A anástrofe ou inversão, na Língua Portuguesa, configura-se como uma figura de linguagem, um recurso que usamos na linguagem oral e escrita a fim de aumentar a expressividade da mensagem. A anástrofe refere-se a uma inversão leve da ordem normal das palavras em uma oração, acontecendo tal inversão predominantemente por antecipação de uma palavra que complementa outra, ou seja, em palavras correlativas. A ideia de que na anástrofe acontece também a inversão entre o sujeito e o predicado é defendida por diversos autores.
O realce de uma ideia ou palavra, bem como a criação de um determinado efeito surpresa na oração, é possível pelo uso de anástrofes. Tal figura de linguagem é amplamente utilizada nas poesias a fim de se cumprir com as exigências do verso relativamente às rimas e à métrica.
Exemplos de anástrofe:
Para todos os amigos mandou beijos.
Ao primo, ele deu um livro.
Que faço eu com essa angústia minha?
Correto, eu acredito que seja!
Exemplos de anástrofe na literatura:
“Sabe mortos enterrar?” (J.C. Melo Neto) “Tão leve estou, que nem sombra tenho.” (Mário Quintana) “À espada em tuas mãos achada.” (Fernando Pessoa) “Memória em nós do instinto teu.” (Fernando Pessoa) “Passarinho, desisti de ter.” (Rubem Braga)
Anástrofe x hipérbato x sínquise
Tanto a anástrofe como o hipérbato e a sínquise são figuras de construção ou de sintaxe relacionadas à estrutura das frases. Tais figuras têm como característica a inversão da ordem normal das palavras em uma oração. São diferencias apenas através da intensidade com que tal inversão acontece.
Na anástrofe acontece uma inversão suave que gera apenas um ligeiro efeito surpresa e enfático na oração. No hipérbato acontece uma inversão brusca que, embora possa comprometer a clareza da mensagem, não influencia no entendimento e sentido da mensagem. Na sínquise, por sua vez, acontece uma inversão tão intensa e excessiva que prejudica o sentido da mensagem e a torna obscura e ininteligível.
São denominados verbos regulares todos aqueles verbos que não sofrem alterações em seu radical ao serem conjugados. Outra característica dos verbos regulares é que eles mantêm a mesma desinência do verbo paradigma(modelo), ou seja, terminado em –AR (paradigma da primeira conjugação), –ER (paradigma da segunda conjugação) ou –IR (paradigma da terceira conjugação).
Para compreendermos melhor:
Radical: trata-se da parte principal da palavra, onde reside seu significado. Assim, CANT- é o radical do verbo CANTAR, por exemplo.
Desinência: trata-se da parte final da palavra e, no caso dos verbos, indica número (singular ou plural), pessoa (primeira, segunda ou terceira), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo (pretérito, presente ou futuro).
Confira o exemplo:
O verbo falar (radical: fal-) não tem o seu radical modificado ao ser conjugado em qualquer pessoa e tempo: falei, falassem, falariam.
Quando os verbos amar (1ª conjugação), vender (2ª conjugação) e partir (3ª conjugação) são conjugados, um modelo é seguido. Desta forma, quando o radical é substituído, temos as terminações de número, tempo, pessoa e modo válidas para a maior parte dos verbos.
Presente: parto, partes, parte, partimos, partis, partem
Futuro do presente: partirei, partirás, partirá, partiremos, partireis, partirão.
Futuro do pretérito: partiria, partirias, partiria, partiríamos, partiríeis, partiriam.
Exercícios resolvidos
Exercício 1 – Analise os enunciados abaixo e assinale a alternativa que apresenta um verbo regular.
A) Reflito, todos os dias, sobre a minha existência.
B) Desisto de buscar respostas para as minhas dúvidas.
C) Durmo mal todas as noites da minha triste vida.
D) É incrível que eu ainda perca tempo com você.
E) Não lhe peço muito, meu amor, só aquilo que é justo.
Resolução
Alternativa B. O verbo “desistir” é um verbo regular.
Exercício 2 – Leia este trecho do romance Recordações do escrivão Isaías Caminha, do escritor pré-modernista Lima Barreto:
Trazia na mão esquerda um caniço que distendia um arame de pescaria; com a direita, auxiliado por uma varinha, vibrava dolentemente a corda, enquanto balbuciava qualquer coisa. Ia de grupo em grupo, tangendo o seu monocórdio extravagante. Cantava talvez uma ária de uma extravagante beleza, certamente só percebida por ele e feita pela sua alma para a sua alma… Tocava e esperava esmolas. Em todas as fisionomias, havia decerto piedade, comiseração, e mais alguma coisa que não me foi dado perceber. Era constrangimento, era não sei o quê…
O preto tinha os pés espalmados e, com a cecidez e a velhice, andava de leve, sem quase tocar no chão, escorregava, deslizava — era como uma sombra…
Sob aquele sol muito forte, à rebrilhante luz daquela manhã de verão, por entre tanta gente rica e forte, aquele seu instrumento infantil, a puerilidade da música, o seu aspecto de sombra, juntavam-se para dar um relevo cortante à sua miséria e à sua fragilidade… Ele, com a sua resignação e miséria, e o sol, com a sua força e indiferença, tinham um certo acordo oculto, uma relação entre si quase perfeita. O negro ia… Ia tocando já sem forças a plangente música das recordações do adusto solo da África, da vida fácil de sua aringa e do cativeiro semissecular!
Analise os verbos em destaque e marque a alternativa que apresenta APENAS verbos irregulares extraídos do texto.
A) Trazia, distendia, vibrava.
