substantivos se dá maioritariamente pelo processo sintético, ocorrendo a junção de um sufixo aumentativo a um determinado substantivo.
A formação do grau aumentativo dos substantivos também acontece por meio do processo analítico, onde há a caracterização do substantivo com um adjetivo que indica aumento.
Exemplos de adjetivos que indicam aumento:
enorme;
grande;
colossal;
imenso;
desmedido;
grandíssimo;
gigantesca;
descomunal;
vasto;
Quais são os Outros Usos do Grau Aumentativo?
Muitas vezes o grau aumentativo é utilizado com sentido depreciativo ou pejorativo. Por exemplo:
Na Língua Portuguesa, epiceno é o substantivo responsável por nomear determinados animais. O substantivo epiceno possui apenas um gênero gramatical, ou seja, que não varia gramaticalmente em masculino e feminino.
Confira os exemplos:
O leão;
O jacaré;
A cobra;
A raposa.
Note que os substantivos nos exemplos acima possuem somente um gênero gramatical. Portanto, não há “o raposa” ou “raposo” dentro da norma culta da Língua Portuguesa.
Por mais que tais substantivos possuam somente um gênero gramatical, há, obviamente, animais de ambos os gêneros. Para se fazer referência ao animal especificando-se o sexo, é necessário que se faça uso das palavras “macho” e “fêmea”, como “o macho da cobra” ou “jacaré fêmea”, por exemplo.
Epiceno é a mesma coisa que substantivo sobrecomum e comum de dois gêneros?
Não, pois os substantivos epicenos são aqueles que possuem somente um gênero gramaticale são utilizados para nomear essencialmente animais.
Os substantivos sobrecomuns, por sua vez, são aqueles que também possuem somente um gênero gramatical, mas que são utilizados para nomear indivíduos, como “a pessoa”, que pode estar se referindo tanto a uma mulher como a um homem ou “o assassino”, que também pode indicar alguém de ambos os sexos.
Já os substantivos comuns de dois gêneros são aqueles que, por mais que apresentem apenas uma forma para ambos os sexos, variam quanto ao gênero,devido aosseus determinantes (artigos, adjetivos etc.). Exemplo: “colega”, que pode ser tanto “o colega” quanto “a colega”, mudando-se o determinante, mas mantendo-se a estrutura da palavra intacta.
O discurso indireto, dentro das normas gramaticais da Língua Portuguesa, é aquele que apresenta uma mediação de um narrador. Deste modo, no discurso indireto há um ser em terceira pessoa (o narrador) que conta ao leitor as falas dos personagens disseram (e não os próprios personagens falando).
O discurso indireto tem como principais características:
O narrador falando pelos personagens;
A narração sendo feita em terceira pessoa;
A presença de verbos de locução (ou declarativos): “afirmou, falou, respondeu, argumentou, etc.“;
Tais verbos costumam estar acompanhados de conjunções ou pontuação, separando a fala do narrador da fala da personagem e delimitando o que foi narrado.
Exemplos de Discurso Indireto
Cátia andava tranquilamente pela rua quando se deparou com a formação de uma tempestade. Prontamente, voltou correndo para sua casa, pois havia deixado seu guarda-chuva lá.
Daniel, assim que chegou na escola, aproximou-se de sua colega e foi lhe dizendo que tinha estudado muito para aquela prova de matemática.
Assim que chegaram ao parque do bairro, Celso contou para seus irmãos que estava com vontade de brincar no gira-gira.
Luís e Maria, casados há mais de 10 anos, afirmaram que sua paixão arde como no início do namoro.
De forma tímida e discreta, Eloísa afirmou que preferia ficar em casa ao invés de ir à festa, pois esta estaria cheia de muita gente.
O que é Discurso Indireto Livre?
O discurso indireto livre trata-se daquele onde há a mistura do discurso direto e do discurso indireto, ou seja, ambos ocorrem simultaneamente. O discurso indireto é bastante utilizado na literatura Moderna e Contemporânea, devido ao fato de ser dinâmico.
O discurso indireto livre pode ser reconhecido pelas seguintes características:
O narrador é onisciente. Assim, o narrador tem consciência e sabe falar sobre tudo o que foi pensado, dito e sentido por qualquer uma das personagens.
Dificuldade em delimitar o início e o fim do discurso da personagem, pois não há sinais indicando a separação da fala do narrador e da personagem;
As falas das personagens surgem espontaneamente na primeira pessoa, em meio ao discurso do narrador em terceira pessoa. Assim, um está inserido no outro;
Exemplos de Discurso Indireto Livre
Vanessa reclamava sem parar devido ao atraso do namorado. Caramba, onde será que ele esta? Estou esperando aqui há mais de 40 minutos! Ela não sabia que o namorado estava preso no congestionamento.
Enfim era chegada a época das festas juninas e Nestor estava ansioso como há muito tempo não ficava. Finalmente irei à quermesse provar todas aquelas gostosuras típicas da festa! Pamonha, paçoca, vinho quente e lanche de pernil eram algumas das iguarias ofertadas na tradicional festa junina do centro histórico da cidade. Quero provar um pouco de tudo! E assim Nestor ligou para os seus amigos e juntos combinaram um horário e local para se encontrarem e irem à festa juntos.
Os alunos ficaram quietos assim que o professor adentrou a sala com um olhar sério. Caminhando de forma calma, dava passos leve em direção à sua mesa. Por que o professor está com um ar tão sério? Será que fomos muito mal na prova de ontem? Na mesma hora, o professor afirmou que a nota da maioria dos alunos foi abaixo do esperado por ele.
O artigo, dentro das normas gramaticais da Língua Portuguesa, trata-se da classe gramatical que geralmente antecede um substantivo. O artigo évariável em número e em gênero, além de poder ser contraído com algumas preposições até ter outras funções nos enunciados às vezes, conforme você verificará a seguir.
Como e Quando o Artigo é Usado no Português?
Geralmente os artigos antecedem o substantivo para fazer referência a ele. Além disso, os artigos podem indicar que se trata de um ser já conhecido do interlocutor (no caso dos artigos definidos) ou que se trata de um representante não específico da espécie (no caso dos artigos indefinidos). O artigo, desta forma, não funciona sozinho no enunciado, já que sempre está acompanhado de outro substantivo.
Artigos Definidos
É chamado de artigo definido aquele que indica queum ser é específico por ser de conhecimento mútuo dos interlocutores ou pelo ser já ter sido citado. O artigo definido é variável em número (singular ou plural) e em gênero (masculino ou feminino).
Confira os exemplos abaixo:
A prova que fiz hoje estava fácil.
Ele conversava sempre com o papagaio dela.
Selecionei as melhores fotos para você.
Os funcionários da nossa empresa estarão presentes.
Em cada caso, a utilização dos artigos tem a finalidade de especificar um substantivo (“a prova que fiz hoje”, “o papagaio dela”) ou para referir-se a substantivos já conhecidos do interlocutor (“os funcionários da nossa empresa”, “as melhores fotos para você”).
ArtigosIndefinidos
O artigo indefinido tem a finalidade de indicar a ocorrência de uma generalização ou a primeira ocorrência do representante de determinada espécie, não sendo ainda de conhecimento mútuo dos interlocutores, já que é primeira vez em que aparece no discurso. O artigos indefinido também é variável em número e em gênero.
É importante que a gente tome cuidado para não confundir artigo indefinido com um numeral, pois ele não está atrelado ao número um, e sim à ideia de generalização, conforme mencionado.
Confira os exemplos a seguir:
Uma prova que fiz hoje foi simples.
Ele conversava sempre com um papagaio.
Selecionei umas fotos para você.
Uns funcionários da empresa estarão presentes.
Perceba que nestes casos o artigo deu uma conotação de desconhecimento por parte de um dos interlocutores ou de generalização em relação aos substantivos. Trata-se de “uma das provas feitas” e de “um papagaio não conhecido”, além de “umas fotos” e “uns funcionários” que ainda serão vistos e conhecidos.
Contração de Artigos com Preposições
O artigo pode juntar-se a algumas preposições, dando forma a uma única palavra contraída. Confira os exemplos:
Ele gostava de pizza de queijo.
Ele gostava da pizza de queijo do pai dele.
Perceba que no enunciado sem artigo sabemos que alguém gosta de pizza de queijo, um prato qualquer sem especificidade. No segundo caso, ao usar-se o artigo “a”, contraído com a preposição “de”, cria-se um efeito de especificidade: não é de qualquer pizza de queijo que ele gosta, mas de uma especial (que vem explicado na sequência: a do pai dele).
Eu gosto de estar em parques vazios.
Eu gosto de estar nuns parques vazios.
Eu gosto estar nos parques vazios.
No enunciado sem artigo, entende-se que a pessoa gosta de estar em qualquer parque vazio, sem especificação. No segundo caso, por sua vez, é possível entender que a pessoa gosta de estar em alguns parques vazios — não está especificado em quais, mas fica subentendido que não é em qualquer parque vazios. Por fim, no terceiro caso, o uso de artigo definido antes de “parques vazios” já é a própria especificação: ela gosta de estar especificamente em parques vazios (e não em qualquer parque).
Eu vou a praias.
Eu vou a umas.
Eu vou às praias.
Perceba que o verbo “ir” exige a preposição “a”. Desta forma, no primeiro enunciado, não há artigo, apenas preposição, indicando que a pessoa costuma ir a qualquer praia. Já no segundo caso, com o artigo indefinido (que não se contrai com a preposição “a”), está dito que a pessoa costuma ir a algumas praias, sem especificar em quais. No último caso, com a contração da preposição “a” com o artigo “as”, o substantivo “praias” está especificado: trata-se de praias já citadas ou das quais os dois interlocutores possui conhecimento.
Atenção: na linguagem coloquial e informal ocorre a contração da preposição “para” com os artigos, gerando as formas: pro, pra, pros pras, prum, pruma, pruns, prumas. Porém, lembre-se de que essas formas não são aceitas na linguagem formal. Exemplos:
Eu disse isso pruns colegas.
Eu disse isso pros colegas.
Enquanto no primeiro enunciado o substantivo “colegas” está generalizado, indicando que um dos interlocutores não sabe quem são os colegas, no segundo enunciado o artigo especifica o substantivo “colegas”, mostrando que ambos os interlocutores sabem quem tais colegas são.
Quais são as Outras Funções dos Artigos?
A utilização dos artigos gera alguns efeitos no texto, além dos já aprendidos.
Substantivação
O artigo pode substantivar palavras que pertenceriam originalmente a outras classes gramaticais, como verbos ou adjetivos. Por exemplo:
O competir é mais importante do que o ganhar.
No enunciado, “competir” e “ganhar” teriam, normalmente, valor de verbo, porém os artigos antes deles os substantivam (fazendo com que “competir” seja sinônimo de “competição”, e “ganhar”, de “vitória”).
O verde dos seus olhos é especial.
Agora, “verde, que teria valor de adjetivo (em “olhos verde”), foi substantivado, passando a ser substantivo no enunciado.
Atenção: um artigo pode referir-se a um substantivo mesmo que o adjetivo tenha sido posto entre os dois.
Há uma verdadeira representante por aqui.
No enunciado anterior, “uma” faz referência ao substantivo “representante”, e não ao adjetivo “verdadeira”. Seria possível inverter as posições: “Há uma representante verdadeira por aqui”.
Indicar valor aproximado
Artigo indefinido antes de numeral pode indicar valor aproximado devido à sua natureza de generalização. Por exemplo:
Faltavam umas quatro horas antes de começar a festa.
Há uns 50 quilômetros pela frente até chegarmos lá.
Mais comum na linguagem informal, esse recursosubstitui expressões como “em média”, “aproximadamente” e “por volta de” pelos artigos indefinidos.
Indicar posse
Artigo definido antes de partes do corpo ou de palavras que determinam parentesco pode indicar posse. Por exemplo:
Enquanto ela gritava, o irmão tentava estudar.
Eu não sei onde estou com a cabeça.
Nos dois enunciados, o artigo definido deixa nítido que se trata do irmão do sujeito “ela” e da cabeça do sujeito “eu”, sendo omitidos os respectivos pronomes possessivos (“o irmão dela” e “a minha cabeça”).
Recurso expressivo
O artigo indefinido também pode ser utilizado como recurso expressivo de algumas frases feitas. Por exemplo:
Está com uma fome!
Embora não seja estritamente necessário nesse enunciado, o acréscimo do artigo indefinido gera um recurso que visa expressar com mais intensidade a fome sentida.
Nas normas gramaticais da Língua Portuguesa, o hiato configura-se como o encontro de duas vogais em uma mesma palavra, onde cada vogal pertence a uma sílaba distinta. Por exemplo: moeda (mo-e-da), coelho (co-e-lho), saúde (sa-ú-de), saída (sa-í-da).
Para que uma palavra seja considerada um hiato é necessário que nela ocorra a união de duas vogais que ficam separadas quando a separação de sílabas é feita.
Quais são as diferenças entre hiatos e ditongos?
Apesar dos hiatos e ditongos se tratarem de encontros vocálicos, a diferença entre os dois é que os hiatos se separam no momento da separação das sílabas.
No ditongo não há a ocorrência de separação das vogas, pois estas permanecem na mesma sílaba. Por exemplo: mãe (mãe), herói (he-rói), peixe (pei-xe).
No hiato, por sua vez, cada vogal permanece em uma sílaba diferente. Por exemplo: país (pa-ís), iate (i-a-te), rainha (ra-i-nha).
O que é hiato, ditongo e tritongo?
Hiato, ditongo e tritongo configuram-se como os três tipos de encontros vocálicos existentes. É válido lembrar que o encontro vocálico trata-se do encontro de vogais ou semivogais (sons vocálicos pronunciados com menos força) em uma palavra, sem que haja a presença de consoantes entre elas.
A ocorrência de hiato se dá quando há encontro de duas vogais em sílabas diferentes. Exemplos: piolho (pi-o-lho), piada (pi-a-da) e moeda (mo-e-da).
Ditongo, por sua vez, trata-se do encontro de uma vogal com uma semivogal na mesma sílaba. Exemplos: sabão (sa-bão), caixa (cai-xa), beijo (bei-jo).
Já o tritongo ocorre quando, em uma mesma sílaba, há encontro de uma semivogal, uma vogal e uma semivogal. Exemplos: Paraguai (Pa-ra-guai), saguão (sa-guão), iguais (i-guais).
Nas normas gramaticais da Língua Portuguesa, os parônimos tratam-se de palavras que se assemelham na pronúncia e na escrita, porém cujos significados são distintos. A área da semântica responsável pelos estudos dos parônimos é denominada Paronímia.
Devido à grafia e/ou ao som parecidos, é comum que muitos confundam-se na hora de escrever palavras que têm algum parônimo.
A diferença entre os parônimos e os homônimos é que, no caso dos termos homônimos, a pronúncia, a escrita ou ambosserão iguais em determinado momento. Os parônimos, por sua vez, se assemelham apenas na escrita e na pronúncia, porém nunca são exatamente idênticos.
Exemplos de Palavras Parônimas
Apóstrofe (figura de linguagem) e apóstrofo (sinal gráfico);
Aferir (avaliar) e auferir (obter);
Absolver (perdoar) e absorver (aspirar);
Aprender (tomar conhecimento) e apreender (capturar);
Arrear (pôr arreios) e arriar (abaixar);
Bebedor (aquele que bebe) e bebedouro (local onde se bebe);
Calção (peça de vestuário, bermuda) e caução (garantia ou penhor);
Câmara (aparelho que capta e reproduz imagens, recinto fechado ou assembleias deliberativas) e câmera (aparelho óptico);
Coro (música) e couro (pele animal);
Comprimento (extensão) e cumprimento (saudação);
Cavaleiro (que cavalga) e cavalheiro (homem gentil);
Precedente (que vem antes) e procedente (proveniente de; que possui fundamento);
Descrição (ato de descrever) e discrição (prudência);
Despensa (local onde se guardam alimentos) e dispensa (ato de dispensar);
Delatar (denunciar) e dilatar (alargar);
Deferir (atender) e diferir (distinguir-se, divergir);
Dirigente (pessoa que dirige, gere) e diligente (expedito, aplicado);
Discriminar (segregar, diferenciar) e descriminar (inocentar, descriminalizar);
Docente (relativo a professores) e discente (relativo a alunos);
Emigrar (deixar um país) e imigrar (entrar num país);
Eminente (elevado); e iminente (prestes a ocorrer);
Estofar (colocar estofo) e estufar (refogar);
Esbaforido (ofegante, apressado) e espavorido (apavorado);
Fluir (transcorrer, decorrer) e fruir (desfrutar);
Fluvial (relativo a rio) e pluvial (relativo a chuva);
Flagrante (evidente) e fragrante (perfumado);
Fusível (aquilo que funde) e fuzil (arma de fogo);
Imergir (afundar) e emergir (vir à tona);
Imigrar (entrada num novo país) e emigrar (saída do seu país);
Iminente (imediato) e eminente (alto, superior);
Inflação (alta dos preços) e infração (violação);
Infligir (aplicar) e infringir (transgredir);
Mandado (ordem judicial) e mandato (procuração);
Osso (parte do corpo) e ouço (verbo ouvir).
