O substantivo sobrecomum é um tipo de substantivo uniforme, ou seja, que apresenta somente um termo para os dois gêneros (masculino e feminino).
Ele é utilizado para nomear pessoas, por exemplo, a palavra “neném”, utilizada para os dois gêneros: a neném menino; a neném menina.
Lista de substantivos sobrecomuns
a testemunha;
o carrasco;
o algoz;
a pessoa;
o anjo;
o monstro;
a estrela de cinema;
o indivíduo;
a criança;
o ente;
a criatura;
o neném;
o ser;
o defunto;
o verdugo;
o apóstolo;
a vítima;
o cônjuge;
o ídolo;
o gênio;
Exemplos de uso dos substantivos sobrecomuns
Vítima
A vítima é um homem de trinta anos.
A vítima é uma mulher de trinta anos.
Anjo
Meu aluno é um anjo!
Minha aluna é um anjo!
Gênio
Aquele garoto é um gênio.
Aquela garota é um gênio.
Defunto
Ficou evidente que o defunto era de Bruno.
O defunto descoberto no sítio era de Joana.
A estrela (de cinema)
Arnold é uma grande estrela do cinema desde a juventude.
Angelina Jolie é uma estrela de cinema e uma mulher linda.
O membro
Julio foi membro do exército na Primeira Guerra Mundial.
Patrícia era membro do grupo de estudos em sua cidade natal.
O monstro
Naquela manhã chuvosa, Felipe parecia um monstro.
Julia estava igual um monstro após a operação.
A pessoa
Ele é a pessoa mais dócil que já conheci.
Ela é a pessoa mais agradável do trabalho.
A testemunha
Rodrigo foi testemunha do crime passional.
Cristina foi testemunha do roubo que aconteceu no banco.
Como distinguir os gêneros?
Para haver distinção de gênero com os substantivos sobrecomuns é necessário que sejam fornecidas indicações de pertencerem ao sexo masculino ou ao sexo feminino:
A vítima foi uma criança do sexo masculino.
O cônjuge do sexo feminino deu início ao processo de divórcio.
Diferença entre substantivos sobrecomuns e comuns de dois gêneros
Tanto os substantivos sobrecomuns como os substantivos comuns de dois gêneros apresentam um só gênero para o masculino e para o feminino.
A diferença é… nos substantivos sobrecomuns não há marca de distinção de gênero; nos substantivos comuns de dois gêneros a distinção de gênero é feita através de artigos (o, a, um, uma) e outros determinantes (aquele, esta, meu,…).
Substantivos sobrecomuns:
o cônjuge;
o indivíduo;
a pessoa;
o ídolo;
a testemunha;
…
Substantivos comuns de dois gêneros:
o dentista – a dentista;
o colega – a colega;
o gerente – a gerente;
o jovem – a jovem;
o estudante – a estudante;
…
Diferença entre substantivos sobrecomuns e epicenos
Tanto os substantivos sobrecomuns como os substantivos epicenos apresentam um só gênero para o masculino e para o feminino, não havendo marca de distinção de gênero.
A diferença é… os substantivos sobrecomuns nomeias pessoas; os substantivos epicenos nomeiam animais.
Substantivos sobrecomuns:
a criança;
a vítima;
a criatura;
o defunto;
o ser;
…
Substantivos epicenos:
a baleia;
a cobra;
a barata;
o boto;
o jacaré;
o polvo;
…
Exercício
(UFSC) Há substantivos que têm um só gênero gramatical para designar pessoas de ambos os sexos. Uma das alternativas seguintes constituída de três substantivos desta espécie é:
a) A criança, a vítima, o selvagem. b) A criança, a testemunha, o agente. c) A vítima, a jovem, o parente. d) A criança, a vítima, o cônjuge. e) A testemunha, a patroa, o mestre.
Para revelar a resposta selecione o texto a baixo que está em verde:
Alternativa d) A criança, a vítima, o cônjuge. Os substantivos da alternativa correta são substantivos sobrecomuns, em que uma palavra é utilizada para os dois gêneros.
Videoaulas
Substantivo Sobrecomum
Substantivo comum de dois gêneros, sobrecomum e epiceno
Composição é o processo que forma palavras compostas, a partir da junção de dois ou mais radicais. Existem dois tipos de composição:
composição por justaposição;
composição por aglutinação.
Justaposição
Justaposição é o processo que ocorre quando os elementos ou palavras estão lado a lado. Estar lado a lado significa que, quando são unidas duas ou mais palavras ou radicais, nenhuma delas é alterada sonora ou ortograficamente. Apesar de não haver alteração nas palavras que participaram da composição, o significado da nova palavra formada é próprio.