B) Balbuciava, ia, cantava.
C) Tocava, esperava, havia.
D) Foi, era, tinha.
E) Escorregava, deslizava, juntavam-se.
Resolução
Alternativa D. Dos verbos em destaque, são irregulares: “foi”, “era”, “tinha”.
Palavras grandes, na Língua Portuguesa, são aquelas que apresentam 20 ou mais letras.. Existem diversas palavras grandes na língua portuguesa. Algumas costumam ser usadas com frequência, enquanto outras são mais utilizadas em áreas específicas, tal como a medicina, a química e a biologia.
A derivação e composição das palavras dão origem às palavras grandes, pois possibilitam a junção de diferentes radicais e da junção de sufixos e prefixos.
Palavras grandes de uso constante
Com 29 letras, Anticonstitucionalissimamente é a maior palavra dicionarizada não técnica da Língua Portuguesa, seguida por Oftalmotorrinolaringologista, com 28 letras; Inconstitucionalissimamente, com 27 letras; Anticonstitucionalístico, com 24 letras.
Exemplos de palavras com 21 letras
interconfessionalismo;
pluridisciplinaridade;
inconstitucionalmente;
desprofissionalização;
desincompatibilização;
multidimensionalidade;
contrarrevolucionário;
desproporcionadamente;
multidisciplinaridade;
desinstitucionalizado;
inconstitucionalidade;
extraterritorialidade;
transdisciplinaridade.
pluridimensionalidade;
interdisciplinaridade;
interdisciplinarmente;
desconstitucionalizar;
Exemplos de palavras com 22 ou 23 letras
otorrinolaringologista (22 letras);
desconstitucionalização (23 letras).
desinstitucionalizador (22 letras);
desinstitucionalizando (22 letras);
esternocleidomastóideo (22 letras);
anticonstitucionalmente (23 letras);
anticonstitucionalismo (22 letras);
Exemplos de palavras com 21 a 27 letras
carbobenzoxiaminoácido (22 letras);
abdominoisterectômico (21 letras);
dimetatarsoquartifalângico (26 letras);
bromobenzenossulfônico (22 letras);
duodenopancreatectômico (23 letras);
cineangiocoronariografia (24 letras);
amidoazobenzossulfônico (23 letras);
cloroiodonitrobenzênico (23 letras);
colpocisturetrocistostômico (27 letras);
dacriocistossiringotômico (25 letras);
acetilparafenilenadiamínico (27 letras).
electrofototermoterapêutico (27 letras);
aminoacetopirocatequina (23 letras);
alcoilbenzenossulfonático (25 letras);
Palavras de uso técnico
Com 46 letras, Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico é a maior palavra técnica dicionarizada da Língua Portuguesa, seguida pelas palavras:
pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, com 46 letras;
pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose, com 44 letras;
paraclorobenzilpirrolidinonetilbenzimidazol, com 43 letras;
piperidinoetoxicarbometoxibenzofenona, com 37 letras;
dimetilaminofenildimetilpirazolona, com 34 letras;
Na Língua Portuguesa, a regência verbal e a regência nominal tratam-se de um processo em que um determinante termo rege outro termo determinado a ele, responsável por estabelecer uma relação de subordinação entre eles. A subordinação costuma ser marcada pela preposição que liga um termo ao outro, bem como pela ausência dela.
Como a regência verbal ocorre?
A regência verbal, tal qual seu nome denuncia, configura-se como a relação de subordinação entre um verbo e outro termo, podendo ser este tanto o complemento como a preposição.
Assim, quando um verbo é intransitivo (necessita de complemento) ou transitivo direto (necessita de complemento, entretanto sem preposição), afirma-se que ele não é regido por preposição. Confira os exemplos:
→ verbo + complemento
Os estudantes tinham boas notas.
Ela adorava pilotar a própria moto.
Eles finalizaram o trabalho?
Nos exemplos vistos acima, não houve necessidade do verbo precisar ser regido por nenhuma preposição para dar sentido ao enunciado.
Quando o verbo é transitivo indireto, é correto afirmar que uma preposição “rege” esse verbo. Em outras palavras, a preposição é necessária para ligá-lo ao seu complemento e atribuir o significado adequado ao enunciado. Confira os exemplos:
→ verbo + preposição + complemento
Eles opinaramsobre o caso.
É verdade que ela se separou do Pedro?
Eu me dediquei para conseguir a nota.
Nos exemplos vistos acima, o verbo é regido por uma preposição cuja finalidade é ligado ao complemento para atribuir sentido ao enunciado: opinar sobre, separar-se de, dedicar-se para. O verbo depende da preposição, ou seja, está subordinado a ela.
Verbos com mais de uma regência
A importância da preposição é tamanha que, inúmeras vezes, o mesmo verbo pode ser regido por preposições diferentes para indicar significados diferentes. Confira os exemplos:
→ Assistir/assistir a
Sem preposição (transitivo direto) = “ajudar”, “auxiliar”: A enfermeira assistiu o médico durante a operação.
Com preposição (transitivo indireto) = “ver”, “presenciar”, “acompanhar”: Eles já assistiram a esse filme diversas vezes, gostaram muito.
→ Aspirar/aspirar a
Sem preposição (transitivo direto) = “cheirar”: Aspiraram os perfumes e optaram pela melhor fragrância.
Com preposição (transitivo indireto) = “ter por objetivo”, “pretender”: Aspirava a melhores vagas de emprega.
→ Custar/custar a
Sem preposição (transitivo direto) = “ter valor”: Aquele vestido custou muito caro.