Precedente (que vem antes) e procedente (proveniente de; que possui fundamento);
Peão (aquele que anda a pé, domador de cavalos) e pião (brinquedo);
Pleito (demanda, disputa) e preito (homenagem, dependência);
Recrear (divertir) e recriar (criar novamente);
Ratificar (confirmar) e retificar (corrigir);
Soar (produzir som) e suar (transpirar);
Sortir (abastecer, misturar) e surtir (produzir efeito);
Tráfego (trânsito) e tráfico (comércio ilegal);
Vadear (atravessar a vau) e vadiar (andar ociosamente);
Vultoso (volumoso, de grande vulto) e vultuoso (inchado);
Norma culta, na Língua Portuguesa, é um termo utilizado com frequência em diversos meios e por diversas pessoas. Mas, afinal, o que é a norma culta?
A norma culta configura-se como um conjunto de padrões linguísticos habitualmente utilizados pela camada da população mais escolarizada. Assim, de maneira resumida, a norma culta pode ser definida como a variação linguística usada nas situações formais por aqueles indivíduos que vivem em meios urbanos e que detêm elevado nível de escolaridade, tanto na fala como na escrita.
Quais São as Características da Norma Culta?
A norma culta tem determinadas características que nos ajudam a identificá-la. São elas:
Utilização em situações formais e monitoradas de comunicação;
Imposição da correção gramatical, que implica um uso rigoroso das normas gramaticais;
Trata-se uma linguagem elaborada e cuidada, que busca privilegiar a utilização de estruturas sintáticas complexas e de um vocabulário diversificado e rico, com pronúncia clara e correta das palavras;
Configura-se como o registro lecionado nas escolas, sendo a norma culta considerada mais erudita e prestigiada.
O domínio da norma culta pode ser facilmente identificado na modalidade escrita da Língua Portuguesa, já que revela um elevado grau de rigor e correção gramatical, como uso devido da acentuação, da pontuação, da colocação pronominal, da regência e da concordância, dentre outros.
Exemplos de uso da norma culta
Regência verbal com a preposição adequada:
Ela sempre obedece ao avô.
Nós assistimos ao espetáculo teatral juntos.
Colocação pronominal em ênclise no início da oração:
Ouça-se e não seja mais teimoso.
Dá-me aquele copo, por gentileza.
Uso de palavras sem estarem abreviadas ou contraídas:
para (e não pra);
está (e não tá);
você (e não cê).
Utilização correta das várias pessoas gramaticais:
Ela quer ir contigo. Tu vais a que horas?
Leia isso com atenção e depois diga se você compreendeu tudo.
Ter conhecimento e fazer uso da escrita e da fala de acordo com a norma culta de uma língua trata-se de uma competência bastante valorizada no mercado de trabalho, pois o domínio da norma culta possibilita ao indivíduo comunicar de forma precisa, eficiente e com desenvoltura.
Norma culta x Norma-padrão
Apesar da norma culta e da norma-padrão se tratarem de conceitos próximos (muitas vezes sendo usados inclusive como sinônimos), elas configuram-se como normas distintas.
De forma simples e resumida, a norma-padrão pode ser entendida como a norma gramatical baseada na gramática tradicional e normativa. Ela atua como um modelo idealizado que busca a padronização da língua escrita. A norma culta é a variação mais próxima desse padrão.
Norma Culta eVariação Linguística
Na Língua Portuguesa há inúmeras variações linguísticas, frutos da existência de diversos grupos sociais, com diferentes graus de escolarização e que apresentam distintos hábitos linguísticos. O resultado disso é uma pluralidade de normas.
A norma culta, dentre todas essas normas, é considerada a mais conceituada, sendo vista como uma linguagem erudita e culta, usada por um grupo de pessoas de elite, que pertencem à camada mais favorecida e escolarizada da população.
Pelo fato de nem todas as variações linguísticas usufruírem desse mesmo prestígio, muitas acabam se tornando vítimas de preconceito linguístico, sendo consideradas menos cultas e até mesmo incorretas.
O entendimento e a aceitação de que todas as variedades linguísticas são fatores de cultura e enriquecimento é algo essencial. Deste modo, tais variedades linguísticas não devem (ou não deveriam) ser encaradas como erros ou desvios.
Nas normas da Língua Portuguesa, trata-se de encontro consonantal quando há duas ou mais consoantes que aparecem juntas e em sequência na palavra, de modo que o som de cada uma delas seja mantido. Assim sendo, o encontro consonantal configura-se como o agrupamento de consoantes, em sequência, na palavra, fazendo parte da mesma sílaba ou não.
Os encontros consonantais podem ser classificados em: puros (chamados também de perfeitos) ou disjuntos (chamados também de imperfeitos).
Quais São os Tipos de Encontros Consonantais?
São classificados como puros os encontros consonantais puros que ficam na mesma sílaba e que são inseparáveis. É bastante comum que os encontros consonantais classificados como puros terminem em -l ou em -r. Confira os exemplos a seguir:
blefar → ble – far livro → li – vro primo → pri – mo
Os encontros consonantais disjuntos, por sua vez, são aqueles que ficam em sílabas diferentes, sendo separados:
berço→ ber – ço advogado → ad – vo – ga – do distópico → dis– tó – pi – co instante → ins – tan – te
É comum que uma mesma palavra apresente encontros consonantais puros e disjuntos:
mantra → man – tra praticante → pra – ti – can – te
Também é válido ressaltar o caso especial da letra x quando ela apresenta som de -cs ou -ks, indicando um encontro consonantal fonético:
ônix táxi axioma
Observação: É importante destacar que uma consoante não pode ficar sozinha na separação silábica. Caso o encontro consonantal aparece no começo da palavra, ele nunca será separado. No caso do dígrafo -pn, há separações diferentes para as palavras apneia e pneu por causa disso:
apneia → ap – neia pneu → pneu
Encontro consonantal x Dígrafo
Os dígrafos tratam-se do emprego de duas letras para representar graficamente somente um fonema. O que difere os dígrafos do encontro consonantal é o som, pois o encontro consonantal sempre possui o som das duas (ou mais) consoantes que estão juntas; já o dígrafo representa somente um som. Além disso, um dígrafo pode ser composto por duas consoantes ou por uma consoante e uma vogal. Os dígrafos são:
grelha: gr = encontro consonantal, pois há o som de -g e de -r.
lh = dígrafo, pois as duas letras representam um som só.
Guilhermina: Gui = dígrafo, pois as duas letras representam apenas um som.
lh = dígrafo, pois as duas letras representam apenas um som.
rm = encontro consonantal, pois há o som de -r e de -m.
masmorra: sm = encontro consonantal, pois há o som de -s e de -m.
rr = dígrafo, pois as duas letras representam apenas um som.
Atenção: os dígrafos “gu” e “qu” antecedem somente as vogais “e” e “i”. Não é possível fazer dígrafos com “a”, “o” e “u”, pois em “gua” e “guo” as duas vogais terão som, e “guu” não trata-se de uma construção padrão das normas da Língua Portuguesa.
Encontro Consonantal x Encontro Vocálico
Trata-se do encontro vocálico quando duas ou mais vogais aparecem juntas, em sequência, na palavra. Os encontros vocálicos podem ser classificados em tritongos, ditongos ou hiatos, dependendo da separação silábica (mesma sílaba ou sílabas diferentes). Confira os diferentes encontros nas palavras a seguir:
ruiva = encontro entre as vogais -u e -i. canhão = dígrafo com as letras -n e -h e encontro entre as vogais -ã e -o. plateia = encontro entre as consoantes -p e -l e entre as vogais -e, -i e -a. expressões = encontro entre as consoantes -x, -p e -r, dígrafo com as letras -s e -s e encontro entre as vogais -õ e -e.
São chamadas de orações subordinadas as orações que apresentam uma função sintática em relação à oração principal.
Na gramática da Língua Portuguesa são estabelecidos dois tipos de períodos: o período composto por subordinação e o período composto por coordenação. O período composto por subordinação é formado por duas ou mais orações, onde uma é a principal e a outra é a subordinada, pois é sintaticamente dependente dela. O período composto por coordenação, por sua vez, é formado somente por orações independentes e, desta forma, sem dependência sintática.
Normalmente a oração independente sintaticamente apresenta sentido e constitui-se em um texto. Leia e note essa ideia na oração seguinte:
O dia nasceu
A oração “O dia nasceu” tem sentido próprio e, desta forma, é independente. Porém, caso essa oração seja inserida em uma camada gramatical inferior em relação à outra oração não será mais independente. Note:
As crianças saíram quando o dia nasceu.
Note que escrita deste modo, a oração apresenta a seguinte estrutura sintática:
Oração principal = As crianças saíram Oração subordinada = quando o dia nasceu
A oração “quando o dia nasceu” tem uma relação de dependência e exerce uma função sintática em relação à oração principal.
Deste modo, a oração independente “O dia nasceu” transportou-se do nível sintático de independência para exercer, neste caso, a função sintática de oração subordinada adverbial temporal. Ela apresenta valor de advérbio e exprime o aspecto circunstancial de “tempo” em relação ao núcleo verbal “saíram” da oração principal.
A marca para o reconhecimento da subordinação da oração “quando o dia nasceu”, que passou a funcionar como membro dependente da oração principal, é o “quando” que a introduziu. Deste modo, o “quando” trata-se de uma conjunção subordinativa temporal.
Assim, as orações subordinadas serão gramaticalmente classificadas de acordo com a função sintática (se são termos essenciais, integrantes ou acessórios) que tais orações exercerem em relação à oração principal.
As funções sintáticas que podem ser exercidas pelas orações subordinadas são: sujeito, predicativo do sujeito, objeto direto, objeto indireto, aposto, complemento nominal, adjunto adverbial e adjunto adnominal.
Desta forma, as orações subordinadas apresentam valor de substantivos, adjetivos e advérbios. Por tal motivo tais orações são classificadas como orações subordinadas substantivas, orações subordinadas adjetivas e orações subordinadas adverbiais.
As orações subordinadas apresentam especificidades gramaticais dentro das unidades sintáticas.
Período Composto Por Orações Subordinadas Substantivas
As orações subordinadas substantivas apresentam valor de substantivo e desempenham a função sintática de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo do sujeito, complemento nominal ou aposto em relação à oração principal.
As orações subordinadas substantivas geralmente iniciam-se com conjunções subordinativas “que” e “se”. O “que” emprega-se quando o verbo exprime certeza e o “se” quando o verbo exprime dúvida. Em alguns casos também podem iniciadas por pronome ou advérbio interrogativo ou exclamativo.
Confira os exemplos dos tipos das orações subordinadas, de acordo com a sua função sintática:
Subjetiva: são as orações que desempenha a função de sujeito em relação à oração principal. Exemplo 1: Consta que os alunos já retornaram do recreio.
Objetiva direta: são as orações que desempenham a função de objeto direto do núcleo verbal da oração principal. Exemplo 2: Acreditamos que a senhora deve retornar pela tarde.
Objetiva indireta: são as orações que desempenham a função de objeto indireto do núcleo verbal da oração principal. Exemplo 3: Convenceu-o de que a amizade verdadeira nunca acaba.
Predicativa: são as orações que desempenham a função de predicativo do sujeito da oração principal. Exemplo 4: A realidade é que todos eles foram embora.
Completiva nominal: são as orações que desempenham a função de complemento nominal em relação à oração principal. Exemplo 5: Estava convencido de que ela era inocente.
Apositiva: são as orações que desempenham a função sintática de aposto em relação à oração principal. Exemplo 6: Dei-lhe uma sugestão: (que) viaje para onde quiser.
Período Composto Por Orações Subordinadas Adjetivas
As orações subordinadas adjetivas, como o nome sugere, possuem valor de adjetivo em relação à oração principal. Desta forma, elas determinam o substantivo antecedente.
As orações subordinadas adjetivas têm valores semânticos diferentes. Para compreender melhor esses valores confira a simulação da seguinte situação comunicativa de uma reunião de professores. A coordenadora pedagógica diz:
Fala 1: – Se todos estiverem de acordo, nesse currículos escolar vamos adotar um novo projeto pedagógico. Os alunos que têm dificuldade com Português terão aulas extras.
A segunda frase afirmada pela coordenadora pedagógica apresenta a seguinte estrutura sintática: oração principal = Os alunos oração subordinada adjetiva = que têm dificuldade com Português oração principal = terão aulas extras
Na fala 1, quem “terá aulas extras”? A coordenadora pedagógica tem por objetivo planejar aulas extras somente para uma parte dos alunos. Neste caso, os alunos que têm dificuldade com Português.
A mesma oração afirmada pela coordenadora pedagógica foi reescrita de uma forma diferente, agora entre vírgulas. Confira:
Fala 2: Os alunos, que têm dificuldade com Português, terão aulas extras.
Note que, com a fala 2 escrita dessa forma, a coordenadora pedagógica mudou de objetivo. Isso porque, quem “terá aulas extras” serão todos os alunos agora.
Nos dois casos há orações subordinadas adjetivas com valor de adjetivo e que modificam o substantivo “alunos”.
Contudo, a fala 1 trata-se uma oração subordinada adjetiva restritiva pois particulariza o sentido do substantivo. Na fala 2 trata-se de uma oração subordinada adjetiva explicativa pois universaliza o sentido do substantivo.
Desta forma, as orações subordinadas adjetivas são classificadas em:
Adjetiva restritiva: são as orações que particularizam o sentido do substantivo ou do pronome e ligam-se sem vírgulas ao antecedente;
Adjetiva explicativa: são as orações que universalizam o sentido do substantivo ou do pronome antecedente e estão entre vírgulas.
Período Composto Por Orações Subordinadas Adverbiais
As orações subordinadas adverbiais apresentam valor de advérbio ou de locução adverbial e exercem a função sintática de adjunto adverbial em relação ao núcleo verbal da oração verbal.
As orações adverbiais expressam diversas circunstâncias diante da oração principal e, por tal motivo, são classificadas como:
Causais: São as orações que expressam a circunstância de causa de algo apresentado na oração principal e são iniciadas com conjunções subordinativas causais. Exemplo 1: Não foi à reunião de pais porque viajou.
Consecutivas: São as orações que expressam a circunstância de consequência de algo apresentado na oração principal e iniciam-se por conjunções subordinativas consecutivas. Exemplo 2: Estudou tanto que adormeceu.
Conformativas: São as orações que expressam a circunstância de conformidade entre algo apresentado nelas e na oração principal, e são iniciadas com conjunções subordinativas conformativas. Exemplo 3: Conforme afirmou, pagará a escola ainda hoje.
Concessivas: São as orações que expressam a circunstância de concessão de algo apresentado na oração e iniciam-se com conjunções subordinativas concessivas. Exemplo 4: Pedro não notou nada, embora estivesse atento.
Comparativas: São as orações que expressam a circunstância de comparação de algo apresentado na oração principal e são iniciadas com conjunções subordinativas comparativas. Exemplo 5: João viaja como um presidente.
Condicionais: São as orações que expressam a circunstância de condição de algo apresentado na oração principal e iniciam-se com conjunções subordinativas condicionais. Exemplo 6: Visitaremos nossos primos hoje, se não chover.
Finais: São as orações que expressam a circunstância de finalidade de algo apresentado na oração principal e são iniciadas com conjunções subordinativas finais. Exemplo 7: Maria tentou de tudo para que seu filho passasse no vestibular.
Proporcionais: São as orações que expressam a circunstância de proporção de algo apresentado na oração principal e são iniciadas com conjunções subordinativas proporcionais. Exemplo 8: Conforme se aproximava o início das férias, a expectativa da turma aumentava.
Temporais: São as orações que expressam a circunstância de tempo de algo apresentado na oração principal e iniciam-se com conjunções subordinativas temporais. Exemplo 9: Fico empolgado sempre que visito o nordeste.
Na Língua Portuguesa, o parágrafo [§] configura-se como uma divisão de um texto escrito, indicada por uma mudança de linha. A função do parágrafo é apontar que as orações contidas possuem maior relação entre elas do que com o resto do texto.
Geralmente um parágrafo não é longo, a não ser quando seja muito necessário, caso contrário o parágrafo pode confundir o leitor, tirando a sua atenção.
A separação de um texto em parágrafos garante uma ordem ao leitor, facilitando assim a sua compreensão. O estabelecimento de parágrafos é uma prática usual em qualquer tipo de discurso, seja ele literário, científico, jornalístico etc.
Em relação ao tempo, o parágrafo pode ser definido como uma pausa mais longa, referente à evolução de um discurso, pois a escrita representa as peculiaridades da oralidade em muitos aspectos. Assim, é importante que separação em parágrafos não seja arbitrária, e sim que obedeça as próprias razões da ideia exposta.
