Autor: renan

  • Norma culta

    Norma culta

    O que é norma culta?

    Configura-se como norma culta o conjunto dos padrões linguísticos comumente utilizados pela parcela mais escolarizada da população. Trata-se da variação linguística usada por aqueles que vivem em meios urbanos e que possuem elevado nível de escolaridade, em situações formais e monitoradas de comunicação escrita ou falada.

    Características da norma culta

    A norma culta é utilizada em situações monitoradas e formais de comunicação. Ela impõe a correção gramatical, utilizando um rigoroso uso das normas gramaticais. Essa linguagem é elaborada e cuidada, privilegiando a utilização de estruturas sintáticas complexas e de um vocabulário rico e diversificado, com pronúncia das palavras feita de forma clara e correta. A norma culta é o registro ensinado nas escolas, e configura-se mais prestigiado e erudito.

    O domínio da norma culta reflete-se na modalidade escrita da língua, fazendo o uso devido da acentuação, da pontuação, da concordância, da colocação pronominal e da regência, entre outros.

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    Exemplos de uso da norma culta

    Regência verbal com a preposição adequada:

    • Ela nunca ouve ao pai.
    • Eles assistiram ao jogo de vôlei separados.

    Colocação pronominal em ênclise no início da oração:

    • Levante-se e vamos seguir em frente.
    • Dá-me o pente, por gentileza.

    Uso correto das várias pessoas gramaticais:

    • Ele quer ir contigo. Tu vais a que horas?
    • Observe isso com atenção e depois diga se você compreendeu tudo.

    Utilização de palavras sem estarem abreviadas ou contraídas:

    • está (e não tá);
    • para (e não pra);
    • você (e não cê).

    Fazer uso norma culta de uma língua é uma competência bastante valorizada no mercado de trabalho, pois o domínio da norma culta possibilita ao indivíduo comunicar com eficiência, desenvoltura e precisão.

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    Qual é a diferença entre a norma culta e a norma-padrão?

    Apesar da norma culta e da norma-padrão serem próximos, sendo inclusivamente usados muitas vezes como sinônimos, elas referem-se a normas distintas.

    A norma-padrão configura-se como a norma gramatical, com base na gramática tradicional e normativa, atuando como um modelo idealizado que visa padronizar aa língua escrita. Já a norma culta trata-se da variação que mais aproxima-se de tal padrão.

    Norma culta e variação linguística

    Existem diversas variações linguísticas no Português, fruto da existência de distintos grupos sociais, com diferentes graus de escolarização, que apresentam diferentes hábitos linguísticos. O resultado é a pluralidade de normas.

    De todas essas normas, a norma culta é considerada a mais conceituada, sendo percebida como uma linguagem culta e erudita, usada por um grupo de pessoas da elite, pertencentes à camada mais favorecida e escolarizada da população.

    Uma vez que todas as variações linguísticas usufruem desse mesmo prestígio, muitas sofrem preconceito linguístico, sendo consideradas menos cultas e até mesmo incorretas. É fundamental o entendimento e a aceitação de que todas as variedades linguísticas são fatores de enriquecimento e cultura, não devendo ser tratadas como erros ou desvios.

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    Qual é a importância de escrever da forma correta na literatura?

    Ao escrevermos usando norma culta, estamos nos comunicando com o público na linguagem padrão do país. Tal padrão tem a finalidade de facilitar a compreensão, minimizando as diferenças na maneira que cada um tem de se expressar.

    Um exemplo clássico de como a gramática pode nos ajudar a interpretar um texto de maneira adequada é através do uso das vírgulas. Apesar de existir a concepção errada de que a função da vírgula é determinar as pausas em nossa fala, o real objetivo da vírgula é organizar as orações dentro de uma frase. Ao você mudar uma vírgula de lugar, todo o significado pode ser alterado. Observe a diferença entre os seguintes pares de frases:

    1. Igor, o diretor da escola, ligou.
    2. Igor, a diretora da escola ligou.

    Ambas as frases estão corretas, entretanto transmitem informações diferentes. Na frase 1, “Igor” é o sujeito da oração. Ele é o diretor da escola e fez uma ligação. Na frase 2, por sua vez, “Igor” é um vocativo. O interlocutor está avisando ao Igor que o diretor da escola ligou.