Com preposição (transitivo indireto) = “ser custoso a alguém”: Custouao garoto abrir mão da sua vontade.
→ Informar/informar a
Informa-se algo a alguém, portanto, é transitivo direto e indireto, tendo os dois complementos: Informei o acontecimento à gerente e ao supervisor.
→ Implicar/implicar com
Sem preposição (transitivo direto) = “ter consequências”: O cancelamento da compra implicará uma multa.
Com preposição (transitivo indireto) = “provocar”, “irritar”, “antipatizar”: Os meninos viviam implicando com o mais novo.
→ Visar
Sem preposição (transitivo direto) = “olhar”, “avistar”, “assinar”:
O vendedor visou o cliente / A professora visou a prova.
Com preposição (transitivo indireto) = “ter por objetivo”, “pretender”:
Eles visavamao cargo mais alto da empresa.
Quais são as diferenças entre regência verbal e nominal?
A regência nominal também pode se referir à relação de subordinação entre dois termos. Contudo, enquanto a regência verbal trata da relação entre um verbo e seu complemento, a regência nominal é responsável por tratar da relação entre nomes (substantivos, adjetivos ou advérbios) e seus complementos.
Um nome possui a mesma regência do verbo do qual deriva. Confira exemplos:
Numerais fracionários são tipos de numerais que têm a finalidade de indicar a diminuição proporcional de determinada quantidade. Deste modo, os numerais fracionários são responsáveis por indicar uma divisão em partes de determinada quantidade. Veja os exemplos:
Se pelo menos metade da turma tivesse vindo…
A questão já foi resolvida por um quarto dos alunos.
Conforme visto acima, o numeral indica a divisão de determinada quantidade. No primeiro exemplo, a divisão em duas partes (“na metade” ou “1/2”) da turma; no segundo, a divisão dos alunos em questão de quatro, indicando que apenas os alunos de uma dessas quatro partes finalizaram a questão até o instante apresentado (“um terço” ou “1/3”).
Os numerais fracionários costumam ser antecedidos por um numeral cardinal, cuja função é indicar o número das partes. Confira o exemplo:
Ele foi responsável por um terço do projeto.
No exemplo acima, o termo “um” é um numeral cardinal. Já o termo em negrito, um numeral fracionário. O numeral fracionário está dividindo o projeto em questão em três partes. O cardinal, por sua vez, está indicando o número de partes do projeto que ficou de responsabilidade do sujeito da oração, ou seja, apenas uma das três partes.
Como os numerais fracionários são flexionados?
Os numerais fracionários têm uma regra de flexão fácil de ser entendida. Com exceção de “meio”, os numerais fracionários sempre concordam em número com o cardinal que o antecede. Portanto:
Uma metade -> Duas metades;
Um terço -> Dois terços;
Um quarto -> Dois quartos.
Portanto, são flexionados em singular e plural. Entretanto, com exceção de “meio”, eles nunca variam em gênero.
Com o numeral fracionário “meio” acontece o oposto, pois ele nunca varia em número. Portanto:
Cinco quilos e meios de cimento (Errado!).
Cinco quilos e meio de cimento (Correto!)
Todavia, os numerais fracionários variam em gênero, flexionando-se tanto em masculino quanto em feminino. Veja:
Andou quatro quilômetros e meio ontem (Masculino);
Termo responsável por se juntar a outro de valor pronominal ou substantivo a fim de explicá-lo ou especificá-lo melhor, o aposto é separado dos demais termos da oração através do travessão, vírgula ou dois-pontos. Confira o exemplo:
Amanhã, sexta-feira, passarei a noite no quiosque da praia.
Sexta-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo amanhã. Dizemos que o aposto é sintaticamente equivalente ao termo a que se relaciona porque poderia substituí-lo. Confira:
Sexta-feira passarei a noite no quiosque da praia.
Obs.: após a eliminação de amanhã, o substantivo sexta-feira assume a função de adjunto adverbial de tempo.
Confira outro exemplo:
Aprecio
todos os tipos de literatura:
Terror, romance, drama, científica, etc.
Objeto Direto
Aposto do Objeto Direto
Se retirarmos o objeto da oração, seu aposto passa a exercer essa função:
Aprecio
Terror, romance, drama, científica, etc.
Objeto Direto
Obs.: o termo a que o aposto se refere pode desempenhar qualquer função sintática (inclusive a de aposto). Por Exemplo:
Tio Pedro visitava o sobrinho, pai de Jéssica, moça bonita.
Analisando a oração, temos:
pai de Jéssica = aposto do objeto direto sobrinho.
moça bonita = aposto de Jéssica.
Como o aposto é classificado?
O aposto pode ser classificado em explicativo, enumerativo, resumidor ou recapitulativo, comparativo, distributivo ou aposto de oração, de acordo com a relação que estabelece com o termo a que se refere. Confira
a) Enumerativo: A vida humana se compõe de muitas coisas: amor, trabalho, ação.
b) Comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se por muito tempo na baía anoitecida.
c) Distributivo: Drummond e Guimarães Rosa são dois grandes escritores, aquele na poesia e este na prosa.
d) Aposto de Oração: Ela correu durante uma hora, sinal de preparo físico.
e) Explicativo: A Ecologia, ciência que investiga as relações dos seres vivos entre si e com o meio em que vivem, adquiriu grande destaque no mundo atual.
f) Resumidor ou Recapitulativo: Vida digna, cidadania plena, igualdade de oportunidades, tudo isso está na base de um país melhor.