O que o símbolo do parágrafo [§] significa?
O parágrafo é representado pelo símbolo §, equivalente a duas letras ésses (S) entrelaçadas, que são as iniciais das palavras latinas Signum sectionis, cujo significado é o sinal de corte, de secção.
Em um ditado, quando se quer afirmar que o período seguinte deve iniciar em outra linha, diz-se parágrafo ou alínea. A palavra alínea vem do Latim a + lines e tem o significado de distanciado da linha, ou seja, fora da margem em que as linhas do texto começam.
O parágrafo é amplamente utilizado nos códigos de leis, como no exemplo abaixo:
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Conforme as regras da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), o parágrafo deve começar sempre um pouco à frente da margem esquerda da folha. A estrutura dos parágrafos costuma ser dividida em três partes: introdução, em que é inserido do tópico frasal, ou seja, a ideia central do parágrafo; o desenvolvimento, que consiste na explicação do tópico frasal; e a conclusão, que encerra a ideia apresentada no parágrafo e prepara o leito para a continuação do texto.
A Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de 1998, define as regras para o uso das redações das leis e normas jurídicas, sendo obrigatório o uso do símbolo § para indicar o parágrafo.
Tal como o inciso, o parágrafo é a divisão de um artigo ou caput, e costuma ser utilizado para tratar de assuntos específicos dentro de determinado tema central do artigo.
Ao artigo possuir apenas um parágrafo, ele é identificado no texto como “parágrafo único”. Caso exista outros parágrafos, eles devem ser seguidos de números ordinais. Exemplo: §1.º, §2.º, §3.º, etc.
Os incisos, ao contrário dos parágrafos,são identificados nos textos legais por serem antecedidos por algarismos romanos. Exemplo: I, II, III, IV, etc.
Assim, pode-se ler a indicação “art. 3.º, §4.º, III” da seguinte forma: “artigo terceiro, parágrafo quarto, inciso terceiro”.
Na Língua Portuguesa, o complemento nominal trata-se de um termo da oração usado para completar o sentido de um nome, que para a gramática é representado pelos substantivos, adjetivos ou advérbios.
O complemento nominal exerce a função de completar ou alterar o sentido de um nome e é sempre introduzido por uma preposição (de, a, com, em, por…). Para o complemento nominal ser reconhecido basta fazer a pergunta ao nome: “de quê?”, “de quem?”, “a quê?”. “a quem?”, “por quê?”, por quem?”.
De modo mais prático, tomemos a fase como exemplo para análise: “O professor avisou alegremente que ia aposentar a uma das turmas”, em que o termo grifado completa o sentido expresso em partes pelo nome advérbio que, sozinho, não é capaz de fazer sentido completo. Tomemos outros exemplos: “O barulho dos fogos assustou os gatos“, em que o termo grifado complementa o significado expresso pelo nome substantivo “O barulho”; ou ainda em “A sala estava cheia de brinquedos”, em que o termo grifado complementa o significado do nome adjetivo “cheio”. Note-se que sem o complemento nominal, o elemento sublinhado em cada um dos exemplos, o nome (“alegremente que..”, “O barulho dos..” e “cheia de…” não é capaz de se expressar satisfatoriamente sozinho sem um termo que complete o seu sentido. Essa é uma característica dos termos integrantes da oração, grupo de que faz parte, além do complemento nominal, também os complementos verbais, objeto direto e objeto indireto, e o agente da passiva.
Confira outros exemplos:
Meus amigos têm necessidade de ir à praia pelo menos duas vezes ao ano.
Meus amigos = sujeito Têm = verbo transitivo direto Necessidade = objeto direto De ir à praia pelo menos duas vezes ao ano= complemento nominal
Ao fazer a pergunta “quem tem necessidade?”, de imediato encontra-se a resposta para aquele que sofre a ação ou estado: meus amigos, classificado então como sujeito. “Necessidade de que?”. A resposta é o complemento da frase: de ir à praia pelo menos duas vezes ao ano. Perceba que nesse trecho da frase há uma preposição, que é indispensável para completar o nome da oração.
Maria tem receio de viajar sozinha
Maria = sujeito Tem = verbo transitivo direto Receio = objeto direto De viajar sozinha = complemento nominal
Para treinar o assunto faça as perguntas: “Quem tem receio?”. Maria, o sujeito da oração. Quem tem receio, receia-se com alguma coisa. Logo, precisa de um complemento: De viajar sozinha.
José tem vontade de comprar aquela calça jeans azul
José = sujeito Tem verbo transitivo direto Vontade = objeto direto De comprar aquela calça jeans azul = complemento nominal
Quais as diferenças entre complemento nominal e adjunto adnominal?
Analisar sintaticamente uma oração é considerado algo que gera muitas dúvidas entre as pessoas, pois para identificar todos os termos sintáticos da forma correta é necessários conhecer cada um deles. Uma das dificuldades mais comuns é identificar o complemento nominal sem confundi-lo com o adjunto adnominal. O complemento nominal está relacionado apenas a um substantivo, a adjetivos ou advérbios. O adjunto adnominal, por sua vez, tem a função de determinar, modificar, restringir, caracterizar, especificar ou um substantivo. Deste modo, ele está relacionado a um substantivo concreto ou um substantivo abstrato.
Exemplos: Eu recebi a nota (substantivo concreto) da prova. (Adjunto adnominal) Ela mora longe (advérbio) da praia. (Complemento nominal)
Ao contrário do complemento nominal, que é um termo indispensável para dar sentido completo a oração, o adjunto adnominal pode ser retirado da sentença sem interferir na sua estrutura sintática, já que atua como algo acessório a um nome. A última dica para ajudar a diferenciar esses dois assuntos é em relação a preposição. O complemento nominal sempre é preposicionado, enquanto o adjunto adnominal é precedido por preposição quando for representado por uma locução adjetiva.
Exemplos: Luís é um exemplo de pai (Adjunto adnominal) Estamos muito longe de casa. (Complemento nominal)
Quais são os termos integrantes da oração?
Além do complemento nominal, o complemento verbal e o agente da passiva integram a lista dos principais termos integrantes da oração. Apesar de parecidos, cada um deles tem uma atribuição e são essenciais para atribuir sentido ao verbo e aos substantivos das orações.
O complemento verbal contempla os objetos direto e indireto, e estes assumem a responsabilidade de completar o sentido dos verbos transitivos direto e indireto, respectivamente. A principal diferença entre os dois é a presença ou não da preposição.
O objeto direto pode ser definido como o termo da oração que indica o sujeito que sofre a ação do verbo, completando o sentido sem a presença de preposição. O objeto indireto, por sua vez, é o termo que indica o elemento para a qual a ação se destina. Neste caso, ele deve estar ligado ao verbo por meio obrigatório da preposição exigida por ele.
Exemplos: Meu primo está escutando a música de seu quarto. (objeto direto) João gosta de cantar. (objeto indireto)
O agente da passiva, por sua vez, indica quem pratica a ação e quem é o sujeito da voz ativa. Também é preposicionado e na maioria das vezes usa-se a preposição por e suas flexões (pelo, pela, pelos, pelas).
Exemplo: O jantar de sábado foi feito por minha mãe. A paciente foi acompanhada pelo médico.
Na Língua Portuguesa, os pronomes são uma classe gramatical variável, ou seja, flexiona-se em gênero e número. A função dos pronomes é relacionar o substantivo a uma das três pessoas do discurso (quem fala, com quem se fala e de quem se fala), podendo também indicar a posse de um determinado objeto ou sua localização. Quando substituem o substantivo, denominam-se pronomes substantivos; quando o acompanham, denominam-se pronomes adjetivos.
Pronome substantivo
Nas regras da gramática, os pronomes substantivos servem para substituir o substantivo em uma frase ou oração, sendo usados como uma forma de tornar o discurso menos repetitivo, mais variado e rico. Tal como os substantivos que substituem, os pronomes substantivos variam em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa do discurso), podendo ainda assumir a função de sujeito da oração.
Ao se tratar dos pronomes substantivos, não estamos necessariamente falando de um tipo particular de pronome, e sim apontando uma das funções que os pronomes podem desempenhar nas frases. Confira o exemplo a seguir:
(1) A chácara, que eu finalmente consegui financiar, é muito grande. Ela tem quase 3000m²!
Perceba que, neste exemplo, dois pronomes foram empregados: o pronome relativo “que” e o pronome pessoal do caso reto “ela”. Ambos os pronomes estão retomando um mesmo termo: o substantivo “chácara”. Por estarem retomando um substantivo, substituindo-o, eles acabam por desempenhar, na oração, a função de um substantivo.
Os pronomes do exemplo (1) são considerados pronomes substantivos (por desempenharem funções equivalentes às de um substantivo). Diversos tipos de pronomes são capazes de desempenhar uma função substantiva na oração. Confira algumas possibilidades:
(2) Eu finalmente consegui viajar para onde eu queria (Pronomes pessoais substantivos);
(3) A minha esposa é aquela (Pronome pessoal demonstrativo);
(4) Esta praia, que para mim é a mais bonita da região, já foi mais vazia (Pronome relativo substantivo).
Exemplos de pronomes substantivos
Gustavo sabe fazer bolos. Ele sabe fazer bolos. (O pronome substantivo ele substitui o substantivo próprio Gustavo.)
Paulo e Joana foram ao teatro. Eles foram ao teatro. (O pronome substantivo eles substitui os substantivos próprios Paulo e Joana.)
Alguns alunos saíram mais cedo que outros alunos. Alguns alunos saíram mais cedo que outros. (O pronome substantivo outros substitui o substantivo comum alunos.)
Minha tia está quase chegando. E a sua tia? Minha tia está quase chegando. E a sua? (O pronome substantivo sua substitui o substantivo comum tia.)
Este filme é muito bom. Levei o filme para casa. Este filme é muito bom. Levei-o para casa. (O pronome substantivo o substitui o substantivo comum filme.)
Classificação de pronomes substantivos
A classificação em pronome substantivo não invalida as demais classificações como demonstrativo, possessivo, pessoal…
A minha prima é aquela. (pronome demonstrativo substantivo)
Aquele videogame é o meu. (pronome possessivo substantivo)
Nós vamos embora agora. (pronome pessoal substantivo)
Pronomes substantivos X Pronomes adjetivos
Os pronomes substantivos se diferenciam dos pronomes adjetivos, já que os pronomes substantivos substituem o substantivo numa frase, enquanto os pronomes adjetivos acompanham e atribuem características ao substantivo. Por exemplo:
Meu tio viajou para Belém do Pará. (O pronome adjetivo meu determina o substantivo comum tio.)
E quanto aos pronomes adjetivos?
Os pronomes adjetivos são utilizados para modificar o substantivo. Por tal motivo, eles sempre o acompanham e não o substituem, tal como acontece com os pronomes substantivos. Por exemplo:
Aquela é a minha praia dos sonhos.
Os pronomes “aquela” e “minha”, demonstrativo e possessivo respectivamente, acrescentam uma informação que modifica o substantivo “praia”. Afinal, não se trata de qualquer praia, além de ser uma praia específica, demonstrada pelo pronome “aquela”, também é a “minha” praia.
O fato de serem classificados como substantivo não impede que os pronomes continuem sendo classificados em:
Na Língua Portuguesa, o ponto de interrogação[?] trata-se de um sinal de pontuação usado para indicar uma pergunta. Ele é originário da palavra quaestio (que significa “questão” em Latim). Antigamente, tal termo era colocado no final das frases interrogativas a fim de indicar que se tratava de uma pergunta. Ele foi sendo abreviado com o tempo, até sobrar somente a letra “q”. Com o uso, a grafia da letra foi sendo alterada até chegarmos ao formato do sinal que conhecemos atualmente (?).
O ponto de interrogação é utilizado somente nas orações interrogativas diretas. Por exemplo:
O seu irmão vem a que horas?
Você prefere o seu churrasco mal passado?
Onde será que deixei o meu telefone celular?
O ponto de interrogação não é usado nas frases interrogativas indiretas, e sim o ponto final. Por exemplo:
O chefe questionou o motivo de tantos atrasos consecutivos daquele funcionário.
Os alunos perguntaram em que dia seria a prova e quais seriam as matérias a se estudar.
Ponto de interrogação e outros sinais de pontuação
O uso do ponto de interrogação pode acontecer junto de outros sinais de pontuação, como o ponto de exclamação e as reticências, a fim de realçar a expressividade do discurso.
Quando utilizado com reticências, o ponto de interrogação indica incerteza e dúvida. Quando utilizado com ponto de exclamação, o ponto de interrogação indica surpresa e indignação. Por exemplo:
E agora?… quem poderá nos defender?… (dúvida)
O quê?! Como você deixou isso acontecer?! (surpresa)
No caso da utilização simultânea do ponto de interrogação e de exclamação, a ordem dos pontos é indicativa de uma sentença com caráter mais interrogativo [?!] ou mais exclamativo [!?].
Ponto de interrogação duplicado ou triplicado
Ao enfatizar e intensificar o sentimento do que está sendo expresso, o ponto de interrogação pode aparecer duplicado ou triplicado. Por exemplo:
Posso?? Já é a terceira vez que peço isso!
O quê??? – questionaram, cheios de espanto, os presentes na reunião.
Ponto de interrogação invertido
Na Língua Portuguesa, o ponto de interrogação é utilizado somente no final da frase interrogativa. No Espanhol, além do ponto de interrogação final, é usado o ponto de interrogação invertido [¿] no início dos enunciados interrogativos: ¿Qué horas es?
Ponto de interrogação no teclado
O ponto de interrogação costuma se encontrar na parte superior de uma tecla partilhada com uma barra oblíqua [/] ou um apóstrofo [‘]. Para usá-lo, deverá ser primeiramente apertada a tecla shift [↑] e depois a tecla onde está o ponto de interrogação.
Uso de vários pontos de interrogação
É comum o uso de dois ou mais pontos de interrogação nos textos literários ou informais, a fim de reforçar a noção de dúvida presente na oração. Esse uso, entretanto, não se aplica a textos argumentativos e escritos em norma-padrão. Por exemplo:
É sério que você não fez a lição de Matemática de hoje???
Diga-me! Por qual motivo ela não quer mais te responder??????????
Quanto?? Como um pé de alface pode ter chegado a este preço???
Quais são as formas de usar o ponto de interrogação?
1) Expressar admiração ou surpresa
Nessa situação, o ponto de interrogação é usado junto com o ponto de exclamação.
Ex: Ela realmente pensa isso de mim!?
Ex: Nós não podemos entrar na festa por qual motivo?!
OBS: Não há uma ordem específica entre as duas pontuações. Você pode usar tanto o ponto de interrogação antes, quanto depois do ponto de exclamação.
2) Indicar incerteza
O ponto de interrogação vem entre parênteses neste caso, pois busca expressar dúvida sobre o que está sendo dito.
ex: Eles utilizaram o termo estacionário (?), mas acredito que poderiam utilizar uma palavra melhor naquela ocasião.
3) Representar uma interjeição
Na interjeição, o ponto de interrogação pode ser usado de forma repetida.
Ex: Que??? Eles não fizeram isso!
4) Fazer uma interrogação retórica
A interrogação retórica trata-se de uma sentença que tem forma de pergunta, porém na verdade expressa uma afirmação ou gera uma reflexão.
Ex: Vamos mesmo esperar o fim do mundo para protegermos a natureza?
Os pronomes que se referem a um determinado termo anterior (o antecedente) dentro de um enunciado, substituindo-o para que não seja necessário dividir a ideia em várias orações ou torná-la muito repetitiva, normalmente são chamados de pronomes relativos. Os pronomes relativos desempenham a função de fazer uma ligação entre duas sentenças, e costumam aparecer no início daquela que se liga à outra.
Quais são os tipos de pronomes?
Como visto anteriormente, os pronomes são uma classe de palavras que tem por objetivo substituir um nome (substantivo), evitando uma repetição. Eles indicam a pessoa do discurso ou situam no tempo e espaço.
Na frase “Ela saiu com Pedro. Ele é moço legal.” observa-se que a oração fica compreensível mesmo substituindo o nome Pedro, que já havia sido mencionado, pelo pronome pessoal “ele”, o que evitou uma repetição desnecessária do nome Pedro.
Os pronomes relativos podem classificados em variáveis ou invariáveis, podendo sofrer flexões de gênero e número ou não. Os pronomes invariáveis são que, quem e onde. Independentemente do contexto, sua forma sempre será essa. Os pronomes variáveis são: cujo (cuja, cujos, cujas), o qual (a qual, os quais, as quais) e quanto (quanta, quantos, quantas).
Exemplos
1. que, o qual, os quais, a qual, as quais:
Então era você que me fazia sonhar
A Carta de Caminha, a qual inaugura a literatura no Brasil, foi redigida no dia 1º de maio de 1500.