    1. Vou ali comer gente.
    2. Vou ali comer, gente.

    Podemos observar uma alteração de significado da mesma natureza nesse par de frases. Na frase 1, observamos um caso de canibalismo. Na frase 2, o interlocutor está avisando às pessoas que vai fazer uma refeição.

    Apesar da existência de situações onde desviar da norma culta seja adequado, é essencial que você aprenda como escrever certo se deseja se comunicar de maneira precisa e eficiente com seus leitores.

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    Como aprender a escrever e falar conforme a norma culta?

    Para aprender a escrever e falar seguindo a norma culta, é imprescindível ler muitos textos que fazem uso das regras da norma culta. Também é necessário ter senso crítico e sede de conhecimento para sempre analisar seus erros e tentar melhorar.

    A maioria das pessoas, por exemplo, não sabe como fazer o uso correto das crases nas orações. Aqui vão algumas dicas para não errar mais:

    A crase é a junção da preposição “a” com o artigo feminino “a”. Ao invés de falar “a” duas vezes seguidas, juntamos os dois em uma palavra só. Por isso, uma das ocasiões em que usamos a crase é quando o verbo da oração exige a preposição “a” e, em seguida, há um artigo com substantivo “a”. Por exemplo:

    Pedro levou sua prima à faculdade.

    Uma maneira simples de conferir se a frase leva crase é substituindo o substantivo feminino por um masculino, que é antecedido pelo artigo “o”. Observe:

    João levou sua prima ao mercado.

    Como você pode observar, a junção da preposição “a” com o artigo “o” é “ao”. Quando você realizar essa substituição e encontrar um “ao”, é sinal de que a frase original, com substantivo feminino, leva crase.

    Esse é apenas um exemplo de erro gramatical comum. A melhor forma é realizar uma correção ortográfica em seus textos, observar quais erros você cometeu e, em seguida, pesquisar as regras gramaticais referentes. Só assim você aprenderá como escrever seguindo a norma culta da Língua Portuguesa.

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    Videoaulas

    Referências:

    www.normaculta.com.br

    www.bibliomundi.com

  • Orações subordinadas

    Orações subordinadas

    Orações Subordinadas: Substantivas, Adjetivas e Adverbiais

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    São orações subordinadas aquelas que exercem uma função sintática em relação à oração principal. São estabelecidos dois tipos de períodos na gramática da língua portuguesa. São eles o período composto por coordenação e o período composto por subordinação. O período composto por coordenação é formado exclusivamente por orações independentes e sem dependência sintática. Já o período composto por subordinação é formado por duas ou mais orações, sendo uma a principal e a outra subordinada pois depende sintaticamente dela.

    No geral, a oração independente sintaticamente tem sentido e constitui-se em um texto. Confira o exemplo:

    “A chuva caiu”

    A oração “a chuva caiu” é independente, pois ela tem sentido próprio. Entretanto, se essa oração for inserida em uma camada gramatical inferior em relação à outra oração, ela não será mais independente. Confira:

    “Todos se molharam quando a chuva caiu.”

    Note que escrita de tal forma, a oração apresenta a seguinte estrutura sintática:

    Oração principal = Todos se molharam
    Oração subordinada = quando a chuva caiu

    A oração “quando a chuva caiu” tem uma relação de dependência e exerce uma função sintática em relação à oração principal.

    Neste caso, a oração independente “a chuva caiu” transportou-se do nível sintático de independência para exercer a função sintática de oração subordinada adverbial temporal, uma vez que tem valor de advérbio e exprime o aspecto circunstancial de “tempo” em relação ao núcleo verbal “molharam” da oração principal.

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    Podemos reconhecer a subordinação da oração “quando a chuva caiu”, que passou a funcionar como membro dependente da oração principal, através da palavra “quando” que a introduziu. O “quando” configura-se como uma conjunção subordinativa temporal.

    Desta forma, as orações subordinadas são gramaticalmente classificadas de acordo com a função sintática, ou seja, se são termos essenciais, integrantes ou acessórios, que exercerem em relação à oração principal.

    As unções sintáticas que as orações subordinadas podem exercer são: objeto direto, objeto indireto, sujeito, predicativo do sujeito, complemento nominal, aposto, adjunto adverbial e adjunto adnominal. Assim, as orações subordinadas têm valor de adjetivos, substantivos e advérbios e, por isso, são classificadas como orações subordinadas substantivas, orações subordinadas adjetivas e orações subordinadas adverbiais. As orações subordinadas têm especificidades gramaticais dentro das unidades sintáticas. 

    Período composto por orações subordinadas substantivas

    As orações subordinadas substantivas apresentam valor de substantivo e exercem a função sintática de objeto direto, objeto indireto, sujeito, predicativo do sujeito, aposto ou complemento nominal em relação à oração principal. 

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    Geralmente as orações subordinadas substantivas são iniciadas com conjunções subordinativas “se” e “que”. O “se” é empregado quando o verbo exprime duvida e, em alguns casos, quando as orações são iniciadas por pronome ou advérbio exclamativo ou interrogativo. Já o “que” é empregado quando o verbo exprime certeza.

    Confira abaixo exemplos dos tipos de orações subordinadas, de acordo com a sua função sintática:

    • apositivas: são as orações que exercem função sintática de aposto em relação à oração principal. Exemplo: Dei a ele um conselho: (que) seguisse seu rumo na vida.
    • completivas nominais: são as orações cuja função é exercer o complemento nominal em relação à oração principal. Exemplo: Tinha convicção de que ela era a culpada.
    • objetivas diretas: são as orações que exercem a função de objeto direto do núcleo verbal da oração principal. Exemplo: Acreditamos que a senhora deve trabalhar pela tarde.
    • objetivas indiretas: são as orações que exercem a função de objeto indireto do núcleo verbal da oração principal. Exemplo: Convenceu-o de que o problema era passageiro. 
    • predicativas: são as orações que exercem a função de predicativo do sujeito da oração principal. Exemplo: A verdade é que todos foram negados.
    • subjetivas: são as orações que exercem a função de sujeito em relação à oração principal. Exemplo: Consta que as dívidas já foram pagas.
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    Período composto por orações subordinadas adjetivas

    As orações subordinadas adjetivas, como o nome sugere, são aquelas que têm valor de adjetivo em relação à oração principal e, consequentemente, determinam o substantivo antecedente.

    As orações subordinadas adjetivas apresentam valores semânticos diferentes. Para que você entenda melhor tais valores, vamos simular uma reunião de professores em situação comunicativa. A coordenadora pedagógica afirma:

    Fala 1:
    – Nesse currículo escolar, se todos concordarem, vamos adotar um novo projeto pedagógico. Os alunos que têm dificuldade com química terão aulas extras.

    A segunda frase dita pela coordenadora pedagógica tem a seguinte estrutura sintática:
    oração principal = Os alunos
    oração subordinada adjetiva = que têm dificuldade com química
    oração principal = terão aulas extras

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    Na fala 1, quem “terá aulas extras”? A coordenadora pedagógica tem como objetivo planejar aulas extras somente para alguns alunos. No caso apresentado aqui, aqueles que têm dificuldade com química.

    A mesma frase dita pela coordenadora pedagógica foi reescrita de outra forma e, agora, entre vírgulas. Veja:

    Fala 2:
    Os alunos, que têm dificuldade com química, terão aulas extras.

    Observe que, com a fala 2 escrita de tal forma, mudou-se o objetivo da coordenadora pedagógica, já que quem “terá aulas extras” agora serão todos os alunos.

    Ambos os casos apresentam orações subordinadas adjetivas com valor de adjetivo e que modificam o substantivo “alunos”. A fala 1, porém, é uma oração subordinada adjetiva restritiva pois particulariza o sentido do substantivo. Já a fala 2 configura-se como uma oração subordinada adjetiva explicativa pois universaliza o sentido do substantivo.

    Desta forma, as orações subordinadas adjetivas são classificadas em:

    adjetiva restritiva: são as orações que particularizam o sentido do substantivo ou do pronome e ligam-se sem vírgulas ao antecedente;

    adjetiva explicativa: são as orações que universalizam o sentido do substantivo ou do pronome antecedente e estão entre vírgulas.

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    Período composto por orações subordinadas adverbiais

    As orações subordinadas adverbiais têm valor de advérbio ou de locução adverbial e apresentam função sintática de adjunto adverbial em relação ao núcleo verbal da oração verbal. As orações adverbiais expressam diversas circunstâncias diante da oração principal e são classificadas como:

    • proporcionais: são orações proporcionais aquelas que expressam a circunstância de proporção de algo apresentado na oração principal e são iniciadas com conjunções subordinativas proporcionais.
      Exemplo: Conforme aproximava-se o dia da prova final, a tensão de Renan aumentava.
    • condicionais: são orações condicionais aquelas expressam a circunstância de condição de algo apresentado na oração principal e iniciam-se com conjunções subordinativas condicionais. Exemplo: Iremos ao rodízio japonês hoje, se não chover.
    • conformativas: são orações conformativas aquelas que expressam a circunstância de conformidade entre algo apresentado nelas e na oração principal, e são iniciadas com conjunções subordinativas conformativas.
      Exemplo: Conforme prometeu, pagará a dívida ainda hoje.
    • temporais: são orações temporais aquelas que expressam a circunstância de tempo de algo apresentado na oração principal e são iniciadas com conjunções subordinativas temporais.
      Exemplo: Fico empolgado sempre que viajo para o Recife.
    • finais: são orações finais aquelas que expressam a circunstância de finalidade de algo apresentado na oração principal e são iniciadas com conjunções subordinativas finais.
      Exemplo: João fez de tudo para que sua filha estudasse na Itália.
    • consecutivas: são orações consecutivas aquelas que expressam a circunstância de consequência de algo apresentado na oração principal e são iniciadas  por conjunções subordinativas consecutivas.
      Exemplo: Andou tanto que cansou-se.
    • comparativas: são orações comparativas aquelas que expressam a circunstância de comparação de algo apresentado na oração principal e são iniciadas com conjunções subordinativas comparativas.
      Exemplo: Guilherme estuda como um louco.
    • causais: são orações causais aquelas que expressam a circunstância de causa de algo apresentado na oração principal e são iniciadas com conjunções subordinativas causais.
      Exemplo: Não compareceu à reunião de família pois viajou.
    • concessivas: são orações concessivas aquelas que expressam a circunstância de concessão de algo apresentado na oração e são iniciadas com conjunções subordinativas concessivas.
      Exemplo: Fernando não notou nada, embora estivesse atento.
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    Exercício

    Assinale a única alternativa que possui uma oração subordinada adjetiva restritiva:

    a) ( ) As crianças que não ganharam presentes choraram muito.

    b) ( ) Meu pai, que sempre me apoiou, merece todo meu amor.

    c) ( ) O livro, que conquistou o país todo, tornou-se um best-seller.

    d) ( ) As pessoas, que visitavam a cidade, hospedaram-se no famoso hotel Copacabana Palace.

    e) ( ) As flores, que são colhidas ao amanhecer, compõem o famoso perfume francês.

    Resposta: a)

    Videoaulas

    Referências:

    www.educamaisbrasil.com.br

    www.exercicios.mundoeducacao.uol.com.br