Além dos vistos acima, há ainda o aposto especificativo, que difere dos demais por não ser marcado por sinais de pontuação (vírgula ou dois-pontos). O aposto especificativo é responsável por individualizar um substantivo de sentido genérico, prendendo-se a diretamente a ele ou através uma preposição, sem que ocorra pausa na entonação da frase. Confira o exemplo:
A poetisaCecília Meireles criou obra de expressão simples e temática profunda. A avenidaPaulista está muito longe do rioSão Francisco.
É chamado de epiceno todo o substantivo responsável por nomear específicos animais, além de possuir somente um gênero gramatical. Desta forma, o substantivo epiceno não pode variar gramaticalmente em feminino e masculino. Entretanto, será que todos os substantivos responsáveis por nomear animais são epicenos? De que forma podemos especificar o sexo da espécie no caso dos substantivos epicenos?
Os substantivos epicenos nomeiam determinados animais, possuindo apenas uma forma, que serve para ambos os gêneros, não variando em masculino e feminino. Observe os exemplos:
O tatu;
O elefante;
A cobra;
A mariposa.
Note que os substantivos vistos apresentam somente um gênero gramatical. Assim, não há “o mariposa” ou “mariposo” na Língua Portuguesa.
Mesmo eles possuindo somente um gênero gramatical, há seres de ambos os gêneros. Para se referir ao sexo específico do animal, é necessário fazer uso das palavras “macho” e “fêmea”, como “o macho da mosca” ou “tigre fêmea”.
É valido destacarmos que nem todo substantivo que nomeia animais é um substantivo epiceno.Por exemplo, “cachorro” não é um substantivo epiceno, pois possui a forma flexionada no gênero feminino: “cadela”.
Confundir “a gente” com “agente” é um erro comum que muitas pessoas cometem na Língua Portuguesa. Afinal, em quais situações devemos usar cada uma das opções, já que as duas são possíveis?
Como diferenciar a gente de agente?
Quando escrito de maneira separada, “a gente” tem o significado de “nós”. Já quando está escrito de forma junta, “agente” tem o significado de pessoa que age, que pratica alguma ação.
Exemplos de frases com a gente e agente:
A gente fala com o agente de execução amanhã.
O agente imobiliário chamou a gente para uma reunião.
A gente descobriu que ele era um agente secreto.
O agente da firma disse que não iria colaborar com a gente.
A gente perguntou ao agente da polícia uma informação.
Quando devemos usamos “a gente”?
Quando a locução pronominal “a gente” é utilizada, ela tem o significado de “nós”, pois se trata de uma locução semanticamente equivalente a esse pronome pessoal.
A expressão “a gente” deve ser conjugada na terceira pessoa do singular: a gente fala, a gente quer, a gente sabe, a gente vai…
A gente
Nós
A gente quer saber o fato. A gente não vai à praia hoje. A gente já conversou sobre aquilo.
Nósqueremos saber o fato. Nós não vamos à praia hoje. Nós já conversamos sobre aquilo.
“A gente” também pode indicar todas as pessoas em geral.
Toda a gente testemunhou como ele ficou feliz.
Todos observaram como ele ficou feliz.
Quando devemos usar “agente”?
Ao substantivo comum “agente” ser utilizado, pretendemos indicar uma pessoa que realiza determinada ação, ou seja, o agente da ação. Também pode indicar uma pessoa que administra uma agência, um guarda policial, um intermediário em negociações comerciais ou um agente secreto.
Agente
O agente da polícia deteve o suspeito. Ninguém tem certeza sobre quem é o agente secreto. Resolva esses problemas com o seu agente. A exigente cantora demitiu o seu agente publicitário.
Originado de outra palavra, comumente pelo radical, o substantivo derivado pode ser prefixal, sufixal, parassintético, regressivo ou impróprio, de acordo com a forma que ele altera o substantivo primitivo para originar o derivado.
Pode-se afirmar que o substantivo derivado trata-se de uma classificação de substantivo. Ele é chamado assim devido ao fato do seu nome se originara partir de outro substantivo, ou seja, é derivado de outro nome. Ele também pode ser oriundo de um substantivo primitivo ou de outro substantivo derivado. Assim, é possível que um substantivo derivado seja criado com base em outro substantivo derivado.
Exemplos de substantivos derivados
Confira exemplos de substantivos derivados e as palavras que deram origem.
palavra primitiva
substantivo derivado
neta
bisneta
teatro
anfiteatro
forno
fornalha
terra
território
carne
carnaval
Tipos de derivação
A derivação pode acontecer de formas diferentes, dependendo de como altera a palavra da qual o substantivo derivado é originário.
Derivação prefixal: acontece pelo acréscimo de um prefixo.
Ex.: som → ultrassom
Derivação parassintética: ocorre pelo acréscimo de um prefixo e de um sufixo.
Ex.: laço → enlaçamento (em + laço + mento)
Derivação regressiva: acontece pela redução de uma palavra primitiva.
Ex.: cantar → canto (“O canto dele é muito afinado.”)
Derivação sufixal: ocorre acrescentando-se um sufixo.
Ex.: roupa → roupagem
Derivação imprópria: não ocorre mudança na forma da palavra, porém ocorre mudança semântica, ou seja, da palavra primitiva cria-se a palavra derivada, que, apesar de ter a mesma forma, tem um novo sentido.
Ex.: saber (verbo) → saber (substantivo) (“A força nunca supera o saber.”)
Como os substantivos derivados são usados?
Das palavras que utilizamos no nosso dia a dia, algumas são substantivos derivados sem que a gente perceba. Confira:
“Os pedreiros conhecem muito bem esse terreno.”