Exemplos de palavras compostas por justaposição
mandachuva;
roda-viva;
fim de semana;
cor-de-rosa;
água-de-colônia:
arco-íris;
chapéu de chuva;
peixe-espada;
girassol;
malmequer;
segunda-feira;
cavalo-marinho;
vaivém;
paraquedas;
pontapé;
amor-perfeito;
passatempo;
pé de moleque;
guarda-roupa;
madrepérola;
bem-me-quer;
beija-flor;
couve-flor;
pé-de-meia;
guarda-chuva;
varapau.
cachorro-quente;
saca-rolhas;
Composição por Aglutinação
Ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus elementos fonéticos. Exemplos:
Pernalta
Planalto
Aguardente
Embora
Videoaulas
Formação de Palavras – Composição
Composição por justaposição e aglutinação – Atualização da Aula 4 – Formação das Palavras
Preposição é toda palavra variável que conecta dois ou mais termos da oração. Uma relação de subordinação onde, geralmente, o segundo termo subordina o primeiro.
Em regra, na língua portuguesa, a palavra que precisa da utilização da preposição é chamada de antecedente ou regente, já a palavra introduzida é classificada como consequente ou regida.
As preposições são elementos fundamentais para a produção de textos, uma vez que elas promovem uma maior compreensão e coerência diante do que é escrito.
Sintaticamente, as preposições não exercem propriamente uma função: são consideradas conectivos, ou seja, elementos de ligação entre termos oracionais. As preposições podem introduzir:
• Complementos verbais: Obedeço “aos meus pais”. • Complementos nominais: continuo obediente “aos meus pais”. • Locuções adjetivas: É uma pessoa “de caráter”. • Locuções adverbiais: Naquele momento agi “com cuidado”. • Orações reduzidas: “Ao chegar”, foi abordado por dois ladrões.
Tipos e Exemplos de Preposições
Preposição de lugar: O carro veio de Curitiba.
Preposição de modo: Os homens eram colocados em cadeiras.
Preposição de tempo: Por quatro anos ele morou lá.
Preposição de distância: A oito quilômetros daqui passa uma estrada.
Preposição de causa: Com a seca, o boi começou a adoecer.
Preposição de instrumento: Ele cortou a árvore com o facão.
Preposição de finalidade: A praça foi decorada para o evento.
Classificação das preposições
As preposições podem ser de dois tipos:
1. Preposição essencial: sempre funciona como preposição. Exemplo: a, ante, de, por, com, em, sob, até…
2. Preposição acidental: palavra que, além de preposição, pode assumir outras funções morfológicas. Exemplo: consoante, segundo, mediante, tirante, fora, malgrado…
Locuções prepositivas
Quando temos um grupo de palavras com valor e emprego de uma preposição, damos a esse conjunto o nome de locução prepositiva. As principais locuções prepositivas são constituídas de um advérbio ou de uma locução adverbial seguido da preposição de, a e com. Alguns exemplos de locuções prepositivas estão na tabela a seguir:
abaixo de
de acordo com
junto a
acerca de
debaixo de
junto de
acima de
de modo a
não obstante
a fim de
dentro de
para com
à frente de
diante de
por baixo de
antes de
embaixo de
por cima de
a respeito de
em cima de
por dentro de
atrás de
em frente de
por detrás de
através de
em razão de
quanto a
com respeito a
fora de
sem embargo de
Combinação, Contração e Crase
Importante notar que, algumas preposições podem aparecer combinadas com outras palavras. Assim, quando na junção dos termos não houver perda de elementos fonéticos, teremos uma combinação, por exemplo:
ao (a + o)
aos (a + os)
aonde (a + onde
Por conseguinte, quando da junção da preposição com outra palavra houver perda fonética, teremos a chamada contração, por exemplo:
do (de + o)
dum (de + um)
desta (de + esta)
no (em + o)
neste (em + este)
nisso (em + isso)
Por fim, toda fusão de vogais idênticas forma uma crase:
à = contração da preposição a + o artigo a
àquilo = contração da preposição a + a primeira vogal do pronome aquilo.
Na língua cotidiana, falada ou escrita, aparecem as reduções pra (para a) e pro (para o). Essas palavras não pedem acento, já que se trata de palavras átonas. por exemplo:
Este é um país que vai pra frente.
Vá pra faculdade, e não pro bar!
Resumo
A preposição, apesar de não assumir uma função sintática na oração, liga os termos de uma sentença. Por isso ela é chamada de conectivo ou palavra relacional. O uso correto das preposições é muito importante para a construção de um texto coeso.