Meus amigos, os quais demonstram gostar muito de mim, virão hoje aqui em casa!
Aquilo sobre o qual te falei mais cedo é um assunto bastante delicado.
Suas roupas novas, as quais você ainda não usou, continuam guardadas em seu armário.
2. quem, cujo, cujos, cuja, cujas
O candidato, cujo currículo me foi entregue hoje cedo, foi admitido pela nossa empresa.
A revista, cujos patrocínios reduziram devido à crise financeira, não consegui sobreviver.
Ele era meu tutor, a quem dedico muito do meu conhecimento.
A filha, cuja guarda pertencia à mãe, queria mesmo era morar com o pai.
As obras, cujas interpretações não tenham sido feitas, serão prejudicadas.
3. quando, quanto, quantos, quantas
Devorou tudo quanto tinha vontade.
É quando mais precisamos de alguém que a gente menos encontra.
Verei quantos quadros posso comprar para decorar a sala da minha nova casa!
Quantas vezes terei que repetir o que te falei há pouco?
4. como
Não gosto da maneira como ele olha.
Como havíamos combinado, cheguei na praia às 7h da manhã.
Era como olhar para uma pintura que já foi bonita mas que hoje encontra-se desbotada.
O medo dominava a sua mente, tal como a névoa domina o lago nas manhãs mais frias.
5. onde
Aquela é a praia onde passei as minhas férias de verão em 2015.
O local onde você me esperou é bastante movimentado durante o dia!
Souberam que eles estavam caminhando por lá ontem, mas não souberam dizer exatamente onde.
Onde você se sente desconfortável ficar, não demore para se retirar!
As funções da linguagem, na Língua Portuguesa, configuram-se como categorias dos estudos da comunicação. Toda linguagem é usada a fim de transmitir uma comunicação de algo a alguém. Considerando os elementos que constituem a comunicação (emissor, receptor, código, canal, mensagem e contexto), as funções são divididas em:
emotiva
conativa
metalinguística
fática
poética
referencial
Cada função tem relação a um elemento da comunicação.
Quais são as funções da linguagem?
Função emotiva ou expressiva
A função emotiva ou expressiva busca priorizar o sujeito que emite a mensagem, evidenciando os aspectos subjetivos e sentimentais do indivíduo que fala. O uso de predicativos e outros qualificadores é recorrente nos discursos de função emotiva, servindo para caracterizar as sensações do autor.
Exemplo:
“Eu não aguento mais! Todo dia é um problema, toda semana eu tenho que ajudar alguém! Eu preciso ter tempo para mim!”
O trecho anterior apresenta um desabafo emocional do sujeito que fala. Os verbos estão em primeira pessoa e expressam a emoção negativa “Eu não aguento mais!” e o desejo “Eu preciso ter tempo para mim!”.
Nos textos, é comum que as funções trabalhem juntas, como no próximo exemplo. No poema “Os deslimites da palavra”, de Manoel de Barros, é possível encontrar as funções emotiva e poética:
“Ando muito completo de vazios. Meu órgão de morrer me predomina. Estou sem eternidades. Não posso mais saber quando amanheço ontem. Está rengo de mim o amanhecer. Ouço o tamanho oblíquo de uma folha. Atrás do ocaso fervem os insetos. Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu destino. Essas coisas me mudam para cisco. A minha independência tem algemas.”
O texto tem:
função poética, apresentando um cuidado com a linguagem, de modo que a mensagem ganhe efeito expressivo;
função emotiva, pois o eu lírico expressa estados subjetivos do seu ser.
Função referencial ou denotativa
A função referencial, também chamada de função informativa, tem por objetivo principal informar, referenciar algo.
Esse tipo de texto é voltado para o contexto da comunicação, sendo escrito na terceira pessoa (singular ou plural) enfatizando seu caráter impessoal.
Podemos citar como exemplos de linguagem referencial os textos científicos e jornalísticos, materiais didáticos etc. Todos eles, por meio de uma linguagem denotativa, buscam informar o leitor a respeito de algo, sem envolver aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem.
Exemplo de uma notícia
Na passada terça-feira, dia 22 de setembro de 2015, o real teve a maior desvalorização da sua história. Nesse dia foi preciso desembolsar R$ 4,0538 para comprar um dólar. Recorde-se que o Real foi lançado há mais de 20 anos, mais precisamente em julho de 1994.
Função poética
Na função poética, o enunciado centra-se na mensagem, havendo mais preocupaçãoestética e nos efeitos que a mensagem pode causar. Deste modo, costuma ser um enunciado que pode gerar muitas interpretações pessoais. Tende a ser a função predominante em poemas, músicas, quadros e obras artísticas em geral. Confira um exemplo a seguir:
Ou isto ou aquilo
Ou se tem chuva e não se tem sol, ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel, ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão, quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce, ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo… e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo, se saio correndo ou fico tranquilo.
Mas não consegui entender ainda qual é melhor: se é isto ou aquilo.
(Cecília Meireles)
Escrito em versos poema, o poema apresenta rimas ou um jogo de sons entre as palavras. Por isso, a forma é um elemento muito importante para esse tipo de comunicação, já que influencia de modo mais explícito a mensagem que se passa.
Função fática ou de contato
A função fática ou de contato é centrada no canal ou veículo de comunicação, apresentando intencionalidade na manutenção do ato comunicativo, ou seja, quando o emissor (locutor) busca estratégias para manter a interação com o receptor (interlocutor).
Quem nunca entrou em um elevador e “jogou conversa fora” sobre como está o clima? Mesmo nos mais despretensiosos momentos de fala, as funções da linguagem estão presentes. Ao desejar “Bom dia!”, ou mesmo quando o professor, em sala de aula, pergunta “Entendeu?”, percebemos o desejo de que a comunicação siga seu curso. Do “alô” ao “tchau”, do “bom dia” a “boa noite”, vemos que o ser humano é realmente o ser que fala e que nossos laços sociais fortalecem-se diante da necessidade de nos comunicarmos.
Exemplo
Comunicação
É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um… um… como é mesmo o nome?
“Posso ajudá-lo, cavalheiro?”
“Pode. Eu quero um daqueles, daqueles…”
“Pois não?”
“Um… como é mesmo o nome?”
“Sim?”
“Pomba! Um… um… Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima.”
“Sim senhor.”
“O senhor vai dar risada quando souber.”
“Sim senhor.”
“Olha, é pontuda, certo?”
“O quê, cavalheiro?”
[…]
“Chame o gerente.”
“Não será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa coisa que o senhor quer, é feito do quê?”
“É de, sei lá. De metal.”
“Muito bem. De metal. Ela se move?”
“Bem… É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas mãos. É assim, assim, dobra aqui e encaixa na ponta, assim.”
“Tem mais de uma peça? Já vem montado?”
“É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço.”
“Francamente…”
“Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem vindo, outra volta e clique, encaixa.”
“Ah, tem clique. É elétrico.”
“Não! Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar.”
“Já sei!”
“Ótimo!”
“O senhor quer uma antena externa de televisão.”
“Não! Escuta aqui. Vamos tentar de novo…”
“Tentemos por outro lado. Para o que serve?”
“Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você enfia a ponta pontuda por aqui, encaixa a ponta no sulco e prende as duas partes de uma coisa.”
“Certo. Esses instrumentos que o senhor procura funciona mais ou menos como um gigantesco alfinete de segurança e…”
“Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança!”
“Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!”
“É que eu sou meio expansivo. Me vê aí um… um… Como é mesmo o nome?”
VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comunicação. In: PARA gostar de ler, v.7. 3.ed. São Paulo: Ática, 1982. p. 35-37.
Função conativa ou apelativa
A função conativa ou apelativa apresenta ênfase no emissor (interlocutor). Tem por intencionalidade de convencer e persuadir, e tem a presença de verbos no modo imperativo, os quais têm intenção de indicar a forma como o outro deve agir.
Podemos verificar a ocorrência desse tipo de função em textos de discursos políticos e religiosos, caráter publicitário, bem como em cartas argumentativas. Assim, quando o emissor (locutor) tenta influenciar o receptor (interlocutor), certamente estamos diante da função conativa ou apelativa.
Exemplos
“Mas, que fique bem claro, ninguém é obrigado a nada […] nem mesmo a fazer a Fogueira Santa. A Fogueira Santa é uma atitude exclusivamente pessoal. Não faça sacrifício por que estamos falando, mas faça pela sua fé! Se você não foi tocado, não ouviu a Voz da fé, do Espírito Santo, não participe! Porque se você manifesta qualquer dúvida, mesmo um fio de dúvida, não é para ti esse propósito de revolta”.
“Meu amigo, minha amiga, se você ainda não encontrou a raiz do mal que lhe tem trazido prejuízos por muitos anos, participe da campanha “Corte a Raiz”, que lhe ajudará a descobrir e arrancá-la de uma vez por todas.”
Função metalinguística
A função metalinguística é a função da explicação, onde o código explica o próprio código, ou seja, a linguagem explica a própria linguagem, e então teríamos o dicionário como o principal representante dessa função.
Pode-se afirmar que toda forma de explicação, com expressões como “por exemplo”, “sendo assim”, “ou seja”, introduzem a manifestação dessa função da linguagem. Poemas que tratam do fazer poético, músicas que explicam ou falam como se fazer música, além de filmes que revelam como se fazer cinema, são características da metalinguagem.
Exemplos:
Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: Trouxeste a chave? […]
(Trecho do poema Procura da poesia, de Carlos Drummond de Andrade)
Significado de Código
Substantivo masculino
Coleção de leis: Código Penal. Coleção de regras e preceitos. Sistema de símbolos que permite a representação de uma informação: código Morse. Conjunto de regras que permite a transposição de sistemas de símbolos sem alterar o significado da informação transmitida.
Linguística: Conjunto de todos os elementos linguísticos vigentes numa comunidade e postos à disposição dos indivíduos para servir-lhes de meios de comunicação; língua.
Nas regras gramaticais da Língua Portuguesa, os pronomes são uma classe de palavras variável que têm por finalidade substituir ou determinar (acompanhar) um substantivo. Eles são classificados em razão de tais funções. Aquele que substitui o nome é chamado de pronome substantivo, e o que o determina (acompanha) é o pronome adjetivo.
Os pronomes são subclassificados em pessoais oblíquos tônicos e átonos, pessoais do caso reto, demonstrativos, relativos, de tratamento, possessivos, interrogativos e indefinidos.
Pronomes indefinidos
Os pronomes indefinidos tratam-se daqueles que fazem referência, de forma vaga, à 3ª pessoa do discurso. Confira os exemplos a seguir:
Todos ficaram alegres com a viagem para o litoral.
Alguém pode me dizer o que acontece por aqui?
Qualquer uma dessas roupas não me serve.
Há pronomes indefinidos variáveis e invariáveis.
Variáveis
Invariáveis
algum, alguns, alguma, algumas
alguém
nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas
ninguém
todo, todos, toda, todas
tudo
outro, outros, outra, outras
outrem
muito, muitos, muita, muitas
nada
pouco, poucos, pouca, poucas
cada
certo, certos, certa, certas
algo
vário, vários, vária, várias
tanto, tantos, tanta, tantas
quanto, quantos, quanta, quantas
qualquer, quaisquer
Há ainda locuções pronominais que apresentam o mesmo valor que pronomes indefinidos: cada um, cada qual, quantos quer (que), qualquer um, quem quer (que), todo aquele (que), seja qual for, seja quem for etc.
As famosas “indiretas” têm a finalidade de alertar, criticar e/ou desabafar, e costumam começar com os pronomes indefinidos. Confira os exemplos a seguir:
Algumas daquelas roupas compradas por mim ficaram muito grandes e tive que devolver.
Percebe como certas situações poderiam ter sido evitadas se você tivesse me ouvido?
Com tantos comentários ruins a meu respeito, prefiro me isolar na minha chácara por pelo menos seis meses!
Cada um tem o que merece, como já disse o famoso ditado.
Tais palavras (vários, nenhum, todo, algum, outro, tanto, muito, pouco, certo, quanto, qualquer, alguém, ninguém, tudo, nada, cada, demais, algo) que se referem a substantivos de modo impreciso ou genérico são os pronomes indefinidos.
Os pronomes indefinidos sempre se referem à 3ª pessoa do discurso. Ou seja, são usados para falar de alguém (ou algo) sem especificar de forma clara quem é. Os pronomes indefinidos ainda podem aparecer na forma de locuções ( cada um, cada qual, qualquer um, seja qual for, seja quem for, todo aquele que, etc.).
Classificação dos pronomes indefinidos
De acordo com a forma que os pronomes são utilizados, eles podem ser classificados como pronomes indefinidos substantivos ou como pronomes indefinidos adjetivos.
Pronomes indefinidos substantivos
Determinados pronomes indefinidos são usados somente como pronomes indefinidos substantivos, substituindo o substantivo numa frase. É o caso dos pronomes algo, ninguém, alguém, outrem, tudo e nada.
Algo: Ele está escondendo algo dos nossos pais.
Ninguém: Ninguém pode te ajudar a fazer esta prova de Português.
Alguém: Você gostaria de contar com o auxílio de mais alguém?
Outrem: Não culpe outrem pelo erros cometidos por você.
Nada: Não queremos nada além do que foi combinado!
Há pronomes substantivos que podem ser usados com valor de pronomes adjetivos, ou o contrário.
tudo é pronome indefinido substantivo, mas tudo isso e tudo o mais, por exemplo, assumem a forma de pronomes indefinidos adjetivos: Tudo isso parece tão real.
algum, muito, outro, pouco, tanto são pronomes adjetivos que podem ser usamos como pronomes substantivos: Ele deu para o outro tudo o que possuía.
Pronomes indefinidos adjetivos
Outros pronomes indefinidos são usados somente como pronomes indefinidos adjetivos, acompanhando o substantivo na oração, como os pronomes cada, certo e qualquer.
Cada: Cada um de nós deve fazer um pouco pela equipe, combinado?
Certo: Elas têm razão em certos momentos.
Qualquer: Em qualquer uma dessas circunstâncias, teremos que fazer as nossas escolhas.
Na Língua Portuguesa, os numerais são palavras que servem para indicar uma determinada quantidade dos seres ou a ordem de sua sucessão. Os numerais podem ser utilizados com função de substantivo ou como de adjetivos. Confira o exemplo:
O pai mandou duas (adjetivo) das cinco filhas para o colégio interno.
Os três (adjetivo) alunos de artes pintaram as telas.
O segundo (substantivo) é mais tímido.
A inflação subiu o dobro (substantivo) na semana passada.
A classificação dos numerais se dá segundo as ideias que eles exprimem e se dividem em:
Numerais cardinais: servem para expressar a quantidade exata dos seres – um, dois, três, quatro. Por exemplo:
As duas irmãs passaram as férias no sítio da família.
Numerais ordinais: são usados para indicar uma ordem sucessiva dos seres – primeiro, segundo. Por exemplo:
Pedro sentou na terceira cadeira à esquerda.
Numerais fracionários: servem para indicar diminuições proporcionais, frações ou divisões – terço, meio, metade. Por exemplo:
Miguel comeu um terço do sanduíche e parou para escutar atentamente.
Numerais multiplicativos: são usados para expressar aumentos proporcionais de uma quantidade, multiplicações – dobro, triplo, quinto. Por exemplo:
Ela ganhou o triplo do desconto que seu irmão.
Confira os principais números Cardinais, Ordinais, Multiplicativos e Fracionários a seguir:
Cardinais
Ordinais
Multiplicativos
Fracionários
um
primeiro
–
–
dois
segundo
dobro, duplo
meio
três
terceiro
triplo, tríplice
terço
quatro
quarto
quádruplo
quarto
cinco
quinto
quíntuplo
quinto
seis
sexto
sêxtuplo
sexto
sete
sétimo
sétuplo
sétimo
oito
oitavo
óctuplo
oitavo
nove
nono
nônuplo
nono
dez
décimo
décuplo
décimo
onze
décimo primeiro
–
onze avos
doze
décimo segundo
–
doze avos
treze
décimo terceiro
–
treze avos
catorze
décimo quarto
–
catorze avos
quinze
décimo quinto
–
quinze avos
dezesseis
décimo sexto
–
dezesseis avos
dezessete
décimo sétimo
–
dezessete avos
dezoito
décimo oitavo
–
dezoito avos
dezenove
décimo nono
–
dezenove avos
vinte
vigésimo
–
vinte avos
trinta
trigésimo
–
trinta avos
quarenta
quadragésimo
–
quarenta avos
cinqüenta
qüinquagésimo
–
cinqüenta avos
sessenta
sexagésimo
–
sessenta avos
setenta
septuagésimo
–
setenta avos
oitenta
octogésimo
–
oitenta avos
noventa
nonagésimo
–
noventa avos
cem
centésimo
cêntuplo
centésimo
duzentos
ducentésimo
–
ducentésimo
trezentos
trecentésimo
–
trecentésimo
quatrocentos
quadringentésimo
–
quadringentésimo
quinhentos
qüingentésimo
–
qüingentésimo
seiscentos
sexcentésimo
–
sexcentésimo
setecentos
septingentésimo
–
septingentésimo
oitocentos
octingentésimo
–
octingentésimo
novecentos
nongentésimo ou noningentésimo
–
nongentésimo
mil
milésimo
–
milésimo
milhão
milionésimo
–
milionésimo
bilhão
bilionésimo
–
bilionésimo
Numerais multiplicativos
Os numerais multiplicativos, na Língua Portuguesa, (dobro, triplo, quádruplo) são aqueles que se referem a a uma quantidade que foi multiplicada. Eles são responsáveis por determinar o aumento proporcional ou o número de vezes pelo qual uma quantidade foi multiplicada.