“O anticlímax da história foi surpreendente.”
“Tentou armar uma ratoeira para pegar os ratos.”
“Ainda não sei usar esse aplicativo.”
“Aquela floricultura tem grande variedade de flores.”
Quais são as diferenças entre substantivo derivado e substantivo comum?
O substantivo comum trata-se de todo substantivo de nome genérico a um grupo de seres ou coisas, não identificando os indivíduos de tal grupo. Por sua vez, o substantivo derivado configura-se necessariamenteum nome que surge de outro nome, comumente com base num radical em comum.
Na Língua Portuguesa, o tritongo trata-se de um fenômeno fonético que configura-se no encontro de uma vogal e duas semivogais em uma mesma sílaba. Além disso, os tritongos são classificados em nasais e orais.
Vogais e semivogais
Vogais: são conhecidos como vogais os fonemas sonoros que não possuem obstáculos na cavidade bucal durante a pronúncia, pois esta encontra-se totalmente aberta para a passagem do ar. São elas que dão base para a sonoridade da sílaba, sendo assim silábicas. Confira:
me-ni-na
Perceba que, somente com a presença das vogais, é possível pronunciarmos as sílabas que compõem a palavra “menina”.
Semivogais: as semivogais caracterizam-se por uma tonicidade mais fraca em relação à vogal que serve de base para as sílabas. Assim, chamam-se semivogais o i e u (orais ou nasais) quando acompanham uma vogal em uma mesma sílaba e são assilábicas. Confira:
Pa-ra-guai
Perceba que a vogal “a” possui uma sonoridade maior do que as semivogais “u” e “i”.
Confira as seguintes palavras:
Iguais
Enxaguou
Nota-se que são trissílabos:
I-guais
En-xa-guou
Note nos exemplos acima que a última sílaba de cada palavra possui o encontro de uma vogal com duas semivogais:
I-guais (semivogal + vogal + semivogal)
En-xa-guou(semivogal + vogal + semivogal)
O tritongo, portanto, é o fenômeno fonético expresso pelo encontro vocálico formado por uma semivogal + uma vogal + uma semivogal.
Além dos tritongos, também tratam-se de encontros vocálicos:
Ditongo – encontro de vogal e semivogal V + SV ou SV + V na mesma sílaba: cau-da, lin-gui-ça, bei-jo.
Hiato – encontro de duas vogais (V + V) em sílabas distintas: pa-ís, cu-ri-o-so, ra-iz.
Tritongos nasais
Os tritongos nasais são aqueles emitidos pela boca e pelas fossas nasais. Exemplos:
uem: en-xá-guem
uão: sa-guão
uõe: sa-guões
Tritongos orais
Os tritongos orais são aqueles emitidos pela boca. Exemplos:
Quando uma frase não apresenta um verbo em sua composição, ela é classificada como frase nominal. As frases nominais são maioritariamente formadas por adjetivos, substantivos e advérbios. São exemplos de frases nominais:
Coisa esquisita…
Que bonita!
Atenção, moça!
Tenebroso…
Grande projeto!
Que bagunça!
Boa noite a todos!
Rápido, por gentileza!
As frases nominais, conforme visto nos exemplos acima, são amplamente utilizadas em ordens e exclamações, assim como em provérbios e descrições literárias.
Exemplos de frases nominais em provérbios:
Casa de ferreiro, espeto de pau.
Amigos, amigos, negócios à parte.
Antes tarde do que nunca.
Cada cabeça, uma sentença.
Devagar e sempre.
Exemplos de frases nominais em descrições:
Uma vista encantadora, com altas palmeiras, flores exuberantes e um verde vibrante.
Uma sala muito fria: o chão sujo e cinza, a janela aberta e as paredes brancas.
Em cima da mesa um livro gasto e muitas canetas velhas.
Frase nominal ou verbo subentendido?
A existência de frases nominais é contestada por alguns autores que afirmam que o verbo se encontra meramente subentendido, mentalizado nos interlocutores da comunicação.
Exemplos de verbos subentendidos:
Atenção! (verbo ter subentendido: Tenha atenção!)
Quieto! (verbo fazer subentendido: Fique quieto!)
Tudo bem? (verbo estar subentendido: Está tudo bem?)
Bom dia! (verbo ter subentendido: Tenha um bom dia!)
Em determinadas orações é possível verificar que a vírgula marca o lugar do verbo:
Cada cabeça, uma sentença. (Cada cabeça tem uma sentença.)
Casa de ferreiro, espeto de pau. (Casa de ferreiro tem espeto de pau.)
Em outras orações, é possível compreender que não há verbo porque ele já foi anteriormente mencionado, como em respostas:
Quem quer aquilo? Eu. (Eu quero.)
Já finalizou? Ainda não. (Ainda não finalizei.)
Quem foi o primeiro? O Allan. (Foi o Allan.)
Frase nominal e frase verbal
Uma frase verbal é uma frase que apresenta verbos na sua composição, contrariamente à frase nominal.
Figura de linguagem pertencente à categoria defiguras de som, a paronomásia relaciona-se com a sonoridade das palavras. Desta forma, ela faz uso dos parônimos a fim de enfatizar uma ideia, recebendo assim tal nome.
A paronomásia é um recurso amplamente empregado na linguagem publicitária, nas artes, poesias, letras de músicas, prosas, etc.
Apesar das palavras parônimas apresentarem sonoridade e serem escritas de maneira semelhante, elas apresentam um significado bastante diferente. A paronomásia costuma ser usada em textos literários, porém pode ser utilizada na linguagem oral e popular também.
Palavras parônimas
Por se assemelharem tanto no som como na escrita, as palavras parônimas podem acabar confundindo as pessoas, induzindo-as ao erro. Confira alguns exemplos de palavras parônimas:
Apóstrofe (figura de linguagem) e apóstrofo (sinal gráfico)
Absolver (perdoar) e absorver (aspirar)
Aprender (tomar conhecimento) e apreender (capturar)
Cavaleiro (que cavalga) e cavalheiro (homem gentil)
Docente (relativo a professores) e discente (relativo a alunos)
Delatar (denunciar) e dilatar (alargar)
Eminente (elevado) e iminente (prestes a ocorrer)
Emigrar (deixar um país) e imigrar (entrar num país)
Esbaforido (apressado, ofegante) e espavorido (apavorado)
Fluir (transcorrer, decorrer) e fruir (desfrutar)
Fusível (aquilo que funde) e fuzil (arma de fogo)
Flagrante (evidente) e fragrante (perfumado)
Inflação (alta dos preços) e infração (violação)
Imergir (afundar) e emergir (vir à tona)
Infligir (aplicar pena) e infringir (violar)
Mandado (ordem judicial) e mandato (procuração)
Precedente (que vem antes) e procedente (proveniente de; que possui fundamento)
Peão (aquele que anda a pé, domador de cavalos) e pião (brinquedo)
Recrear (divertir) e recriar (criar novamente)
Ratificar (confirmar) e retificar (corrigir)
Sortir (abastecer, misturar) e surtir (produzir efeito)
Soar (produzir som) e suar (transpirar)
Sustar (suspender) e suster (sustentar)
Tráfego (trânsito) e tráfico (comércio ilegal)
Vadear (atravessar a vau) e vadiar (andar ociosamente)
Osverbos de ligação são responsáveis por ligar o sujeito às suas características (predicativo do sujeito). Também conhecidos como copulativos, os verbos de ligação distinguem-se dos verbos intransitivos e transitivos, pois estes exercem a função de expressar uma ação sofrida ou praticada.
São os principais verbos de ligação: permanecer, estar, ser, tornar-se, ficar, parecer, andar, continuar, virar e viver.
Exemplos:
O elenco é todo jovem. (Verbo de Ligação)
Hoje nós teremos visita em casa. (Verbo Transitivo)
Não vai! (Verbo Intransitivo)
Quais são os verbos de ligação?
A seguir, confira os verbos de ligação e alguns exemplos:
Estado circunstancial
Parecer. Exemplo: Ele parece feliz por ir à praia.
Estar. Exemplo: Está cansado!
Andar. Exemplo: A partir de então, andamos sempre alertas.
Estado permanente
Viver. Exemplo: Vivem contentes a cantar.
Ser. Exemplo: Elas são capazes de ir bem além do que se imagina.
Mudança de estado
Virar. Exemplo: Após aquele episódio, parece que virou outra pessoa.
Tornar-se. Exemplo: Ele se tornou alguém mais forte.
Ficar. Exemplo: Fico contente por saber que você virá!
Continuidade do estado
Continuar. Exemplo: Eles continuaram fazendo o serviço.
Permanecer. Exemplo: Ela permaneceu imóvel por 5 minutos.
Como os verbos são classificados?
Os verbos são classificados em transitivo, intransitivo e verbo de ligação de acordo com o contexto. O mesmo verbo pode ser classificado de diferentes formas. Confira alguns exemplos:
Andamos a praia toda atrás de um vendedor de água de coco e não achamos. (verbo intransitivo, pois expressa a ação de procurar o vendedor de água de coco)
Desde então, andamos sempre alertas. (verbo de ligação, pois expressa um estado, que é o fato de se sentir alerta)
Ele vive na Flórida. (verbo intransitivo, pois expressa a ação de residir na Flórida)
Ela vive exausta. (verbo de ligação, pois expressa um estado, que é o fato de se sentir exausta)
Na hora de classificar um verbo, lembre-se de que o predicativo do sujeito modifica o sujeito, portanto ele vem sempre acompanhado de um verbo de ligação, mesmo que esteja oculto. Exemplos:
O amor é aceitação, o ódio (é) a rejeição.
O predicativo do sujeito modifica o sujeito, e sempre está acompanhado (ainda que esteja oculto) de um verbo de ligação.
Exemplo:
O amor é paciente, a paixão (é) a impaciência.
O que não deve acontecer é um verbo de ligação sem predicativo, já que sem ele o verbo deixa de ter a função de ligar, de ligação, logo deixa de ser verbo de ligação.
Predicativo do sujeito
O predicativo do sujeito trata-se da característica responsável por definir ou modificar o sujeito. Ele é chamado de predicativo por fazer parte do predicado, porém ele não acrescenta nada ao verbo, mas sim ao sujeito.
Exemplo:
Ambas seguem imóveis.
Sujeito: Ambas Predicado: seguem imóveis Verbo de Ligação: seguem Predicativo do Sujeito: imóveis
O predicativo do sujeito costuma ser constituído por um adjetivo, um substantivo ou um pronome. Entretanto, há casos em que o predicativo é formado por preposição.
Exemplos:
Aqueles biscoitos são de baunilha. (de baunilha é o predicativo do sujeito)
O Allan é dos nossos! (dos nossos é o predicativo do sujeito)
A vírgula trata-se de um sinal pontuação que marca uma pequena pausa, tendo como finalidade separar termos dentro de uma oração e orações dentro de um período, sejam elas com mesma função sintática ou com funções sintáticas diferentes.
Elementos com a mesma função sintática
Elementos coordenados em enumerações que apresentam a mesma função sintática, quando não são separados pelas conjunções e, ou, nem, são separados por vírgulas. Por exemplo:
João, Vitória e Ana Maria foram promovidos pelo diretor da transportadora.
Vou comprar farinha, manteiga, ovos, leite, canela e açúcar para fazer biscoitos.
Elementos com diferentes funções sintáticas
Os elementos com função sintática diferente são separados por vírgulas, que os isolam e os realçam.
O aposto e outros elementos explicativos são isolados por vírgula. Por exemplo:
Allan, o mais novo do grupo, foi acampar no verão.
Valéria, a vizinha do andar de cima, está viajando para a praia.
O vocativo é separado por vírgula, inclusivamente o vocativo inicial de cartas e comunicações.
Ó Reginaldo, você pode parar com essa tristeza toda?
Venha, Mônica, está na hora de acordar.
Prezadas senhoras,
Os advérbios sim e não, quando iniciam uma oração dando uma resposta, se referindo à oração anterior, também são separados por vírgula.
Não, vocês não podem contar com o auxílio dela.
Sim, será possível concluir esse trabalho dentro do prazo.
Numa data, a vírgula isola o nome do lugar.
Ouro Preto, 10 de janeiro de 2019.
Ubatuba, 28 de março de 2021.
Um elemento pleonástico que vem antes do verbo também é isolado por vírgula.
Os salgadinhos do aniversário, minha mãe os buscará hoje.
Os mais espertos, o sargento os receberá com um discurso motivador.
A vírgula também isola o adjunto adverbial no início ou meio da oração, sendo dispensável quando o adjunto adverbial for apenas um advérbio.
Calmo e discretamente, ele chegou aonde queria.
Ela, calma e discretamente, convenceu de que estava certa.
Meu pai jamais deixará de viver no litoral.
Os elementos repetidos também são isolados por vírgula.
Estou sentindo muita, muita, muita felicidade!
A vitória será dele, dele, dele!
A vírgula indica ainda supressão de uma palavra, geralmente do verbo.
Ela tomou suco de maracujá; eu, de laranja.
Tenho aulas de tarde; minha irmã, de manhã.
Expressões intercaladas na oração também são isoladas por vírgula, como: além disso, contudo, por exemplo, logo, enfim, entretanto, todavia…
Os alunos, entretanto, não estudaram para a prova.
Será necessária, por exemplo, uma nova batedeira.
Como a vírgula é usada na separação das orações dentro de um período?
As orações coordenadas assindéticas são separadas por vírgulas, ou seja, orações que não estão ligadas por meio de conjunções, e sim através de uma pausa.
Minha filha não quer namorar, nem casar, nem ter filhos.
Quer aproveitar a vida, viajar mais, conviver com a família, ser feliz.
A vírgula também é usada para separar as orações coordenadas sindéticas, ou seja, orações que têm ligação por meio de conjunções, quando não introduzidas pela conjunção e.
Ora você gosta dela, ora não gosta.
Eu queria ir ao aniversário, mas meu pai não deixou.
Orações intercaladas são isoladas por vírgulas, bem como as orações subordinadas adjetivas explicativas.
O fundamental, destacou a professora, é que realizem o teste com calma e concentração.
Meu irmão, que sempre foi meu melhor amigo, não consegue compreender meus problemas atuais.
Orações subordinadas adverbiais antepostas são separadas por vírgula, bem como orações reduzidas do gerúndio, particípio e infinitivo que equivalem a orações adverbiais
Se fizer sol, iremos ao clube.
Fazendo sol, iremos ao clube.
Quando fazer uso da vírgula antes da conjunção e?
O uso da vírgula antes da conjunção “e” pode acontecer quando:
1. A conjunção “e” for utilizada repetidamente para transmitir ênfase.
O faxineiro aspirou, e limpou, e consertou, e arrumou, e organizou todo o estabelecimento.
Deus criou o mundo, e a natureza, e os animais, e o homem, e a mulher.
2. As orações coordenadas apresentarem sujeitos distintos.
Pedro fez a pizza, e Allan saiu para comprar o refrigerante.
Ela permaneceu na empresa, e ele foi se aventurar Brasil afora.
3. A conjunção “e” não transmitir uma noção de adição, mas sim um valor diferente.
Ela agiu de modo exemplar, mas mesmo assim não teve o merecido reconhecimento.
Eu segui uma dieta rigorosa, e ainda assim não consegui emagrecer.
Quando o uso da vírgula não deve acontecer?
Quando se encontram seguidos na oração, os elementos principais dela nunca são separados por vírgulas. Ou seja, o uso vírgula não ocorre entre o sujeito e o predicado, entre o verbo e seus objetos, entre o objeto direto e o objeto indireto,…
Na Língua Portuguesa, os tempos verbais são responsáveis por indicar o momento em que uma ação transmitida pelo verbo ocorre, e são estruturados nos modos verbais. Eles podem ser simples, quando formados por apenas uma forma verbal, ou podem ser compostos, quando são formados por um verbo auxiliar e um verbo principal.
Eles são responsáveis por indicar o exato momento de uma determinada ação verbal, e tal momento pode acontecer em diversos tempos, como algo que está em conclusão, concluído ou caminhando para a conclusão. De forma resumida, o tempo verbal é determinado pela relação que se mantém entre o momento em que o indivíduo fala e a ocorrência do fato expresso pelo verbo.
Os tempos verbais indicam o presente ao se referirem a algo que acontece no momento em que se fala; indicam o futuro ao se referirem a algo que acontecerá após o momento em que se fala e indicam o passado, conhecido também como pretérito, ao se referirem a algo que acontecer antes do momento em que se fala.
Tempos verbais do modo indicativo
Os tempos verbais do modo indicativo são responsáveis por transmitir ações certas e reais.
Presente do indicativo
É responsável por indicar uma ação que ocorre no mesmo momento em que é contada. Também pode indicar um estado permanente ou ação habitual. Exemplo: Como está na escola, ele estuda diariamente.
Pretérito perfeito do indicativo
Indica uma ação ocorrida num momento do passado, que já foi concluída. Exemplo: Ele estudou muito no fim de semana passado.
Pretérito imperfeito do indicativo
Indica tanto uma ação passada frequente, quanto uma ação que tem continuidade e duração no tempo. Exemplo: Quando estava na faculdade, ele estudava todos os fins de semana.
Pretérito mais-que-perfeito do indicativo
Responsável por indicar uma ação ocorrida antes de outra ação passada. Exemplo: Apenas de manhã eu notei que ele estudou a noite toda.
Futuro do pretérito do indicativo
Indica uma ação futura que encontra-se condicionada por outra, sendo consequente dela. Exemplo: Ela estudaria mais se tivesse companhia.
Futuro do presente do indicativo
Indica uma ação que irá ocorrer no futuro. Exemplo: Ele estudará mais a partir de hoje.
Pretérito perfeito composto do indicativo
Indica uma ação passada que prolonga-se até ao momento presente. Exemplo: Ele tem estudado muito para a prova.
Futuro do presente composto do indicativo
Indica uma ação no futuro que estará terminada antes de outra ação no futuro. Exemplo: Ela terá estudado tudo ao fim do dia.
Pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo
Indica uma ação no passado que ocorreu antes de outra ação no passado. Exemplo: Ele já tinha estudado o suficiente.
Futuro do pretérito composto do indicativo
Indica uma ação que poderia ter ocorrido no passado, estando condicionada por outra ação no passado. Exemplo: Ela teria estudado mais se soubesse que repetiria de ano.
Tempos verbais do modo subjuntivo
Os tempos verbais do modo subjuntivo são responsáveis por transmitir ações possíveis, mas que são dependentes de outras.
Pretérito imperfeito do subjuntivo
Indica uma ação responsável por estabelecer uma relação de condição com outra. Exemplo: Ela saberia a matéria toda se ela estudasse mais.
Presente do subjuntivo
Responsável por indicar uma ação hipotética, baseada em suposições e desejos. Exemplo: Seu pai quer que ele estude mais.
Futuro do subjuntivo
Indica uma possível ação, mas que ainda não aconteceu no futuro. Exemplo: As atividades serão mais fáceis quando ela estudar mais.
Futuro composto do subjuntivo
Responsável por indicar uma ação que estará terminada antes de outra ação no futuro. Exemplo: Só poderá sair quando ela tiver estudado tudo.
Pretérito perfeito composto do subjuntivo
Indica uma ação anterior, já concluída no passado. Exemplo: Meu pai não acredita que ela tenha estudado a manhã toda.
Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo
Responsável por indicar uma ação hipotética, anterior a outra ação no passado. Exemplo: Sua nota seria melhor se ele tivesse estudado mais.
Tempos verbais do modo imperativo
A ação expressa pelo imperativo trata-se de um pedido, uma ordem, um convite, um conselho ou uma súplica.
Imperativo negativo
Indica uma ação que pede, suplica, ordena, aconselha,… de maneira negativa. Exemplo: Não estudes mais por hoje!
Imperativo afirmativo
Responsável por indicar uma ação que pede, ordena, suplica, aconselha,… de forma afirmativa. Exemplo: Estuda mais pela parte da tarde!
Tempos primitivos e tempos derivados
Dos tempos verbais vistos acima, alguns são classificados de tempos primitivos, tendo já ocorrência no Latim, enquanto outros são classificados de tempos derivados, formando-se a partir dos tempos primitivos.
Tempos primitivos:
presente do indicativo;
pretérito perfeito do indicativo;
infinitivo impessoal.
Tempos derivados do pretérito perfeito do indicativo:
pretérito mais-que-perfeito do indicativo;
pretérito imperfeito do subjuntivo;
futuro do subjuntivo.
Tempos derivados do presente do indicativo:
presente do subjuntivo;
imperativo afirmativo;
imperativo negativo.
Tempos derivados do infinitivo impessoal:
futuro do presente do indicativo;
futuro do pretérito do indicativo;
pretérito imperfeito do indicativo;
infinitivo pessoal;
gerúndio;
particípio.
Conjugação nos diferentes tempos verbais
Verbo estudar: exemplo de conjugação verbal de um verbo regular da 1.ª conjugação.
Presente do indicativo: (eu) estudo; (tu) estudas; (ele) estuda; (nós) estudamos; (vós) estudais; (eles) estudam.
Futuro do subjuntivo: (quando eu) estudar; (quando tu) estudares; (quando ele) estudar; (quando nós) estudarmos; (quando vós) estudardes; (quando eles) estudarem.
Futuro composto do subjuntivo: (quando eu) tiver estudado; (quando tu) tiveres estudado; (quando ele) tiver estudado; (quando nós) tivermos estudado; (quando vós) tiverdes estudado; (quando eles) tiverem estudado.
Imperativo negativo: não estudes (tu); não estude (ele); não estudemos (nós); não estudeis (vós); não estudem (eles).