Curiosidades
A preposição ‘após’, em alguns casos, pode assumir a função de advérbio, com o sentido de atrás, depois. A expressão ‘dês’ é a mesma que ‘desde’, contudo ela acontece com pouca frequência em autores mais atuais. A expressão ‘trás’ é usada apenas em locuções adverbiais e prepositivas. Exemplo: por trás, para trás, para trás de.
Videoaulas
Interjeição, Conjunção e Preposição ♫ Paródia Show das Poderosas [Prof Noslen]
PREPOSIÇÕES | Aula de Português para concursos, vestibulares, provas, ENEM
Os pronomes pessoais oblíquos são aqueles que se referem às pessoas do discurso tendo função de complemento (não de sujeito) na oração. Quando as pessoas do discurso (1ª, 2ª ou 3ª pessoa do singular ou do plural) são o sujeito da oração, trata-se do pronome pessoal reto (eu, tu, ele, nós, vós, eles). No caso dos pronomes pessoais oblíquos, essas pessoas não assumem função de sujeito do enunciado, e sim de complemento (muitas vezes, de objeto direto ou indireto, por exemplo).
Quais são os pronomes oblíquos?
Confira os pronomes oblíquos de acordo com a pessoa do discurso:
Pronomes pessoais oblíquos
átono s (sem preposição)
tônicos (com preposição)
singular
1ª
me
mim, comigo
2ª
te
ti, contigo
3ª
lhe, o, a, se
ele, ela, si, consigo
plural
1ª
nos
nós, conosco
2ª
vos
vós, convosco
3ª
lhes, os, as, se
eles, elas, si, consigo
Uso dos pronomes oblíquos átonos
os pronomes me, te, nos,vos e se são empregados como objetos direto ou indireto: Exemplos: Eles me respeitam. (respeitar alguém – objeto direto) ou Entregaram-te o documento ontem. (entregar a alguém – objeto indireto).
os pronomes o, a, os e as são empregados como objetos diretos. Exemplo: Fechou-a e saiu. (fechou algo – objeto direto).
os pronomes lhe e lhes são empregados como objetos indiretos. Exemplo: Devolverei se estas coisas pertencerem-lhes. (pertencer a alguém – objeto indireto)
Quando seguidos de verbos que terminam em –z, -s ou –r, os pronomes o, a, os, as assumem as formas lo, la, los, las. Neste caso, a terminação verbal é retirada.
Exemplos:
faz + o = fá-lo
comes + os = comê-los
estudar + a = estudá-la
Mas, quando seguidos de verbos que terminam em som nasal, os pronomes assumes as formas no, na, nos, nas:
Exemplos:
leram + o = leram-no
retém + a = retém-na
põe + os = põe-nos
ouvem + as = ouvem-nas
Uso dos pronomes oblíquos tônicos
Precisam estar acompanhados de alguma preposição para que o enunciado faça sentido. Observe nos exemplos:
Ele contou tudo para ti.
Nesse enunciado, o sujeito da oração “ele” executou a ação (“contar”) ao complemento “para ti”, que representa a 2ª pessoa do singular. Por isso, “ti” é um pronome oblíquo. Como esse pronome necessariamente é acompanhado da preposição “para”, trata-se de um pronome oblíquo tônico.
Elas virão até nós para descobrir isso.
No enunciado, o sujeito “elas” realizará a ação (“vir”), e “nós” assume a função de complemento do enunciado (“até nós”), sendo, portanto, pronome oblíquo. Como vem acompanhado da preposição “até”, trata-se de um pronome oblíquo tônico.
Nós podemos viajar com eles.
No último enunciado, o sujeito “nós” realiza a ação (“poder viajar”), “eles” assume a função de complemento e está acompanhado da preposição (“com”). Assim, “eles” assume função de pronome oblíquo tônico.
Outros pronomes pessoais
Além dos pronomes pessoais do caso oblíquo, existem outros pronomes pessoais, como os pronomes pessoais do caso reto e os pronomes de tratamento.
10 frases com pronomes oblíquos
Para fixar este conteúdo, vamos observar algumas frases com pronomes oblíquos e suas classificações:
Eles a escutaram até o final. (pronome oblíquo átono)
Queriam-na como a principal estrela da noite. (pronome oblíquo átono)
Você não nos contou sobre isso. (pronome oblíquo átono)
Eu te liguei ontem, mas você não me atendeu. (pronome oblíquo átono)
Não nos vemos mais com tanta frequência. (pronome oblíquo átono)
Fiz tudo o que podia por eles. (pronome oblíquo tônico)
Vamos comigo ao parque? (pronome oblíquo tônico)
Vocês já conversaram com ela? (pronome oblíquo tônico)
Elas foram sem nós. (pronome oblíquo tônico)
Esse presente é para ti. (pronome oblíquo tônico)
Exercícios
1. (UFPR) Quais são as frases que têm o pronome oblíquo mal empregado?