Numerais multiplicativos fazem referência ao número de vezes que uma quantidade foi multiplicada, indicando assim um aumento proporcional dessa mesma quantidade.
Os numerais multiplicativos costumam ser amplamente utilizados na matemática:
Responda quanto é o quíntuplo de vinte.
Quanto é o sétuplo de nove?
A Inflação subiu o triplo este ano.
Pedro tem o dobro da idade de João.
Qual é a resposta do quádruplo da área do quadrado?
Somente numerais multiplicativos dobro, duplo e triplo são usados no dia a dia pelos falantes da Língua Portuguesa.
Na linguagem corrente, costumam ser utilizadas as expressões: quatro vezes, cinco vezes, onze vezes, vinte vezes…
Exemplos:
Ela ganha três vezes o que eu e ainda assim está infeliz!
Eu ainda comia cinco vezes essa quantidade de salgadinhos.
Aqueles vasos são quatro vezes maiores do que os que temos!
Sete vezes cinco resulta em 35.
Prefiro voltar para aquela praia oito vezes do que conhecer outra!
Quando utilizar os numerais multiplicativos?
Os numerais multiplicativos têm função substantiva, apresentando característica invariável. Eles ainda podem ser empregados como adjetivos, sendo variáveis. Assim sendo, são usados para as ambas funções, seja ela substantiva ou adjetiva. Para tanto, teremos:
Função Adjetiva: Maria exerceu uma tripla função na empresa para alcançar as metas de fim de ano;
Função Substantiva: Os atletas de Barcelona se esforçaram o dobro para conseguir terminar a corrida;
Tabela dos numerais multiplicativos
2x
dobro, duplo, dúplex, dúplice
3x
triplo, tríplice
4x
quádruplo
5x
quíntuplo
6x
sêxtuplo
7x
sétuplo
8x
óctuplo
9x
nônuplo
10x
décuplo
11x
undécuplo
12x
duodécuplo
100x
cêntuplo
Os numerais multiplicativos são indicados como número ordinal seguido da palavra “vezes” a partir do número 13 até o número 99:
13x – treze vezes
14x – quatorze vezes
15x – quinze vezes
16x – dezesseis vezes
Flexões dos numerais multiplicativos
O numeral trata-se de uma classe de palavras que variam em gênero e número. Os numerais multiplicativos, entretanto, somente são variáveis em número (singular e plural) e gênero (feminino e masculino) ao exercerem a função de adjetivos.
Com a função de substantivo, os numerais multiplicativos são invariáveis. Neste caso, não existe “a dobra” (embora exista “dobra”, como em “a dobra da manga”, porém não se trata de um numeral multiplicativo, mas sim de um substantivo à parte) nem “os dobros”.
Exemplo de numeral multiplicativo com a função substantiva:
“A vida é um cêntuplo magnífico de seres humanos que formam a caridade da humanidade.” (Anderson Carmona)
A equipe de basquete se esforçou o triplo para vencer o jogo.
Quanto é o óctuplo de cinco?
Na praia, curtiu o dobro do que costumava curtir.
Exemplo de numeral multiplicativo com a função adjetiva:
Beth teve que realizar uma dupla tarefa na escola.
Vitor desempenhou um duplo papel na na jornada de trabalho.
As famosas quíntuplas visitara o Canadá em 2017.
Admirado, o rapaz soube que seria pai de quíntuplos.
Na Língua Portuguesa, frase é todo enunciado que apresenta sentido completo. As frases são formadas por uma só palavra ou por diversas, e podem apresentar verbos ou não. Por meio da escrita e da fala, as frases podem exprimir emoções, ideias, apelos, ordens etc.
Uma frase é definida pelo seu propósito comunicativo, ou seja, pela capacidade que tem de transmitir um determinado conteúdo satisfatório num intercâmbio linguístico.
Exemplos:
O nosso país possui um potencial turístico gigantesco.
Bárbaro!
Não saia ainda.
Quieto!
A campainha está tocando.
Na língua falada, as frases caracterizam-se pela entoação, responsável por indicar nitidamente seu início e seu fim. A entoação pode acompanhar gestos, expressões faciais, expressões dos olhos, além de serem complementadas pelas situação em que o falante encontra-se. Tais fatos contribuem para que frequentemente surjam frases muito simples, formadas por apenas uma palavra. Confira:
Rua!
Fora!
Ai!
Dotadas de entoação própria e acompanhadas de gestos peculiares, tais palavras são suficientes para satisfazer suas necessidades expressivas.
Na língua escrita, os sinais de pontuação representam a entoação, sugerindo melodia frasal. Desaparecendo a situação viva, o contexto é fornecido pelo próprio texto, levando as frases escritas a serem mais completas, linguisticamente falando. Tal complexidade linguística faz com que a frase obedeça as regras gerais da Língua Portuguesa. Portanto, a organização e a ordenação dos elementos formadores da frase devem seguir os padrões do Português. Confira o exemplo:
“As meninas estavam alegres” constitui uma frase, enquanto “Alegres meninas estavam as” não é tida como uma frase correta na Língua Portuguesa.
Quais são os tipos de frases existentes?
Nas regras gramaticais da Língua Portuguesa, as frases são classificadas em cinco tipos: declarativas, exclamativas, interrogativas, imperativas e optativas.
A intencionalidade do discurso se dá por meio dos diversos tipos de frases. Contudo, os sinais de pontuação que as acompanham auxiliam a fim de expressar o sentido de cada uma delas.
Frases declarativas
As frases declarativas têm a função de exercer a constatação de um fato pelo emissor. Esse tipo de frase levam ponto final e pode ser afirmativa ou negativa.
Declarativas afirmativas:
O lençol foi trocado ontem.
Aprecio a culinária japonesa.
As inscrições se encerram amanhã.
Hoje é dia de ir à praia.
O tempo é curto.
Declarativas negativas:
O lençol não foi trocado ontem.
Não aprecio a culinária japonesa.
As inscrições não se encerram amanhã.
Hoje não é dia de ir à praia.
O tempo não é curto.
Frases exclamativas
As frases exclamativas são usadas quando o emissor pretende manifestar emoção. São sinalizadas com ponto de exclamação, como nos exemplos a seguir:
Caramba!
Que torta deliciosa!
Até que enfim!
Já não era sem tempo!
Antes só do que mal acompanhado!
Frases interrogativas
As frases interrogativas ocorrem quando o emissor faz uma pergunta na mensagem. Podem ser diretas ou indiretas.
As interrogativas diretas devem ser sinalizadas com ponto de interrogação, enquanto as interrogativas indiretas levam ponto final.
Interrogativas diretas:
Quer que eu prepare um chá?
Leu todo o livro?
Seus primos já chegaram de viagem?
Aquele cachorro está para adoção?
O que você disse?
Interrogativas indiretas:
Quero saber se você deseja que eu prepare um chá.
Gostaria de saber se você já leu todo o livro.
Precisava saber se os seus primos já chegaram de viagem.
Quero saber se aquele cachorro está para adoção.
Gostaria de saber o que você disse.
Frases imperativas
As frases imperativas são utilizadas para emissão de ordens, conselhos e pedidos. Levam ponto final ou ponto de exclamação e também podem ser afirmativas ou negativas.
Imperativas afirmativas:
Tente!
Caminhe em linha reta.
Siga-me!
Pegue aquele ônibus.
Coma toda a comida!
Imperativas negativas:
Não tente!
Não caminha em linha reta.
Não me siga!
Não pegue aquele ônibus.
Não coma toda a comida!
Frases optativas
As frases optativas têm o objetivo de expressar um desejo e são sinalizadas com ponto de exclamação:
Osverbos são formados por um radical mais uma terminação. As terminações variam conforme as flexões em número, pessoa, modo e tempo verbal que apresentam.
São três as estruturas de conjugação verbal: a 1.ª conjugação para verbos terminados em –ar, a 2.ª conjugação para verbos terminados em –er e a 3.ª conjugação para verbos terminados em –ir.
Entretanto, há verbos que não se encaixam nesses modelos fixos de conjugação verbal, possuindo alterações nos radicais e nas terminações quando conjugados. São os verbos irregulares.
Os verbos irregulares, nas regras gramaticais da Língua Portuguesa, são todos os verbos que, quando conjugados, sofrem alterações em seu radical e/ou em suas terminações. Entretanto, eles não seguem modelos de conjugação, ao contrário do que acontece com os verbos regulares. Ao contrário do que acontece com os verbos regulares, eles não seguem os modelos de conjugação.
Exemplos:
O verbo dizer (radical diz-) muda seu radical ao ser conjugado: digo, disser e direi.
O verbo dar apresenta alterações na sua terminação: dou, dás, dá.
Outros exemplos de verbos irregulares são:
Verbo ser;
Verbo estar;
Verbo haver;
Verbo pôr;
Verbo saber;
Verbo poder;
Verbo medir;
Verbo fazer;
Verbo vir;
Verbo dar;
Verbo trazer;
Verbo dizer;
Verbo querer;
Verbo pedir;
Verbo ouvir;
Verbo caber.
Lista de verbos irregulares
Apesar de haver verbos terminados em ar em maior número, a 1ª conjugação é a que menos apresenta formas irregulares. Confira a relação de verbos irregulares abaixo:
Da primeira conjugação: averiguar, dar, estar, passear.
Da segunda conjugação: caber, crer, fazer, ler, poder, pôr, querer, saber.
Da terceira conjugação: agredir, cobrir, ir, medir, pedir, polir, rir, sair.
Os verbos irregulares podem ser chamados de anômalos quando sofrem alterações profundas em seu radical, como no caso dos verbos ser e ir.
Como os verbos irregulares são conjugados?
Não há regras para a conjugação dos verbos irregulares. Em alguns, as alterações ocorrem somente nos radicais. Em outros, as alterações acontecem somente nas terminações. Em alguns casos, as alterações ocorrem tanto nos radicais como nas terminações.
Classificá-los de verbos irregulares não significa que todas as suas formas conjugadas sejam irregulares, pois é possível que existam formas conjugadas de verbos irregulares que se encaixam nos modelos de conjugação regular.
Confira abaixo a conjugação, no modo indicativo, dos verbos irregulares que mais geram dúvidas:
Na Língua Portuguesa, há inúmeras palavras de origem indígena atualmente. No Brasil, são registradas 200 línguas indígenas, sendo 180 delas ainda faladas nos dias de hoje. diversas palavras de origem indígena no português falado atualmente. Há 200 línguas indígenas registradas no Brasil, sendo que 180 ainda são faladas atualmente. O Tupi é o tronco linguístico que conglomera a maioria das línguas indígenas.
No Brasil, havia mais de mil línguas diferentes faladas pelas tribos indígenas quando os colonizadores portugueses chegaram em territórios brasileiros. Desde então os índios passaram a ensinar os portugueses sobre a flora e fauna do Brasil, ocorrendo o uso de palavras ouve então um ensinamento lexical feito pelos índios aos portugueses, que desconheciam a fauna e flora brasileira. Deste modo, muitas palavras usadas para indicar conceitos de flora, fauna e localidades têm origem indígena.
O tronco Tupi e sua herança
A maioria das línguas indígenas do Brasil é derivada do tronco Tupi, um dos maiores agrupamentos de línguas indígenas nacionais. O Tupi constitui-se com base em uma classificação genética, tal como o Macro-Jê e demais troncos responsáveis pela formação as famílias de palavras indígenas.
O Tupi provavelmente nasceu na Amazônia há aproximadamente 2.500 anos e teria se instalado no litoral brasileiro no ano 200 d.C. Considerando que o total de línguas indígenas no Brasil é em cerca de 150, o tronco Tupi reúne 40 destas línguas e aproximadamente 10.000 palavras, além de ser o mais difundido em territórios nacionais e em diversos países vizinhos.
Estudiosos desvendaram que até aproximadamente o século XVII, o idioma que predominava era o tupinambá, falado entre os cinco maiores grupos tupis daquela época (tupinambás, tamoios, tupiniquins, caetés e potiguaras). Obrigado a ceder à Língua Portuguesa por um decreto, atualmente o Tupi é uma Língua quase morta.
Os verbos apresentam flexão em voz. As vozes do verbo, ou verbos verbais, apresentam flexão em voz e são responsáveis por indicar se o sujeito gramatical é o agente ou o paciente da ação verbal, ou seja, se pratica ou se sofre a ação.
Há três vozes verbais na Língua Portuguesa: voz ativa, voz passiva e voz reflexiva.
Voz ativa: Eu vi a moça no shopping. Voz passiva: A mola foi vista por mim. Voz reflexiva: Eu vi-me ao espelho.
Voz ativa
Utilizada quando o sujeito gramatical pratica a ação verbal, a voz ativa indica que o sujeito gramatical é o agente da ação.
Frases na voz ativa
Eu degustei o menu da festa.
Meu primo mudou-se para Ubatuba.
Os alunos fizeram a lição de casa.
Voz passiva
A voz passiva é utilizada quando o sujeito gramatical sofre a ação verbal. Desta forma, ela serve para indicar que o sujeito gramatical é o paciente de uma ação que é praticada pelo agente da passiva.
De acordo com o processo de formação, a voz passiva pode ser classificada em voz passiva analítica e voz passiva sintética.
Voz passiva analítica
Na voz passiva analítica, as frases apresentam a seguinte estrutura: sujeito paciente + verbo auxiliar + particípio + preposição + agente da passiva
Frases na voz passiva analítica:
O boné foi encontrado pelo meu filho.
O sanduíche foi comido por mim.
Os cadernos foram devolvidos aos alunos.
Voz passiva sintética
Na voz passiva sintética, as frases apresentam a seguinte estrutura: verbo transitivo + pronome se + sujeito paciente
Frases na voz passiva sintética:
Encontrou-se o boné.
Comeu-se o sanduíche.
Devolveram-se os cadernos.
Voz reflexiva
Utilizada quando o sujeito gramatical pratica e sofre a ação verbal, a voz reflexiva indica que o sujeito gramatical é ao mesmo tempo o agente e o paciente da ação. Apresenta um pronome oblíquo reflexivo (me, te, se, nos, vos, se) que atua como objeto de um verbo na voz ativa.
A voz reflexiva é considerada recíproca quando dois sujeitos que praticam e sofrem a ação um do outro estão presentes.
Frases na voz reflexiva
Ela se feriu com a faca.
Alimento-me sempre da maneira mais saudável possível.
Elas olharam-se por um longo tempo.
Como se dá a conversão da voz ativa na voz passiva?
Quando há a passagem da voz ativa para a voz passiva ocorrem algumas mudanças.
Conversão da voz ativa na voz passiva analítica
O sujeito se transforma em agente da voz passiva.
O objeto direto se transforma no sujeito da voz passiva.
O verbo transitivo se transforma em locução verbal.
Exemplo de conversão da voz ativa na voz passiva analítica:
Voz ativa: O funcionário pediu aumento de salário ao seu chefe da empresa.
O sujeito (o funcionário) passa para agente da passiva (pelo funcionário). O objeto direto passa para sujeito da passiva (o aumento de salário). O verbo transitivo (pediu) passa para locução verbal (foi pedido).
Voz passiva analítica: O aumento de salário foi pedido pelo funcionário ao seu chefe da empresa.
Conversão da voz ativa na voz passiva sintética
O objeto direto se transforma no sujeito da passiva.
O sujeito se transforma na partícula apassivadora se.
Não há agente da passiva e o verbo transitivo mantém-se.
Exemplo de conversão da voz ativa na voz passiva sintética:
Voz ativa: O diretor alterou o horário de funcionamento da empresa.
O objeto direto passa para sujeito da passiva (o horário de funcionamento da empresa). O sujeito (o diretor) passa para partícula apassivadora (se). Não há agente da passiva e o verbo transitivo mantém-se.
Voz passiva sintética: Alterou-se o horário de funcionamento da empresa.
Na Língua Portuguesa, os pronomes responsáveis por acompanhar ou substituir o substantivo são chamados de pronomes possessivos. Eles indicam a relação de posse entre as pessoas do discurso e as coisas possuídas. São alguns exemplos de pronomes possessivos: minha, meu, tua, teu, sua, seu, nossa, nosso, vossa e vosso. Confira os exemplos abaixo:
Meu apartamento é logo ali.
Todos viram minha nova bicicleta.
Sua tinha chegará em breve.
Seu argumento não tem fundamento!
Nossa grande dúvida é se haverá espaço para todos.
Alberto é um grande amigo nosso.
Se vossa escolha não interferir na vida dos demais está tudo certo!
Vosso nome não foi uma escolha sua, e sim dos seus pais.
Tua raiva é passageira. Contente-se em fazer o serviço do melhor jeito possível.
Abrir uma pousada na praia é um grande sonho teu, hein?!
No primeiro exemplo, por exemplo, o termo “meu” refere-se ao objeto “apartamento” no sentido de posse. Portanto, o “meu” é o possuidor e “apartamento” é a coisa possuída. No segundo exemplo, da mesma forma, o termo “minha” denota o sentido de possuidor de algo.
Os pronomes possessivos podem apresentar outras funções, como pronomes adjetivos, ao acompanharem um nome; ou pronomes substantivos, ao substituírem um nome, podendo variar de acordo com o contexto ao qual eles foram colocados.
Confira os exemplos:
• Meus primos viajaram para Belém do Pará.
Nesse caso, o pronome possessivo “meus” acompanha o substantivo “primos”, portanto, ele é um pronome adjetivo, já que está acompanhando um nome. Por exemplo:
Avaliaram todas as provas, menos as minhas.
Diferente do exemplo anterior, o pronome possessivo “minhas” foi utilizado para substituir o nome “provas”. Desta forma, ele é considerado um pronome substantivo.
Quais são as variações dos pronomes possessivos?
Os pronomes possessivos variam conforme o número (singular / plural), pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoa) e gênero (masculino e feminino).
Pronomes possessivos
1ª pessoa do singular
meu(s), minha(s)
2ª pessoa do singular
teu(s), tua(s)
3ª pessoa do singular
seu(s), sua(s)
1ª pessoa do plural
nosso(s), nossa(s)
2ª pessoa do plural
vosso(s), vossa(s)
3ª pessoa do plural
seu(s), sua(s)
Assim como os pronomes pessoais (tanto os do caso reto quanto os do caso oblíquo, que são divididos em 1ª, 2ª e 3ª pessoa do singular e do plural), os pronomes possessivos também possuem a mesma divisão, pois sempre devem concordar com os substantivos/ nomes que eles estão acompanhando ou que eles estão substituindo. Tal divisão também se dá pelo fato de relacionar os pronomes às pessoas do discurso.
Pronomes possessivos e a concordância
Os pronomes possessivos sempre concordam em gênero, número e em pessoa. Tal concordância acontece de duas formas: Em pessoa, com o possuidor, ou seja, aquele que possui o discurso / que produz a mensagem. Exemplos:
• Esperei meu pai chegar de viagem na rodoviária.
Nota-se que nesse caso o pronome possessivo “meu” faz concordância com o pronome pessoal do caso reto “eu”, que fica subentendido antes do verbo “esperei”.
• Carregue as tuas malas.
Assim como no exemplo anterior, o pronome possessivo “tuas” possui relação com o pronome pessoal “tu”.
Em gênero e número, com a coisa possuída. Ou seja, quando um pronome possessivo acompanha um substantivo, obrigatoriamente, ele precisa concordar em gênero e em número. Exemplos:
• Vigiei minha carteira o tempo todo.
No exemplo acima, percebe-se que o pronome possessivo “minha” concorda em número (singular) e em gênero (feminino) com o substantivo ao qual se refere, que é “carteira”.
• Guardei meus livros na estante.
Da mesma forma acontece no segundo exemplo, onde o pronome “meus” se alinha ao substantivo “livros”.
Pronome possessivo “seu”
Muitas vezes o pronome possessivo “seu” é confundido com a linguagem coloquial do pronome de tratamento “senhor”. Tal situação só pode ser analisada em seu contexto. Confira os exemplos:
Seu veículo está guardado na vaga.
Seu Gustavo, faça o favor!
Nota-se que, no primeiro exemplo, o termo “seu” possui o sentido de posse referindo-se ao substantivo “veículo”. Já no segundo exemplo, o termo “seu” é utilizado como abreviação do pronome de tratamento “senhor”.
Outros pronomes
Os pronomes geralmente são usados para substituir um nome ou algo a que eles se referem, bem como para para acompanhar o nome, tendo a utilidade de qualificá-lo. Além de possessivos, os pronomes podem ser classificados em:
Pronomes demonstrativos
Os pronomes demonstrativos indicam a localização dos seres no espaço, no tempo ou no próprio texto, em relação às pessoas do discurso (1ª, 2ª e 3ª pessoa do singular e do plural). São eles:
Pronomes demonstrativos
Espaço
Tempo
Variáveis
Invariáveis
Próximo
Presente
este(s), esta(s)
isto
Pouco distante
Passado e Futuro próximo
esse(s), essa(s)
isso
Distante
Passado remoto
aquele(s), aquela(s)
aquilo
Pronomes indefinidos
Pronomes indefinidos referem-se aos substantivos de modo indeterminado, vago, impreciso, indefinido, e podem ser variáveis e invariáveis. Observe abaixo:
Variáveis
Invariáveis
algum, alguns, alguma, algumas
alguém
nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas
ninguém
todo, todos, toda, todas
tudo
outro, outros, outra, outras
outrem
muito, muitos, muita, muitas
nada
pouco, poucos, pouca, poucas
cada
certo, certos, certa, certas
algo
vário, vários, vária, várias
tanto, tantos, tanta, tantas
quanto, quantos, quanta, quantas
qualquer, quaisquer
Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são utilizados em frases interrogativas. Veja:
Classificação
Pronomes Interrogativos
Variáveis
qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis
quem, que.
Pronomes relativos
Os pronomes relativos substituem termos anteriormente expressos, evitando dessa forma a sua repetição.
Classificação
Pronomes Relativos
Variáveis
o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Invariáveis
quem, que, onde.
Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais são usados para designar as três pessoas gramaticais: quem fala; com quem se fala; de quem se fala ou do que se fala. Eles são divididos em pronomes pessoais do caso reto e pronomes pessoais do caso oblíquo. Confira:
Pessoas Verbais
Caso Reto
Caso Oblíquo
1ª pessoa do singular
eu
me, mim, comigo
2ª pessoa do singular
tu, você
te, ti, contigo
3ª pessoa do singular
ele, ela
o, a, lhe, se, si, consigo
1ª pessoa do plural
nós
nos, conosco
2ª pessoa do plural
vós, vocês
vos, convosco
3ª pessoa do plural
eles, elas
os, as, lhes, se, si, consigo.
Pronomes de tratamento
Os pronomes de tratamento são usados para se referir a alguém de uma maneira mais formal. Observe:
Nas normas gramaticais da Língua Portuguesa, a transcrição exata da fala das personagens é chamada de discurso direto, onde a voz das personagens é inserida na narrativa sem que exista participação do narrador. Desta forma, o discurso direto possibilidade aos personagens que se exprimam livremente, ganhando vida própria na narração. Dentre os tipos de discurso, o discurso direto é o mais comum e natural.
Quais são as principais características do discurso direto:
O discurso direto tem como principais características:
Ocorrência sem a participação do narrador;
Transcrição exata da fala das personagens;
Introdução por verbos de elocução que anunciam o discurso (dizer, perguntar, responder, comentar, falar, observar, retrucar, replicar, exclamar, aconselhar, gritar, murmurar);
É antecedido pelo travessão, que indica quando começa a fala de uma personagem e quando há a mudança de interlocutores.
Após o verbo de elocução, há dois-pontos e uma mudança de linha para um novo parágrafo;
Primeiramente, é necessário destacar os “verbos de dizer” ou “verbos de fala”. Tratam-se dos verbos que introduzem as falas dos personagens, como nos exemplos abaixo:
“E, numa voz baixa, acrescentou:
– Venham, meninas – disse Roger –, vocês duas já andaram bastante.”
Outras marcas do discurso direto que merecem destaque são os sinais de pontuação. Os dois-pontos e o travessão indicam as falas dos personagens. Tais marcas separam as palavras do narrador das palavras dos personagens. Confira o exemplo abaixo:
Naquela bela e pequena ilha vive um pescador solitário há mais de 15 anos. Dizem que ele perdeu a esposa e o filho durante um temporal em alto mar. “Vivo da pesca e das coisas que planto, além de vender almoço para os turistas. Desde que fiquei viúvo e perdi meu filho, fiz do quintal da minha casa a área onde sirvo as refeições. Consigo me sustentar na ilha e conheço muitas pessoas de diferentes partes.”, explica Diógenes, o solitário homem.
Quais são os outros tipos de discurso?
Além do discurso direto, há ainda o discurso indireto e o discurso indireto livre.
O que é o discurso indireto?
O discurso indireto se distingue do discurso direto pois nele acontece a intervenção do narrador na voz das personagens. No discurso indireto, o narrador faz uso das suas próprias palavras para transmitir a fala das personagens.
Discurso direto: — Eu vou para a praia depois da faculdade. Discurso indireto: Ele disse que ia para a praia depois da faculdade.
O que é o discurso indireto livre?
O discurso indireto livre se diferencia do discurso direto porque nele ocorre a introdução das falas da personagem no meio da narração sem qualquer indício da mudança da voz do narrador para a voz da personagem.
Discurso direto: — Eu vou para a praia depois da faculdade. Discurso indireto livre: Pedro chegou cansado do trabalho. Apenas tinha vontade de se deitar no sofá. Eu vou para a praia depois da faculdade. Ele sabia, contudo, que tinha de cumprir com suas tarefas diárias primeiro.
Exemplos de discurso direto
O desconhecido quis saber: — Que horas são, por favor?
Carlos Gustavo, muito feliz com a pergunta, disse: – Sim, vou acompanhar você, ou achou que a deixaria ir sozinha?
Foi então que ela afirmou: — Estou cansada de tanto problema!
Todos os dias meu pai me diz: “Fique alerta e não faça bagunça nas aulas”.
Por que você não vai à festa? – perguntou Jéssica.
Tanto a palavra “perca” quanto “perda” são corretas, porém cada uma tem o momento e contexto correto para ser usada. Apesar de apresentarem escritas e pronúncias parecidas, o emprego e significado dos termos são bem diferentes.
Pelo fato das palavras “perca” e “perda” serem parônimas, ou seja, terem grafia e pronúncia semelhantes, elas costumam causar uma certa confusão na Língua Portuguesa.
Confira a diferença entre perca e perda:
Perca: é uma forma verbal do verbo “perder”, podendo estar na primeira ou terceira pessoa do singular do presente do subjuntivo ou ainda na terceira pessoa do singular do imperativo.
Exemplos:
Você não quer que eu perca minha hora!
Não quero que ela perca o sorriso no rosto.
Não perca sua agenda!
Você não quer que eu perca essa oportunidade, não é mesmo?
Não perca essa oportunidade de jeito nenhum!
Não quero que ele perca essa chance.
Perda: é o substantivo que corresponde ao verbo “perder”, cujo sentido aproximado de “pessoa que se priva de algo ou de alguém por algum motivo”, “dano sofrido”, “prejuízo”.
Exemplos:
Estamos tristes, em virtude da perda do campeonato.
Em razão da perda de sua tia, João estava muito triste.
A perda da disciplina nos incita à rebelião.
Esse ano houve perda de qualidade em relação ao ano passado.
Ingrid está triste, pois a perda da prima a abalou muito.
É bastante comum construções como “Não quero que ele perda sua oportunidade” ou “Assistir a este vídeo é perca de tempo”. Tais frases estão incorretas. Na primeira frase seria “perca”, já que a segunda oração deste período (que ela perda sua vaga) está no presente do subjuntivo e exige um verbo. O certo seria “Não quero que ele perca sua oportunidade”. Já na segunda frase, o sentido é de privação, pois alguém está perdendo o tempo que tinha por assistir ao vídeo.
Logo, as frases apresentadas acima estão incorretas. Entretanto, o seu uso na língua coloquial é justificável, pois elas são bastante parecidas, porém tais orações continuam erradas.
Exercícios com as palavras perca e perda
Questão 01
Complete as frases com perca ou perda:
a) Sofreu muito com a ______________ de sua vaga.
b) A _________ do último ônibus atrasou a viagem.
c) Espero que ela não _____________ as esperanças.
d) Para a ______________ de peso, é preciso reeducar a alimentação e praticar exercícios físicos.
e) ____________ peso de forma saudável é possível.
Resposta:
a) perda
b)perda
c) perca
d) perda
e)Perca
Questão 02
As orações que contêm a forma incorreta do uso das palavras perca e perda são:
a) ( ) A moto deu perca total.
b) ( ) Todos nós sentimos a perda de nosso primo.
c) ( ) Trabalhe com alegria e não perca as esperanças.
d) ( ) Esse estudo é uma perca de tempo.
e) ( ) Viaje muito e não perca os belos cenários.
Resposta: Letras A e D
Questão 03
Relacione as colunas com a explicação para o uso das palavras em destaque nas orações:
a) ( ) A perda dos dados atrasou todo o editorial.
b) ( ) Não perca a oportunidade de fazer melhor.
I. É o substantivo que corresponde ao verbo “perder” e tem sentido aproximado de “pessoa que se priva de algo ou de alguém por algum motivo”, “dano sofrido”, “prejuízo”.
II. É uma forma verbal do verbo “perder”, a qual pode estar na primeira ou terceira pessoa do singular do presente do subjuntivo, ou ainda na terceira pessoa do singular do imperativo.
Resposta:
a) (I)
b) (II)
Questão 04
A única oração que possui o uso adequado do verbo “perca” é:
a) ( ) Que ele nunca perca a oportunidade!
b) ( ) A perca da esperança leva-nos à derrota.
c) ( ) Minha angústia é por causa da perca do ônibus.
Os dois-pontos ( : ), no Português, são um sinal gráfico que faz parte dos sinais de pontuação.
Na produção de textos, os dois-pontos marcam uma breve pausa no discurso. Este sinal costuma ser usado antes de um esclarecimento ou explicação, após vocativos, em sínteses ou resumos, citações, falas (discurso direto), enumerações, exemplos, dentre outros.
Na Matemática, os dois-pontos correspondem ao sinal da divisão (66:2=33 – Lê-se: sessenta e seis dividido por dois, igual a trinte e três).
Exemplos de usos dos dois-pontos :
1. Nas explicações ou esclarecimentos
“A vida é isso: aprender a viver com a dor e valorizar os bons momentos.”
“Abriu mão do que mais gostava: acordar tarde. Mas foi recompensado por isso.”
“Ela conquistou o que tanto desejava: uma casa na praia.”
2. Nas sínteses ou resumos
“No Brasil, o problema da violência aumenta cada dia. Por isso, a maioria dos cidadãos do país têm medo de saírem de casa. Em resumo: A violência e o medo crescem no país.”
“Andava sempre distraído e se esquecia das coisas com facilidade devido a problemas familiares. Em poucas palavras: seus problemas se agravavam por conta da família”.
“Seus medos e angústias são frutos da sua mentalidade distorcida, já que tramou justo contra aqueles que o amavam. Resumindo: é um infeliz por não saber o que é amar.”
3. Nas enumerações
“Os planetas do sistema solar são: Vênus, Mercúrio, Netuno, Saturno, Terra, Marte, Júpiter e Urano.”
“São três os seus ex-namorados: Vitor, Abner e Pedro.”
“Dentre as suas inúmeras qualidades, as que mais se destacam são essas: companheirismo, paciência, carinho e resiliência.”
4. Nos discursos diretos
“Após escutar atentamente a pergunta do tio, Lucas afirmou: — Ainda não estou vestido para viajar.”
“Antes de ir à praia, perguntou à irmã: — Você sabe onde está o meu chapéu verde?”
“Perguntou à professora: — Fui muito mal na prova de ontem?”
5. Nas citações
“Já afirmou o poeta português Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.
“Clarice Lispector já disse: “Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.”
6. Após vocativos
“Senhor Pedro: Podemos participar do evento no sábado?”
“Dona Maria: Deveríamos sair agora para não chegar na festa muito tarde”
“Primo Antônio: Quando vamos à praia novamente?”
7. Nos exemplos
“O substantivo é uma classe de palavra que nomeia os seres, por exemplo: avião, casa, telefone, cachorro.”
“Procurou desesperadamente pelas coisas que julgava serem necessárias: seu boné, sua mochila, seus óculos escuros e seu protetor solar.”
Qual é a diferença entre Dois-pontos e Ponto e Vírgula?
A diferença entre os dois-pontos e o ponto e vírgula é a pausa que o ponto e vírgula oferece à produção textual, já que pode apresentar a mesma função dentro de um texto, por exemplo, de enumeração.
Deste modo, o ponto é virgula indica uma pausa maior que a vírgula e menor que ponto, separando ideias, orações ou elementos textuais.
Já o sinal dois-pontos indica uma pausa mais breve no discurso utilizado nas explicações, discursos diretos, citações, enumerações, dentre outros.
A letra deve maiúscula ou minúscula após os dois-pontos?
Após os dois-pontos, podemos usar tanto letra minúscula como letra maiúscula, dependendo da situação. Geralmente a letra minúscula é mais utilizada, porém há situações específicas que o uso da letra maiúscula é justificado.
A letra minúscula deve ser usada nas seguintes situações:
em enumerações com alíneas curtas (palavras soltas, pequenas expressões,…);
em enumerações de palavras que se escrevem habitualmente com letra minúscula (verbos, adjetivos, substantivos,…);
em observações, notas, exemplos ou informações importantes;
em orações apositivas.
em explicações, resumos, esclarecimentos, causas ou consequências;
A letra maiúscula deve ser utilizada nas seguintes situações:
em enumerações com alíneas formadas por frases extensas ou períodos compostos;
em enumerações de palavras que se escrevem habitualmente com letra maiúscula (substantivos próprios);
em mudanças de parágrafo, como nos discursos diretos;
Parênteses ( ), na gramática, configuram-se como sinais de pontuação cuja finalidade é marcar um momento intercalado no texto, onde existe acréscimo de informação acessória. Os parênteses podem ser retirados da oração sem alterar o sentido da mesma, sendo dispensáveis. Entretanto, quando o sinal de parênteses está presente, proporciona enriquecimento do conteúdo frásico com informação extra, além de esclarecer o que foi dito.
Quando os parênteses ( ) devem ser utilizados?
O sinal de parênteses deve ser utilizado quando:
Há introdução de considerações, comentários, explicaçõese reflexões sobre algo que foi mencionado na oração. Por exemplo:
Existe dois tipos de orações coordenadas: as sindéticas (ligadas por meio de uma conjunção) e as assindéticas (ligadas por meio da vírgula).
Ela disse que cumpriria sua parte do combinado. (Será?)
Na separação de orações intercaladas com verbos declarativos, especialmente quando curtas. Além dos parênteses, também é possível a utilização da vírgula ou de travessões na separação de orações intercaladas.
Há quem o faça (mas não o aconselha) por isso não o farei.
Eles afirmam (embora ninguém acredite) que são de confiança.
Na introdução de dados bibliográficos, biográficos e indicações cênicas. Os dados biográficos fazem referência ao período de vida de uma pessoa e ao seu local de nascimento, entre outros. Nos dados bibliográficos podem estar inclusos o nome do autor, o nome da obra e o ano de publicação da obra, entre outros. As indicações cênicas referem-se às indicações que são dadas aos atores nas peças de teatro para contextualizar a ação dos mesmos em palco.
Exemplo de dados biográficos: Pedro Henrique de Castro (Barcelona, 1950 – Rio de Janeiro, 2019) foi o diretor da cooperativa. Exemplo de dados bibliográficos: “Agora eu quero contar as histórias da beira do cais da Bahia.” (Jorge Amado, Mar Morto, 1936.) Exemplo de indicações cênicas: Lucas – Você está vindo tão tarde hoje… Cláudia (entrado na sala) – Eu sei, me atrasei na saída da escola.
Na indicação da possibilidade de leitura de uma determinada palavra no gênero feminino ou masculino, bem como no singular ou no plural. Além dos parênteses, também é possível a utilização da barra na indicação dessas possibilidades de leitura.
Avisam-se que os(as) pais(as) não estarão presentes na reunião da escola.
Todos(as) os(as) candidatos(as) deverão se enfileirar.
Pontuação dentro ou fora dos parênteses ( )
Dependendo da situação, há sinais de pontuação que podem aparecer dentro ou fora dos parênteses. Caso haja uma frase completa dentro dos parênteses, deve ser pontuada autonomamente. Caso haja somente uma pequena palavra ou informação, pontua-se apenas a frase principal onde essa informação está inserida.
Exemplo de pontuação fora dos parênteses: Vou viajar à praia com familiares: Igor (meu primo mais novo) e Isabella (minha prima mais velha). Exemplo de pontuação dentro dos parênteses: Será que conseguiremos ir ao shopping? (E aproveitar este dia de calor?)
Parênteses ou parêntesis?
Há certa confusão quanto ao uso da palavra parênteses ou da palavra parêntesis. O uso da palavra parêntese deve ser priorizado, com plural parênteses, já que é a forma aportuguesada da palavra, enquanto parêntesis é a forma da palavra em Latim. Entretanto, as duas formas de escrita são corretas.
Na Língua Portuguesa, o verbo é uma classe gramatical ampla, e pode expressar um estado, ação, fenômeno da natureza, mudança de estado, além de apresentar inúmeras flexões. Por conta dessa abrangência, há diferentes tipos de classificação dos verbos.
A classificação dos verbos acontece por meio das flexões que ocorrem de acordo com o número (singular e plural), pessoa (primeira, segunda, terceira), tempo (presente, pretérito, futuro), modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), voz (ativa, passiva, reflexiva) e aspecto (perfectivo, imperfectivo, inceptivo, cursivo, terminativo, pontual, durativo, contínuo, descontínuo).
Na gramática, os verbos são categorizados em regulares, irregulares , defectivos, anômalos, abundantes, auxiliares, principais, pronominais, significativos e de ligação.
Classificação dos verbos
Verbos anômalos
Os verbos anômalos são aqueles que passam por grandes alterações nos radicais no momento que são conjugados. É o caso dos verbos ser e ir.
Verbo ser: sou, foste, era, fôramos, sereis, seriam, seja.
Verbo ir: vou, fui, irei, ia, ireis, iriam.
Verbos regulares
Os verbos regulares são aqueles cuja flexão não causa nenhuma modificação nos radicais.Deste modo, aconjugação se encaixa nos modelos fixos de conjugação e não altera os radicais ou as terminações. Por exemplo (verbo amar): amar, amei, amarei, amava, amasse.
Verbos irregulares
Quando conjugados, os verbos irregulares sofrem alterações tanto nos radicais quanto nas terminações. Eles não seguem os modelos fixos da conjugação que integram. Exemplo (verbo fazer): faço, fazia, fiz, fizera, fizesse, farei, faria.
Verbos defectivos
Devido aos fatores fonéticos, morfológicos ou semânticos, os verbos defectivos não apresentam todas as formas verbais, já que não podem ser conjugados em determinados tempos, modos ou pessoas. Os verbos defectivos são identificados como:
Impessoais – são os verbos que não apresentam sujeito e costumam ser conjugados somente na terceira pessoa do singular. Os principais desse tipo são o verbo haver (no sentido de existir) e o verbo fazer (no sentido de tempo decorrido).
Exemplos:
Havia muitas crianças na escola hoje. Houve uma manifestação no centro da cidade pela tarde. Faz uma hora que espero o ônibus passar. Faz dois anos que não viajo.
Além desses, todos os verbos que apontam fenômenos naturais são também impessoais.
Anoitecer
Amanhecer
Chover
Chuviscar
Esquentar
Escurecer
Estiar
Saraivar
Garoar
Nevar
Relampejar
Trovejar
Ventar
Os verbos que remetem aos fenômenos podem ser conjugados somente no sentido figurado, em contexto literário. Exemplo: Ele amanheceu com excelente humor.
Unipessoais – mesmo apresentando um sujeito, os verbos unipessoais têm conjugação realizada somente na terceira pessoa do singular e na terceira do plural. Eles servem para representar as vozes ou ações de animais, e indicar uma necessidade ou sensação em orações subordinadas substantivas.
Exemplos:
Os gatos miaram durante toda a noite. Meu cachorro late loucamente quando está com fome. É importante você relaxar mais. Custa ir trabalhar na segunda-feira.
Assim como os impessoais, a conjugação apenas é possível quando a frase é em sentido figurado. Exemplo: Ela sempre rosnava diversos xingamentos quando ficava nervosa.
Pessoais – os verbos pessoais também têm sujeito, porém não possuem algumas flexões por razões morfológicas e eufônicas. O verbo falir, por exemplo, quando conjugado no presente do indicativo (falo, fales, fale), apresenta formas idênticas ao verbo falar – o que pode gerar certa confusão na hora da interpretação.
Já o verbo computar no presente do indicativo (computo, computas, computa), possui uma sonoridade considerada “desagradável” por alguns gramáticos, sendo normalmente substituído por sinônimos durante a formação das frases.
Exemplo: Eu calculei todas as despesas da casa este mês. (O verbo calcular pode ser usado no lugar do computar: Eu computei todas as despesas da casa este mês.)
Verbos abundantes
Os verbos abundantes, de acordo com a classificação dos verbos, apresentam duas formas aceitas pela gramática normativa. Assim, eles podem ser encontrados tanto no particípio regular como irregular.
Entre a classificação dos verbos, os verbos auxiliares são aqueles que acompanham as formas nominais do verbo principal, apontando o tempo, modo, número ou pessoa da ação. São aplicados nos tempos compostos, locuções verbais e voz passiva. Exemplos: ser, estar, ter, haver, ir, ficar.
Verbos de ligação
Os verbos de ligação, também chamados de copulativos, indicam um estado ao ligar uma característica ao sujeito. Eles não relacionam uma ação efetuada e também não são os núcleos dos predicados.
Exemplos:
Eu sou ansioso. Juliana parece animada.
Verbos principais
Os verbos principais não precisam de outros verbos para expressar a totalidade da ação verbal. Exemplos: brincar, correr, dançar, estudar, saltar, sorrir.
Verbos pronominais
Os pronominais unem-se aos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, vos, se) no momento que são conjugados. Tais pronomes estão relacionados ao pronome reto ou à mesma pessoa do sujeito, estabelecendo as seguintes conjugações:
Pronominal reflexiva: a ação remete ao próprio sujeito. Ex: Ela penteia-se ou ela se penteia. Pronominal recíproca: a ação remete a cada um dos sujeitos, que devem estar no plural. Ex: Elas viram-se ou elas se viram.
Os verbos pronominais ainda são classificados em essenciais – verbos que são usados apenas nas formas pronominais (arrepender-se, suicidar-se, zangar-se, queixar-se, abster-se, dignar-se) – e acidentais, que podem ser utilizados tanto na forma pronominal como na simples (lembrar/lembrar-se/ sentar/sentar-se, enganar/enganar-se).
Verbos significativos Conforme a classificação dos verbos, os significativos mostram uma ação. Como funcionam como núcleos dos predicados verbais, podem ser intransitivos ou transitivos (transitivo direto, transitivo indireto ou transitivo direto e indireto).
Verbos intransitivos: não precisam de objeto direto ou indireto para dar sentido as orações. Exemplos: morrer, nascer, andar, viver, voltar, chegar.
Verbos transitivos: necessitam de um complemento verbal para ter sentido.
Exemplos:
Verbo transitivo direto: quebrar, querer, ler, fazer, ter, causar.
Verbo transitivo indireto: acreditar, saber, obedecer, necessitar, lembrar, concordar. Verbo transitivo direto e indireto: comunicar, agradecer, pagar, emprestar, perdoar, dar.
Há dois gêneros gramaticais na Língua Portuguesa. São eles o gênero feminino e o gênero masculino. Os substantivos que pertencem ao gênero masculino são aqueles em que é possível antepor o artigo o ou um. Exemplos: o hotel, um porteiro. São substantivos pertencentes ao gênero feminino todos aqueles que é possível antepor o artigo a ou uma. Exemplos: a pousada, uma enfermeira.
Determinação de gênero pela terminação
Gênero masculino
1) Nomes terminados em –o átono são pertencentes ao gênero masculino. Exemplos: o juiz, o caderno, o caiaque.
2) Substantivos concretos terminados em –ão são pertencentes ao gênero masculino. Exemplos: o pêssego, o papel, o mercado.
Gênero feminino
1) Nomes terminados em –a átono são pertencentes ao gênero feminino. Exemplos: a mesa, a prancha, a cadeira.
2) Substantivos abstratos terminados em –ão são pertencentes ao gênero feminino. Exemplos: a razão, a vocação, a instrução.
Determinação do gênero pela significação
Gênero masculino
1) Os nomes de homens e as suas funções são pertencentes ao gênero masculino. Exemplos: Renan, Allan, Carlos, professor, ambulante, pedreiro.
2) Nomes de animais do sexo masculino são pertencentes ao gênero masculino. Exemplos: cão, carneiro, coelho.
3) Nomes de montes, de oceanos, de rios, de lagos e ventos, nos quais se subentende o gênero masculino. Exemplos: o Pacífico = o oceano Pacífico, o Amazonas = o rio Amazonas, o Índico = o oceano Índico.
4) Os nomes de meses e dos pontos cardeais são pertencentes ao gênero masculino. Exemplos: o mês de dezembro, o mês de janeiro, o sul.
Gênero feminino
1) Os nomes de mulheres e as suas funções são considerados de gênero feminino. Exemplos: Jéssica, Débora, Márcia, imperatriz, advogada, vendedora.
2) Nomes de animais do sexo feminino são considerados de gênero feminino. Exemplos: galinha, pata, ovelha.
3) Nomes de cidades e ilhas em que subentende-se o gênero feminino. Exemplos: a histórica Olinda, a vibrante Paris, a Veneza.
Formação do feminino dos substantivos biformes
1) Substantivos terminados em consoantes formam o feminino com o acréscimo do –a. Exemplos: freguês – freguesa, deus – deusa, contador – contadora.
2) Substantivos terminados em –o átono formam o feminino ao substituir a desinência por –a. Exemplos: lobo – loba, menino – menina, gato – gata.
3) Substantivos terminados em –ão podem formar o feminino de três formas:
3.1) Mudando o final –ão para –oa. Exemplos: leitão – leitoa, ermitão – ermitoa, patrão – patroa;
3.2) Mudando o final –ão para –ã. Exemplos: anão – anã, campeão – campeã, cidadão – cidadã;
3.3) Mudando o final –ão para –ona. Exemplos: folião – foliona, espertalhão – espertalhona, pobretão – pobretona.
4) Substantivos terminados em –or formam normalmente o feminino com o acréscimo da desinência –a, –eira ou –triz. Exemplos: leitor – leitora, imperador – imperatriz, arrumador – arrumadeira;
5) Substantivos que referem-se a títulos de nobreza formam o feminino com as terminações–esa, –essa e –isa. Exemplos: barão – baronesa, abade – abadessa, sacerdote – sacerdotisa.
6) Substantivos terminados em–e são uniformes, mas há exceções em que é acrescentado o –a ao fim da palavra. Exemplos: governante – governanta, elefante – elefanta, gigante – giganta.
7) Outros Casos:
Avô – avó
Cônsul – consulesa
Cônego – canonisa
Czar – czarina
Frade – freira
Herói – heroína
Maestro – maestrina
Profeta – profetisa
Poeta – poetisa
Réu – ré
Rapaz – rapariga ou moça
Rei – rainha
Substantivos uniformes
Os substantivos uniformes podem ser classificados em sobrecomuns, epicenos, comuns de dois gêneros ou de gênero vacilante.
Substantivos sobrecomuns
Substantivos sobrecomuns são aqueles que têm somente um gênero gramatical para designar as pessoas de ambos os sexos. Exemplos: a pessoa, a testemunha, a criança.
Substantivos epicenos
Substantivos epicenos são aqueles que apresentam somente um gênero gramatical para designar os dois sexos dos animais. Para designar o sexo, junta-se ao substantivo as palavras macho ou fêmea.
Exemplos:
o crocodilo (o crocodilo macho, o crocodilo fêmea)
o sabiá (o sabiá macho, o sabiá fêmea)
a onça (a onça macho, a onça fêmea)
Substantivos comuns de dois gêneros
Alguns substantivos apresentam uma só forma para dois gêneros, mas é possível distinguir o masculino do feminino através do emprego do artigo que os acompanha.
Exemplos: o dentista – a dentista, o jornalista – a jornalista, o artista – a artista.
Gêneros e significados
A mudança de significado de gênero pode acontecer devido ao artigo empregado.
Exemplos:
o grama (unidade de peso) – a grama (planta)
o cabeça (chefe) – a cabeça (parte do corpo)
o crisma (óleo usado nos sacramentos) – a crisma (sacramento)
No Português, os recursos estilísticos utilizados a fim de enfatizar a comunicação para torná-la mais bonita são chamados de figuras de linguagem. As figuras de linguagem são classificadas de acordo com a sua função:
Figuras de palavras ou semânticas: estão relacionadas ao significado das palavras. Exemplos: metonímia, metáfora, catacrese, comparação, sinestesia e perífrase.
Figuras de sintaxe ou construção: interferem na estrutura gramatical da frase. Exemplos: assíndeto, anáfora, hipérbato, elipse, zeugma, pleonasmo, polissíndeto, anacoluto e silepse.
Figuras de pensamento: combinam pensamentos e ideias. Exemplos: apóstrofe, eufemismo, hipérbole, personificação, litote, ironia, paradoxo, antítese, gradação.
Figuras de som ou harmonia: associa-se à sonoridade das palavras. Exemplos: assonância, aliteração, onomatopeia e paronomásia.
Quais são as figuras de linguagem?
Figuras de palavras
Comparação
Na chamada comparação explícita são usados conectivos de comparação (como, assim, tal qual).
Exemplo: Seus cabelos são como sabugos de milho.
Catacrese
A catacrese é utilizada para representar o emprego impróprio de uma palavra por não existir outra mais específica.
Exemplo: Embarcou há pouco no ônibus.
Embarcar é colocar-se a bordo de um barco, porém como não há um termo específico para o ônibus, é utilizado embarcar.
Metáfora
A metáfora é responsável por representar uma comparação de palavras com significados diferentes. O termo comparativo fica subentendido na oração.
Exemplo: A vida é uma viagem ao desconhecido. (A vida é como uma viagem ao desconhecido.)
Metonímia
A metonímia configura-se como a transposição de significados considerando parte pelo todo, autor pela obra.
Exemplo: Tinha o hábito de ler Clarice Lispector. (Costumava ler as obras de Clarice Lispector.)
Perífrase
Também chamada de antonomásia, a perífrase trata-se da substituição de uma ou mais palavras por outra que a identifique.
Exemplo: O rugido do rei das selvas é escutado a uma distância de 8 quilômetros. (O rugido do leão é escutado a uma distância de 8 quilômetros.)
Sinestesia
A sinestesia acontece através da associação de sensações por órgãos de sentidos diferentes.
Exemplo: Com aquele olhos frios, afirmou que não gostava mais do marido.
A frieza está associada ao tato e não à visão.
Figuras de pensamento
Antítese
A antítese trata-se da utilização de termos que têm sentidos opostos.
Exemplo: Toda guerra finaliza por onde devia ter começado: a paz.
Apóstrofe
A apóstrofe é a interpelação feita com ênfase.
Exemplo: Ó céus, é preciso chover mais?
Eufemismo
O eufemismo é usado a fim de suavizar o discurso.
Exemplo: Entregou a alma a Deus.
Acima, a frase informa a morte de alguém.
Gradação
A gradação é a apresentação de ideias que progridem de forma crescente (clímax) ou decrescente (anticlímax).
Exemplo: Inicialmente calma, depois apenas controlada, até o ponto de total nervosismo.
No exemplo acima, acompanhamos a progressão da tranquilidade até o nervosismo.
Hipérbole
A hipérbole corresponde ao exagero intencional na expressão.
Exemplo: Quase morre de tanto esperar.
Ironia
A ironia trata-se da representação do contrário daquilo que se afirma.
Exemplo: É tão inteligente que não acerta nada.
Litote
O litote representa uma forma de suavizar uma ideia. Neste sentido, assemelha-se ao eufemismo, bem como é a oposição da hipérbole.
Exemplo: — Não é que sejam más influências… — disse a filha ao pai.
Pelo discurso, percebemos que apesar de as suas companhias não serem más, também não são boas.
Paradoxo
O paradoxo representa o uso de ideias que têm sentidos opostos, não apenas de termos (tal como no caso da antítese).
Exemplo: Estou cego de amor e vejo o quanto isso é bom.
Como é possível alguém estar cego e ver?
Personificação
A personificação ou prosopopeia trata-se da atribuição de qualidades e sentimentos humanos aos seres irracionais.
Exemplo: O jardim olhava as crianças sem dizer nada.
Figuras de sintaxe
Anacoluto
o anacoluto configura-se como a mudança repentina na estrutura da frase.
Exemplo: Eu, parece que estou ficando zonzo. (Parece que eu estou ficando zonzo.)
Assíndeto
O assíndeto representa a omissão de conectivos, sendo o contrário do polissíndeto.
Exemplo: Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios.
Anáfora
A anáfora é a repetição de uma ou mais palavras de forma regular.
Exemplo: Se você sair, se você ficar, se você quiser esperar. Se você “qualquer coisa”, eu estarei aqui sempre para você.
Elipse
A elipse é a omissão de uma palavra que se identifica de forma fácil.
Exemplo: Tomara você me entenda. (Tomara que você me entenda.)
Hipérbato
O hipérbato trata-se da alteração da ordem direta da oração.
Exemplo: São como uns anjos os seus alunos. (Os seus alunos são como uns anjos.)
Pleonasmo
Pleonasmo é a repetição da palavra ou da ideia contida nela para intensificar o significado.
Exemplo: A mim me parece que isso está certo. (Parece-me que isto está certo.)
Polissíndeto
O polissíndeto é o uso repetido de conectivos.
Exemplo: As crianças falavam e cantavam e riam felizes.
Silepse
A silepse é a concordância com o que se entende e não com o que está implícito. Ela é classificada em: silepse de gênero, de número e de pessoa.
Exemplos:
Vivemos na bonita e agitada São Paulo. (silepse de gênero: Vivemos na bonita e agitada cidade de São Paulo.)
A maioria dos clientes ficaram insatisfeitas com o produto. (silepse de número: A maioria dos clientes ficou insatisfeita com o produto.)
Todos terminamos os exercícios. (silepse de pessoa: neste caso concordância com nós, em vez de eles: Todos terminaram os exercícios.)
Zeugma
A zeugma é a omissão de uma palavra pelo fato de ela já ter sido usada antes.
Exemplo: Fiz o roteiro, ele o cenário. (Fiz o roteiro, ele fez o cenário)
Figuras de som
Assonância
A assonância trata-se da repetição de sons vocálicos.
Exemplo:
“O que o vago e incógnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me deu.” (Fernando Pessoa)
Aliteração
A aliteração é a repetição de sons consonantais.
Exemplo: O rato roeu a roupa do rei de Roma.
Paronomásia
Paronomásia configura-se como a repetição de palavras cujos sons são parecidos.
Exemplo: O cavaleiro, muito cavalheiro, conquistou a donzela. (cavaleiro = homem que anda a cavalo, cavalheiro = homem gentil)
Na Língua Portuguesa, os pronomes demonstrativos são responsáveis por marcar a posição espacial de um determinado elemento em relação às pessoas do discurso. Assim, eles situam o elemento no espaço, no tempo ou no próprio discurso. Os pronomes demonstrativos apresentam-se em formas variáveis (número e gênero) e não-variáveis.
Quais são os pronomes demonstrativos?
Primeira pessoa
Os pronomes demonstrativos de primeira pessoa são: este, estes, esta, estas, isto. Elas indicam proximidade de quem escreve ou fala. Por exemplo, “Este homem ao seu lado é meu primo”. Os pronomes demonstrativos de primeira pessoa também indicam o tempo presente em relação a quem escreve ou fala, como, por exemplo, “nestas praias paradisíacas a felicidade é uma constante”.
Segunda pessoa
Os pronomes demonstrativos de segunda pessoa são responsáveis por indicar proximidade da pessoa a quem escreve ou fala. Por exemplo, “essa jaqueta custou caro?”.
Terceira pessoa
Os pronomes demonstrativos de terceira pessoa são utilizados para marcar a posição próxima da pessoa de quem se fala ou posição distante dos dois interlocutores. Por exemplo, “aquela calça é do meu namorado”.
Quais são os usos dos pronomes demonstrativos?
Além de marcar posição no espaço, os pronomes demonstrativos são usados para marcar a posição no tempo.
Este (e flexões) marca um tempo imediato ao ato da fala. Por exemplo, “neste momento ela está se exercitando”.
– Esse (e flexões) marca um tempo proximamente anterior ao ato da fala. Por exemplo, “no ano passado ele viajou para Olinda. demitida do trabalho. Nesse ano ele vai viajar para Belém”.
– Aquele (e flexões) marca um tempo remotamente anterior ao ato da fala. Por exemplo, “em 2008, estava concluindo o Ensino Médio. Naquele ano era a última vez que via alguns colegas de sala”.
Os pronomes demonstrativos fazem referência ao que já foi dito e ao que se vai dizer, no interior do discurso.
– Este (e flexões) faz referência àquilo que vai ser dito posteriormente. Por exemplo, “desejo sinceramente isto: que a viagem seja boa”.
– Esse (e flexões) faz referência àquilo que já foi dito no discurso. Por exemplo, “que o verão seja maravilhoso: é isso que desejo.
– Este em oposição a aquele quando se quer fazer referência a elementos já mencionados. Este se refere ao mais próximo, aquele, ao mais distante. Por exemplo, “montanha e praia são dois destinos que eu gosto, esta eu gosto no calor, aquela, prefiro no frio”.
– O (a, os, as) são pronomes demonstrativos quando se referem a aquele (s), aquela (s), aquilo, isso. Por exemplo, “não entendo o que eles fazem”. (aquilo)
Mesmo e próprio, pronomes demonstrativos, designam um termo igual a outro que já ocorreu no discurso. Por exemplo, “as preocupações dos pais não mudam: são sempre as mesmas.”
– são usados como reforço dos pronomes pessoais. Por exemplo, “ela mesma lavou a roupa”.
-como pronomes, concordam com o nome a que se referem. Por exemplo, “ele próprio fez o jantar”, ou “elas próprias vieram sozinhas”.
São denominados numerais coletivos, na Língua Portuguesa, todos os numerais que referem-se ao cojunto de algo no singular, indicando assim qual é o número exato de seres que compõe tal conjunto.
Os numerais configuram-se como uma classe de palavras responsável por indicar a quantidade exata de seres/objetos, bem como a posição deles em determinado conjunto. Os numerais mais populares são os numerais cardinais, os numerais ordinais, os numerais multiplicativos e os numerais fracionários. Todavia, um tipo bastante peculiar e pouco abordado é o “numeral coletivo”.
Os numerais coletivos são flexionados em número (singulas e plural), e não em gênero (masculino e feminino), mas são flexionados em número (singular e plural). Seu emprego serve para indicar um determinado conjunto de coisas ou pessoas na quantidade exata. Desta forma, os numerais coletivos coletivo sempre indicam de maneira exata a quantidade de seres/objetos/elementos no conjunto ao qual se refere.
Exemplos de numerais coletivos
Uma dezena.
Duas dezenas.
Uma dúzia.
Cinco dúzias.
Exemplos de uso de numerais coletivos
Já não o visito há mais de uma década.
Sua tia necessita de uma dezena de ovos para fazer o pudim.
O poema é composto por diversos dísticos.
Faltam apenas dois semestres para eu me formar na faculdade.
Quais são os numerais coletivos?
Bíduo: conjunto de dois dias Tríduo: conjunto de três dias Semana: conjunto de sete dias Novena: conjunto de nove dias Trezena: conjunto de treze dias Quinzena: conjunto de quinze dias Mês: conjunto com 28, 29, 30 ou 31 dias Quarentena: conjunto de quarenta dias
Exemplo: Esperamos uma quinzena pelo resultado do concurso.
Numerais coletivos de meses
Bimestre: conjunto de dois meses Trimestre: conjunto de três meses Semestre: conjunto de seis meses Ano: conjunto de doze meses
Exemplo: O curso de Direito tem duração de dez semestres nesta Universidade.
Numerais coletivos de anos
Biênio: conjunto de dois anos Triênio: conjunto de três anos Quatriênio: conjunto de quatro anos Quinquênio ou lustro: conjunto de cinco anos Sexênio: conjunto de seis anos Septênio: conjunto de sete anos Década ou decênio: conjunto de dez anos Vintênio: conjunto de 20 anos Centenário, centúria ou século: conjunto de cem anos Sesquicentenário: conjunto de cento e cinquenta anos Milênio: conjunto de mil anos
Exemplo: Aguardei um sexênio por essa oportunidade.
Numerais coletivos de quantidade
Par: conjunto com duas unidades Trinca: conjunto com três unidades Dezena: conjunto com dez unidades Dúzia: conjunto com doze unidades Quarteirão: conjunto com vinte e cinco unidades Centena ou cento: conjunto com cem unidades Grosa: conjunto com cento e quarenta e quatro unidades Milhar ou milheiro: conjunto com mil unidades
Exemplo: Ela necessita de dois pares de sapatos.
Numerais coletivos de versos
Dístico: conjunto de dois versos Terceto: conjunto de três versos Sextilha: conjunto de seis versos Septilha: conjunto de sete versos Oitava: conjunto de oito versos Nona: conjunto de nove versos Décima: conjunto de dez versos
Exemplo: A poesia romântica era composta por diversos dísticos.
Na gramática, configuram-se como rimas as repetições de uma determinada sequência de sons a partir da vogal da última sílaba tônica do verso. Ao todos os fonemas serem inclusos na repetição a partir de tal limite, temos uma rima consonântica, ou rima consoante. Entretanto, se a repetição se verifica apenas com as vogais a partir de tal limite, temos uma rima vocálica, também chamada de rima toante/assoante.
Tratam-se também de rimas as composições em verso do gênero lírico, o conjunto de versos (poemas) e o conjunto dos sons consoantes ou assoantes utilizados numa composição.
Recurso de estilo de linguagem utilizado em gêneros discursivos cujos versos são sua estrutura, a rima é um dos elementos mais essenciais em uma poesia, bem como para composição de letras de músicas, auxiliando a atribuir mais ritmo e sonoridade a uma canção.
As rimas ocorrem nos versos, ou seja, nas linhas dos poemas, e designam a repetição de sons semelhantes ou idênticos no final dos vocábulos ou das sílabas poéticas. O conjunto de versos denomina-se estrofe. Já os versos que compõem os textos poéticos, mas que não apresentam rimas, são denominados versos soltos e versos brancos.
Como as rimas são classificadas?
As rimas são classificadas em rima rica, rima pobre, rima preciosa e rima rara. Entretanto, as rimas mais utilizadas são são as rimas pobres e as rimas ricas.
Rima rica
Configura-se como rima rica quando as palavras rimadas pertencem a classe gramaticais distintas (adjetivo – substantivo; verbo – substantivo; pronome – adjetivo).
Rima pobre
Trata-se como rima pobre quando as palavras rimadas pertencem a uma mesma classe gramatical (adjetivo – adjetivo; verbo – verbo; substantivo – substantivo.). Por exemplo: coração e razão, amar e cantar, pranto e espanto. Apesar do seu nome, as rimas pobres não se configuram como criações de qualidade inferior, havendo inúmeras obras literárias que fazem uso dela.
Rima preciosa
A rima preciosa costuma ser composta por palavras combinadas, por exemplo: resume-as e calúnias; quebranta-o e pântano; malária e alague-a.
Rima rara
Configura-se como rima rara aquele tipo de rima cujas palavras permitem poucas possibilidades de aproximação, ou seja, onde há poucas palavras (raras) que possam ser utilizadas para rimar com ela. Por exemplo: estrelas e vê-las.
Ditongo, na gramática, trata-se do encontro vocálicocuja característica é a união entre uma vogal e uma semivogal, ou vice-versa. O ditongo também pode ser crescente (semivogal + vogal) ou decrescente (vogal + semivogal).
Por exemplo, tanto a palavra “vitória” (“i” é semivogal, e “a” é vogal) quanto o vocábulo “coice” (“o” é vogal, e “i” é semivogal) têm um ditongo cada.
Há outros dois encontros vocálicos além do ditongo, que são o tritongo (semivogal + vogal + semivogal) e o hiato (vogal + vogal).
Quais são os tipos de ditongo?
Ditongo crescente
O ditongo crescente trata-se do encontro de uma semivogal com uma vogal, nessa mesma ordem. São exemplos de palavras com ditongo crescente:
memória
história
sério
calcário
série
minguante
vácuo
Ditongo decrescente
Ditongo decrescente configura-se como um encontro de uma vogal com uma semivogal, em tal ordem. Desta forma, apresentam esse tipo de ditongo os seguintes vocábulos:
circuito
oito
constrói
cacau
biscoito
réu
roupa
Ditongo, tritongo e hiato
São três os tipos de encontros vocálicos existentes:
Ditongo
Tritongo
Hiato
O ditongo é o encontro de umavogal com uma semivogal, ou vice-versa, em uma mesma sílaba. Exemplos: couve, rei e sítio.
O tritongo, por sua vez, é o nome que se dá à sequência, em uma mesma sílaba, de uma semivogal, uma vogal e outra semivogal, nessa ordem. Assim, é possível identificar o tritongo nestas palavras: Averiguou, Uruguai, saguão e iguais.
Já quando há o encontro entre duas, ocorre um hiato. Entretanto, segundo as regras de divisão silábica, não pode existir duas vogais em uma mesma sílaba. Portanto, tal encontro ocorre entre sílabas diferentes: Saara (Sa-a-ra), lagoa (la-go-a), saída (sa-í-da), crueldade (cru-el-da-de) etc.