1. Ninguém falou-me jamais dessa maneira. 2. Bons ventos o levem! 3. Ele recordar-se-á com certeza do vexame sofrido. 4. As pastas que perderam-se, não foram as mais importantes. 5. Confesso que tudo me pareceu confuso. 6. Me empreste o livro! 7. Por que permitir-se-iam esses abusos?
Selecione a palavra em branco a baixo para revelar a resposta, ou copie e cole em algum lugar:
Alternativa a: 1 – 4 – 6 – 7.
2. A fronteira da biodiversidade é azul. Atrás das ondas, mais do que em qualquer outro lugar do planeta, está o maior número de seres vivos a descobrir. Os mares parecem guardar as respostas sobre a origem da vida e uma potencial revolução para o desenvolvimento de medicamentos, cosméticos e materiais para comunicações. Sabemos mais sobre a superfície da Lua e de Marte do que do fundo do mar. Os oceanos são hoje o grande desafio para a conservação e o conhecimento da biodiversidade, e os especialistas sabem que ela é muitas vezes maior do que hoje conhecemos. Das planícies abissais — o verdadeiro fundo do mar, que ocupa a maior parte da superfície da Terra — vimos menos de 1%. Hoje sabemos que essa planície, antes considerada estéril, está cheia de vida. Nos últimos anos, não só se fizeram novos registros, como também se descobriram novas espécies de peixes e invertebrados marinhos — como estrelas-do-mar, corais, lulas e crustáceos. Em relação à pesca, porém, há más notícias. Pesquisadores alertam que diversidade não é sinônimo de abundância. Há muitas espécies, mas as populações, em geral, não são grandes.
A mais ambiciosa empreitada para conhecer a biodiversidade dos oceanos é o Censo da Vida Marinha, que reúne 1.700 cientistas de 75 países e deverá estar pronto em 2010. Sua meta é inventariar toda a vida do mar, inclusive os micro-organismos, grupo que representa a maior biomassa da Terra. Uma pequena arraia escura, em forma de coração, é a mais nova integrante da lista de peixes brasileiros. Ela foi coletada entre os estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, a cerca de 900 metros de profundidade. Como muitas espécies marinhas recém-identificadas, esta também é uma habitante das trevas.
O mar oferece outros tipos de riqueza. Estudos feitos no exterior revelaram numerosas substâncias extraídas de animais marinhos e com aplicação comercial. Há substâncias de poderosa ação antiviral e até mesmo anticancerígena. Há também uma esponja cuja estrutura inspirou fibras óticas que transmitem informação com mais eficiência. Outros compostos recém-descobertos de bactérias são transformados em cremes protetores contra raios ultravioletas. Vermes que devoram ossos de baleias produzem um composto com ação detergente. Já o coral-bambu é visto como um substituto potencial para próteses ósseas.
(Adaptado de Ana Lucia Azevedo. Revista O Globo. 19 de março de 2006, p.18-21)
A substituição do segmento grifado pelo pronome correspondente está feita de modo INCORRETO em:
a) parecem guardar as respostas = parecem guardá-las.
b) que ocupa a maior parte da superfície da Terra = que a ocupa.
Selecione o texto a baixo para revelar a resposta:
Alternativa E. O complemento do verbo “produzir” não tem preposição. Portanto, o pronome que substitui o complemento é “produzem-no”.
3. (Udesc) Assinale com V a colocação verdadeira e com F a colocação falsa dos pronomes oblíquos átonos, nos períodos abaixo:
( ) Ele tem dado-se muito bem com esse nosso clima. ( ) Talvez a luz contínua e ofuscante tenha-me afetado a visão. ( ) Ninguém retirara-se antes do encerramento do conclave. ( ) Tudo me parecia bem até que me alertaram do perigo que corria. ( ) Em se tratando de artes, preferimos sempre a divina música. ( ) Dir-se-ia que fatos dessa natureza não mais ocorreriam. A sequência correta de letras, de cima para baixo, é:
a) F, F, V, F, V, V b) V, V, F, V, F, F c) F, V, F, V, V, V d) F, V, V, F, V, V e) V, F, F, V, F, F
Selecione a resposta a baixo para revelar:
Alternativa c: F, V, F, V, V, V
4. Ensino que ensine
Jogar com as ambiguidades, cultivar o improviso, juntar o que se pretende irreconciliável e dividir o que se supõe unitário, usar falta de método como método, tratar enigmas como soluções e o inesperado como caminho são traços da cultura do povo brasileiro. Estratégias de sobrevivência? Por que não também manancial de grandes feitos, tanto na prática como no pensamento? A orientação de nosso ensino costuma ser o oposto dessa fecundidade indisciplinada: dogmas confundidos com ideias, informações sobrepostas a capacitações, insistência em métodos “corretos” e em respostas “certas”, ditadura da falta de imaginação. Nega-se voz aos talentos, difusos e frustrados, da nação. Essa contradição nunca foi tema do nosso debate nacional.
Entre nós, educação é assunto para economistas e engenheiros, não para educadores, como se o alvo fosse construir escolas, não construir pessoas. Preconizo revolução na orientação do ensino brasileiro. Nada tem a ver com falta de rigor ou com modismo pedagógico. E exige professorado formado, equipado e remunerado para cumprir essa tarefa libertadora.
Em matemática, por exemplo, em vez de enfoque nas soluções únicas, atenção para as formulações alternativas, as soluções múltiplas ou inexistentes e a descoberta de problemas, tão importante quanto o encontro de soluções. Em leitura e escrita, análise de textos com a preocupação de aprofundar, não de suprimir possibilidades de interpretação; defesa, crítica e revisão de ideias; obrigação de escrever todos os dias, formulando e reformulando sem fim. Em ciência, o despertar para a dialética entre explicações e experimentos e para os mistérios da relação entre os nexos de causa e efeito e sua representação matemática. Em história, e em todas as disciplinas, as transformações analisadas de pontos de vista contrastantes.
Isso é educação. O resto é perda de tempo. (…) Quem lutará para que a educação no Brasil se eduque?
(Roberto Mangabeira Unger, Folha de S. Paulo, 09/01/2007)
Nosso sistema de ensino tem falhas estruturais; para revolucionar nosso sistema de ensino, seria preciso despir nosso sistema de ensino dos dogmas que norteiam nosso sistema de ensino.
Evitam-se as viciosas repetições do trecho acima substituindo-se os segmentos sublinhados, respectivamente, por
a) revolucioná-lo – despi-lo – o norteiam
b) o revolucionar – despi-lo – lhe norteiam
c) revolucionar-lhe – despir-lhe – o norteiam
d) revolucioná-lo – despir-lhe – norteiam-no
e) o revolucionar – despir-lhe – o norteiam
Selecione a resposta para revelar o texto em branco:
Alternativa A. Todos os pronomes oblíquos substituem complementos sem preposição, por isso seriam “o”. Os verbos no infinitivo (“revolucionar” e “despir”) fazem com que o pronome seja colocado após o verbo e, por terminarem em -r, perdem essa consoante final e fazem com que o pronome “o” passe a ser “lo”, gerando as formas “revolucioná-lo” e “despi-lo”. Em relação ao último verbo, o pronome relativo “que” atrai o pronome oblíquo “o” e, portanto, temos a forma “que o norteiam”.
Aulas em vídeos
PRONOMES CASO RETO E OBLÍQUO
Pronomes oblíquos
PRONOME PESSOAL – Reto e Oblíquo l Português On-line
Os pronomes pessoais do caso reto são aqueles que substituem os substantivos, indicando diretamente as pessoas do discurso: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas.
Pronomes pessoais retos
1.ª pessoa do singular – eu 2.ª pessoa do singular – tu 3.ª pessoa do singular – ele, ela 1.ª pessoa do plural – nós 2.ª pessoa do plural – vós 3.ª pessoa do plural – eles, elas
Exemplos de uso dos pronomes pessoais retos
Eu escrevi o texto.
Tu escreveste o texto.
Ele escreveu o texto.
Nós escrevemos o texto.
Vós escrevestes o texto.
Eles escreveram o texto.
Eu entreguei a petição hoje. (sujeito) A beneficiada é ela. (predicativo)
Os pronomes tu e vós também podem ter a função de vocativo:
Tu, que sabes a matéria, vem à frente e ensina. “Ó vós, que não sabeis do Inferno, olhai, vinde vê-lo…!” (Cecília Meireles)
Pronome Oblíquo
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que exerce a função de complemento verbal (objeto direto ou indireto) ou complemento nominal. Por exemplo:
Ofertaram-nos frutas. (objeto indireto)
Os pronomes oblíquos variam de acordo com a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos.